“A Globo mente”, “a Globo manipula”, “a Globo aliena”, “a Globo não presta”… essas e outras frases tornaram-se comuns de uns tempos para cá na internet. É fácil ver pessoas usando as redes sociais para exporem suas revoltas contra a Rede Globo, a TV aberta brasileira ou as mídias de massa em geral. Entra ano, sai ano e o discurso dos revolucionários de mesa de bar é sempre o mesmo: “eu não assisto TV aberta por N fatores!” E assim se vangloriam, se colocam acima dos demais, como se, ao negar este passa-tempo, estivessem realmente fazendo um bem à sociedade ou à si mesmos. E, diante de tantos problemas no país, eis que surge, na última semana, uma inocente (para não dizer ‘ignorante’) campanha de boicote à Rede Globo. E coloca inocente nisso!
Que a TV é cheia de inutilidades, isso não dá para negar. Realmente existem programas horríveis, baixaria, imoralidades, promiscuidades, jornalismo tendencioso e diversos outros defeitos. Mas onde não encontrar tais problemas? A literatura, a rádio, o cinema e, principalmente, a internet estão cheios de coisas deste tipo. Temas, aliás, que sempre existiram e sempre existirão, independente da época, do lugar, ou da mídia predominante. Caberá sempre ao espectador/usuário escolher.
Eis que, diante da última polêmica da TV, o suposto estupro do Big Brother Brasil – que, diga-se de passagem, não contou com acusação da própria vítima – alguns internautas se mobilizaram e começaram uma campanha para boicotar a Rede Globo. E daí surge a pergunta: porque somente a Globo? Não, a intenção aqui não é defender a Globo, mas abranger horizontes e apontar erros, tanto da tal campanha quanto dos pseudo-revolucionários que a criaram ou que a ela aderiram ignorantemente.
Mas, antes de mostrar o porquê da inocência da campanha, vamos esclarecer alguns fatos que os militantes anti-TV parecem desconhecer.
A TV brasileira – já uma senhora de 62 anos, muito mais velha que as de muitos países europeus, asiáticos e latino-americanos – é considerada uma das melhores do mundo. Não, não é exagero. Nossas produções dramatúrgicas são as mais premiadas lá fora; nossas séries telejornalísticas são indicadas em diversos festivais ao redor do globo; e até nossa publicidade é líder nos festivais lá de fora.
Mesmo assim, ouve-se por aí que a TV aberta no Brasil “não presta”. Então fica a pergunta: a TV fechada “presta”? Canais como NatGeo, Discovery e History Channel passam documentários extremamente tendenciosos e sensacionalistas sobre alienígenas, apocalipses, maçonaria, Illuminatis modernos e diversas outras babaquices, apresentando-se, cada qual, como se fosse a verdade absoluta! Até mesmo programas sobre História, como alguns da Segunda Guerra, abordam vieses absurdos que, com um mínimo de senso crítico, são facilmente rebatidos. E se nossas novelas são alienadoras e inúteis, o que são os enlatados americanos da Fox, Warner, Sony ou Universal? Com certeza são de cunho altamente moral e cultural e totalmente compatíveis com a nossa realidade, não?
E se a nossa TV é tão ruim assim, o que dizer das emissoras lá de fora? Possuem a mesma programação e o mesmo estilo. Caso não saibam, nenhum dos atuais reality shows – BBB, Lar Doce Lar, Lata Velha, Acorrentados, A Fazenda etc – são criações brasileiras. Todos são programas importados ou copiados. Alguns da Europa, outros dos EUA. Até mesmo as mais clássicas atrações do genial Silvio Santos são cópias exatas de velhos programas norte-americanos, como Roda a Roda, Show do Milhão, Topa ou não Topa, Qual é a Música… Ou seja, lá fora têm a mesma programação que temos aqui.
Outro argumento usado é o jornalismo tendencioso e, por muitas vezes, mentiroso. Dois erros não fazem um acerto, no entanto desde que Gutenberg criou a prensa, os jornalistas publicam apenas aquilo que lhes convém! Não apenas a imprensa televisiva, mas também a radiofônica e a digital são tendenciosas. Tendo as TVs abertas uma concessão pública para se manterem no ar, acham mesmo que elas iriam desagradar os governantes, os mesmos que detêm o poder de cortar-lhes o sinal? Dizer que mentem é difícil, mas é certo que omitem muito daquilo que lhes convém. Suas existências dependem disso, seja Globo ou SBT, Record, Band ou RedeTV!. Agora, voltando àqueles que dizem não assistir TV aberta: que telejornalismo devem assistir entre os canais fechados? Record News? Band News? Globo News? Não, não há ingenuidade nestas perguntas, pois já é fato sabido que muitos responderão buscar informações na internet. Talvez no G1 ou no R7.
Alguns dizem que a TV aliena, que a programação sem conteúdo satisfatório amolece o cérebro e impede que o telespectador desenvolva o pensamento. Ora, quem não está com a TV ligada, está passando o tempo onde? No Facebook, com seus milhões de Luizas que estão no Canadá? Ou no Twitter, divulgando inutilmente suas opiniões e pensando fazer uma revolução só porque colocaram uma hashtag no topo da lista de discussões? Se a TV inibe o pensamento, as redes sociais geram pensamentos inúteis.
Pois bem, dada essa rápida resolução, voltemos à focar na campanha citada inicialmente e à pergunta: porque a Globo? Se há conteúdo de má qualidade em todos os setores e mídias e, mesmo tendo escolha, o povo sempre busca as inutilidades, porque é sempre a Globo que é pega para Cristo e condenada acima das demais? Estas perguntas são extremamente pertinentes diante de programas como Pânico e Brothers (RedeTV!), Domingo Legal, Ratinho e os extintos Sabadão e Cockteil (SBT), A Fazenda e Gugu (Record) e Brasil Urgente (Band). Então, alguém sabe responder porque o ódio à Globo se destaca?
Outro ponto importante e que poucos parecem conhecer é com relação ao decreto de 1963 (que se tornou lei com a constituição de 1988), que exige que toda a operadora de radiodifusão do país tenha, no mínimo, 5% de sua programação voltada para cultura, informação e educação. Vocês sabiam, caros revolucionários, que todas as emissoras burlam esta lei, aproveitando de suas brechas e colocando no ar apenas noticiários, não importando se são tendenciosos ou sensacionalistas? Das 5 grandes emissoras abertas no Brasil, a Globo é a única que cumpre a lei, colocando no ar programas como Globo Universidade, Globo Ciência, Globo Ecologia, Ação, Globo Rural e Tele Curso 2000, além das pequenas e constantes inserções das séries Sagrado, Globo Amazônia e Se Liga Brasil, feitas em parceria com o Canal Futura (que também pertence às Organizações Globo). Algum de vocês já assistiu a programas deste tipo na Record, no SBT, na Band ou na RedeTV!?
E se ainda cabe uma defesa aberta à Rede Globo – contrariando aqueles que vêem apenas futilidades e inutilidades em sua programação – é preciso que se diga: em que outra emissora vê-se adaptações da literatura feitas com maestria, como O Auto da Compadecida, A Pedra do Reino, Os Maias e Memorial de Maria Moura? Ou ainda os premiadíssimos Hoje é Dia de Maria e Capitu?
Mesmo assim, a campanha contra a Globo (e somente contra a Globo) aconteceu durante toda a última semana e agendou o boicote para o dia 25 de janeiro, quarta-feira. O resultado foi óbvio: a campanha falhou! De acordo com os índices do Ibope, a média de audiência da Globo nesse dia foi de 15 pontos, o mesmo valor da terça-feira. Um movimento inútil entre os internautas e de extrema inocência, como já foi dito no início deste texto.
De acordo com dados do IBGE, apenas 35% da população brasileira possui acesso à internet, enquanto 95% dos domicílios possuem aparelho de TV. Agora, vamos deduzir quanto destes usuários de internet realmente sabem navegar e/ou participar das redes sociais: chutando alto, pode-se dizer que metade, ou seja, apenas cerca de 17,5%. Mesmo se todos estes aderissem ao boicote, isso sequer faria cócegas na audiência da TV aberta. Eis aí a inocência dos criadores da campanha. Ainda pode-se arriscar dizer que aqueles que aderiram ao boicote e não ligaram a TV na Globo no dia 25 de janeiro, foram apenas aqueles que normalmente já não assistem TV.
Dizem que a facilidade de se conseguir informação e disseminar opinião nunca foi tão grande em toda a História. Difícil é entender que isso não é verdade. A internet não é um veículo de massa (ainda) e está longe de refletir a opinião do povo como um todo. É claro que, usando da rede, pode-se fazer estardalhaço e dar muita dor de cabeça a muita gente. Mas é só. Não mais que isso. E se você pensa que ataques a servidores do governo (como a guerra anti-SOPA) realmente resolvem algo, acredite, você está ledamente enganado. Como foi dito: cria-se muita dor de cabeça, nada mais.
O que o público insatisfeito com a programação deve saber é que a TV não controla sua programação. Quem controla a programação é o próprio público. A audiência é quem escolhe o que estará ou não no ar. Uma audiência ignorante clamará por programação ignorante. Se querem mesmo culpar alguém pelos males da nossa TV, culpem a parca educação deste país!
Agradecimentos ao Ígor, administrador do site Todo Canal, que gentilmente cedeu as informações sobre os índices de audiência desta semana.
Feeera! Posto sensacional Jão, e olha que odeio te elogiar! haha
Carla Pollack teria orgulho dos dados de legislação — e até o Rogério, com essas imagens photoshopadas aí! rs. Deixando a Gestalte de lado, concordo 100% e vou além. Os índices do ibope são comprometidos desde o princípio. Os televisores que usualmente conhecemos e utilizamos são dispositivos que recebem sinal (seja analógico ou digital), e não fazem o envio de nenhum tipo de informação (salve as recentes gerações de smartTV). Ou seja, a televisão por sí só não fornece informação para mesura de audiência, somente algumas com o aparelho específico que conseguem chegar a esse fim. É até mesmo uma falta de ética quando essas famílias (que servirão de base para medirem as audiências da TV no Brasil) aceitam participar da pesquisa, e arbitrariamente acabam “forjando” um resultado com não condiz com a verdade.
Acima de tudo a televisão é um veículo excencialmente comercial (bem como todos os outros que já foram citados no post), e irá vender o que há demanda. Há muita coisa ruim no mundo inteiro, não produzimos lixo com exclusividade. Com certeza não podemos aceitar isso só pelo fato de todos fazerem, mas imaginar que esse tipo de boicote é a solução é ilusão. Queria só ver se esse boicote vingasse, e no dia seguinte a audiência acertaria o pico novamente.
Querem fazer alguma coisa? Argumentem! Simples! Compartilhem a sua idéia sobre o porque de achar a programação ruim. A consciência coletiva que molda uma cultura, e uma cultura que molda o que uma sociedade irá consumir.
chega, falei demais…
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Pois é, eu ia falar de como funciona a medição de audiência pelo Ibope, mas achei que o post já estava muito grande. Ainda penso em fazer um post complementar para explicar o último parágrafo, ou seja, como o público controla a programação e não a emissora.
E ainda falou falar das novelas. Mas eu esqueci o nome da empresa que inventou lá o Merchandising Social. Fiquei de pesquisar e esqueci. Mas enfim, o pessoal fala mal das novelas, mas não leva em consideração a inclusão social dos portadores de síndrome de Down gerada por Páginas da Vida ou o aumento recorde de doação de medula durante Laços de Família. E muitos outros exemplos.
Mas ninguém nunca tenta ver o lado bom. Só sabem falar mal.
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Vários indivíduos que “fizeram” o boicote, se acham espertos, mas não passam de desinformados. Esses resultados de ibope são todos forjados.
Quanto a reclamação em geral da globo, chega a ser chato, olhar no facebook toda a semana a mesma coisa, algum programa da globo sendo criticado fortemente, enquanto, em outros canais, a coisa está pior, o que eu acho é que as pessoas não sabem trocar de canal, ou da existência do livro, melhor, de um bom livro.
Infelizmente, os revolucionários da internet, como bem destacou, não passam de fanfarrões que vivem em frente a um microcomputador, achando-se críticos e inteligentes.
Ultimamente, televisão em minha vida é coisa rara, e quando assisto, utilizo o tal do “controle remoto” para ver o que me agrada.
Parabéns pelo post, conteúdo de ótima qualidade!
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Não digo que os resultados do Ibope são forjados. Se as pesquisas não valessem a pena, as emissoras não pagariam milhões ao Ibope pelos resultados. Acredite, o Ibope é uma empresa séria.
Mas realmente é difícil de acreditar que o resultado reflita a realidade. O Ibope faz pesquisas de rua ou medições instantâneas através de medidores nas casas de voluntários. O problema é que se baseiam em estatísticas. Pesquisam apenas 500 pessoas e divulgam o resultado através de uma média que vale para o país todo, citando por fim uma margem de erro (como nas pesquisas eleitorais).
E obrigado pelo elogio e comentário!
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Discordo.
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Ótimo, mas acho que a internet é sim um meio de mobilização, a barreira é, como vc mesmo disse, a falta de acesso e inteligência dos usuários.
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Então, Daniel, é como eu disse. É um meio de mobilização apenas por parte dos internautas. E como os internautas são poucos, a mobilização fica restrita a poucos.
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Snaga, concordo que ainda são poucos no brasil, porém você não acha que este tipo de movimento pode alimentar uma cultura crítica e fazer com que no futuro, quando a internet atingir todas as massas, este tipo de movimento possa fazer diferença em nossa pais?
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No ritmo que está indo hoje, com 90% dos internautas compartilhando inutilidades no Facebook e similares? Não, sinceramente, acredito que não.
A internet será (bem como já é) apenas um reflexo da realidade: uma maioria esmagadora usará apenas como passa-tempo, diversão e futilidade, enquanto uma minoria irrisória usará para algo que realmente preste.
Diga se esse não é o contexto do mundo real. Milhões que nada sabem e pouco se importam, alguns poucos que se dedicam a realmente importante.
Colocar as esperanças de uma revolução na internet é se apoiar em uma casca de ovo. A internet é só um meio de comunicação e distração, como outro qualquer. A base para o melhoramento está na educação e cultura. Quando estas forem salvas, tanto a internet quanto a TV e todos os outros meios de comunicação, também se salvarão!
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Concordo plenamente e parabéns pelo seu site.
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Obrigado, Ailson!
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Que post FODA! Eu teria alguns adendos a fazer. Farei no Andarilho, lincarei com o Covil e faremos um – (“grande”) – debate on-line sobre os revolucionários de mesa de bar!
p.s.: veja que eu fiz questão de deixar o “grande” bem separado do texto. haha
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Vamos supor que estamos na época da ditadura. A ditadura é ruim, mas não adianta fazer nada contra isso, então eu vou as praças ajudar o povo a apoiar o ditador, são todos uns alienados mesmo, não adianta nada tentar mostrar a verdade a eles. Com a televisão é a mesma coisa. O que os “revolucionários” que você citou estão fazendo é tentar mostrar a verdade, e está funcionando. Não se pode conseguir nada de um dia para o outro, as mudanças são demoradas, as vezes demoram anos para acontecerem. A internet nos deu a possibilidade de mostrar nossas opiniões, então porque ficar calado, só porque a massa é idiota e desinformada? A revolta da internet aos poucos se reflete na vida real, e nós já temos vários exemplos disso. Concordo com você que não é com boicotes (por enquanto) que vamos conseguir o que queremos, mas sim educando a população. Infelizmente eu não posso invadir as redes de televisão e abrir as mentes das pessoas, então eu vou usar da internet para divulgar o que penso. E eu estou notando que as pessoas estão dando cada vez mais atenção a verdade, e deixando de lado um pouco da idiotice. Isso porque as pessoas seguem tendências. Quando a tendência é ser idiota, todos serão idiotas, e as minorias ficam “reprimidas”, pois estas serão taxadas de idiotas caso mostrem suas ideias. Mas quando esse número aumenta, e quando as minorias conseguem argumentos verdadeiros e convincentes, o resto da população tende cada vez mais a aderir a inteligência e a deixar a idiotice de lado.
E sim, é inaceitável que a televisão seja manipulada por governos. Quem foi que colocou os estudantes as ruas na época da ditadura no Brasil? A Globo. Quem é que está marginalizando os manifestantes agora? A Globo. E as outras só não estão os marginalizando tanto, porque entrou em jogo a audiência, eles tem a oportunidade de falar que a Globo mente e eles que estão do lado do povo.
Na minha opinião, a revolução da internet está mudando muita coisa sim, exemplo disso são os bombeiros que expulsaram os repórteres da Globo de suas manifestações.
Você acha que a Globo educa? Pesquise sobre a opinião do Wiliiam Bonner sobre os telespectadores. Ele os comparou com o Hommer Simpson. Legal né?
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Não, eu não acho que a Globo educa (nem a Cultura, nem a TVE, nem o Futura). A TV não é um veículo de educação, mas um mero passa-tempo e entretenimento.
O que eu citei foi com relação ao cumprimento da lei dos 5%. Os programas educativos e culturais exibidos pela Globo são, ao meu ver, um modo de expandir a curiosidade com relação assunto abordado. Um programa como Globo Universidade, por exemplo, não ensina nada sobre a matéria da faculdade, mas desperta a curiosidade no molequinho que não tem acesso a nada, a não ser a TV e faz com que ele busque, mais tarde, informações sobre aquela área no qual se interessou.
E com relação à revolução, concordo contigo quando diz que estamos engatinhando. Ainda é um início e eu fui infeliz ao atacar isto. Afinal, se desistirmos agora, perde-se a chance de algo maior no futuro. Mas ainda acho o boicote algo muito ingênuo. Ninguém deixará de assistir TV sem que se apresente causas concretas para isso, ou seja, apenas disseminando um boicote pela internet.
Bom, a questão não é invadir uma TV, mas disseminar um ideal através dos meios que temos acesso (como você bem já disse). Mas a questão está na cabeça do povo. Você entrou em meu blog, acredito eu, procurando por este assunto em específico. Mas 90% dos usuários da internet entram na rede em busca de piadas, memes, pornografia, fofoca e futilidades em geral. O que tentei dizer nesse post sobre o boicote foi: a internet tem tudo do bom e do melhor ao mesmo tempo que tem tudo do ruim e do pior; mesmo assim as pessoas buscam essa segunda opção e pouco se lixam para a primeira. Então, porque culpar a TV se é a audiência que busca a atual programação? Só procurarão algo melhor quando forem (ou formos) mais bem educados!
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Diferentemente da televisão e do rádio, ou seja, canais nada interativos de comunicação, a internet propicia a liberdade de pesquisa. O que deve acontecer é uma mudança interna, individual do cidadão, uma mudança de mentalidade. O que deve acontecer é dar ECUCAÇÃO para o cidadão para que ele consiga identificar e discernir o imparcial do tendencioso, se é que é possível fazer essa distinção, já que geralmente nada é imparcial; tudo que é publicado é carregado de opinião e juízos de valor. A imprensa mercenária sempre existirá, então o que os ditos “cidadãos de bem” devem fazer é pesquisar, estudar mesmo, pra que não caia nas armadilhas dos canais de comunicação, seja televisão, rádio, internet ou o que for. Falar bem ou mal deste ou daquele canal é besteira, porque todos os canais, sem exceção, possuem algo de bom e ao mesmo tempo muita porcaria. Só com a consciência é que seria possível barra a manipulação, pois cidadãos conscientes e educados não se deixam levar nem acreditam em tudo o que lêem, antes, eles procuram diversas fontes de informação (disponíveis na internet, por exemplo), para apurar os fatos por si mesmos, chegando assim à real conclusão dos FATOS e não mera especulação e manipulação.
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Exatamente! E isso complementa a resposta que acabo de dar acima!
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Concordo com o post. Para uma cultura critica e consciente, deveríamos ter em nossas escolas, mais aulas de sociologia, filosofia e artes. O problema é que nosso governo não quer saber a qualidade das aulas, e sim, a quantidade de APROVADOS no final de cada período letivo pra jogarem nessas pesquisas e que seja estampado nas mídias: ” Educação brasileira é a melhor da America latina, Sobe tantos porcento… e mais um monte de estatística.
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Exatamente. As escolas de hoje prezam pela quantidade e não pela qualidade. Ensinam a ser bons empregados, mas não ensinam a pensar e desenvolver-se sozinho.
A mídia apenas pega carona nesse estilo de vida imposto pela falta de educação e aí dá no que dá!
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O governo não quer problema em baixo do nariz, povo critico e cociente é povo chato, problemático e acima de tudo independente, as vezes penso que a nossa unica solução seria a Neve e a Guerra.
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SÓ O SABER LIBERTA!
É impostergável aproximar escolas, mestres e livros. Somente esse trinômio é capaz de: 1) gerar a introspecção; 2) oxigenar o psiquismo; 3) recusar repetidores de informação, enquanto premia a formação de pensadores; 4) efetuar a comunhão de uma consciência crítica, capacidade de ordenação metódica e dialética habilidosa.
Não podemos ignorar que a importância da História, da Sociologia e da Filosofia estão se diluindo em nossos dias, asfixiadas pela pátina da indiferença, do desazo e da derrelição. Por quê? Elas intimidam, inibem e desmascaram os déspostas e o autoritarismo, o arbítrio com força de lei. Manter estreita relação com essas ciências, é investir densamente na humanização, contribuindo para minimizar a aridez e o distanciamento que marcam, indelevelmente, as interrelações entre as pessoas.
Passamos por percucientes crises, moral e social. Fragmentou-se a camada de tinta que represava os instintos egoísticos e violentos e, hoje, eles aparecem como feridas abertas, langanhos purulentos, delações patognomônicos de enfermidades gravíssimas no tecido social. As normas de cultura que os séculos haviam sedimentado, vem sendo extraídas pelas raízes ou ignoradasa com a mesma facilidade com que se repudiam hábitos recentes, evidenciando a irresponsabilidade e o descompromisso. Se a Terra “geme” pela predação inexorável, nossos relacionamentos ruindo-se cotidianamente, também reclamam alto e bom som. Desintegra-se cada vez mais, o espírito de cooperação de ordem e de pa que os tempos edificaram. A crescente criminalidade e a violência são avais inequívocos.
Quando Monteiro Lobato desabafou que “Um país se faz com homens e livros”, queria externar que uma nação somente cresce e se desenvolve quando diminui o índice de inscientes e analfabetos. Quando o homem movimenta engrenagens em direção ao conhecimento – lendo mais/estudando mais/aprendendo mais – ele se torna maior, pois é catapultado ao “eu mais amplo” (“wider self”), adensa o “status” e protege sua dignidade humana, impeermeabilizando-a. Para debater, criticar e questionar, é indispensável estar equipado para encarar os sortilégios, as gangorras demagógicas, a fantasia e a ilusão deletéria.
Bem a calhar, as palavras de um poeta alemão, quando dirigindo-se aos incontritos, impenitentes e céticos à valoração da escola, dos professores e… dos livros: ” – observem que em tempos de exceção de exceção, ou seja, durante os governos ditatoriais, livros são os primeiros – desalentadoramente – a serem queimados; depois, as escolas, e em seguida… os HOMENS! (Carlyle – escritor – 16 DEZ 2O12 – 12h35m)
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A TELEVISÃO E A VIOLÊNCIA
Sua mais salubre finalidade – ao lado de outros veículos de comunicação – é informar, intruir e orientar. Plasmar sua função na edificação de um mundo mais justo, fraterno e humano. O objetivo, meramente comercial, emerge tacanho, canhestro e liliputiano, servindo somente a “alguns”, sempre os mesmos, em detrimento da discriminação de muitos. A criminalidade e a violência, aí estão, desalgemadas, incrementando-se e agigantando-se em todos os setores, quer seja com etiqueta endógena (interior do indivíduo) ou exógena (oriunda do meio circundante – causas externas). As cidades e os campos estão “tremendo”.
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A televisão denuncia todos os dias as mais variegadas hostilidades: a falsa conceção da vida e seus valores; exaltação da vida fácil; a infidelidade conjugal; a sexualidade inconsequente e exageradamente, explícita, sem parcimônia, e a sobrestimação da força física e da astúcia dolosa. Quem são os receptores mais tíbios e débeis? As crianças e os jovens.
Essas iludentes concepções, veículadas pelos meios de comunicação – mormente a televisão – passam a ocupar o universo mental do adolescente e, sem dúvida, direcionam a sua idiossincrasia (maneira de pensar, falar e agir), permitindo evadir-se de seu próprio mundo para vivenciar fantasias, sonhos e satisfações que jamais encontrará na realidade.
Em nossos dias, a televisão com seu enorme poder de sugestionabilidade, descortina um panorama desalentador, inoculando a frustração e a insegurança. Sabe-se que o desapontamento e a desilusão – segundo os princípios da psicologia – são componentes da agressividade. A televisão não é a causa direta da delinquência, mas pode contribuir como fator predisponente e desencadeante da ação ilícita.
Todavia, a televisão quando bem conduzida, é um substantivo equipamento – pela desmesurada latitude – que pode se tornar um adjetivado apoio social, servindo para elevar, culturalizar e moralizar a pessoa humana, desenvolvendo suas autênticas qualidades, valores e virtudes.
O quê se desnuda aos nossos olhos? Uma convivialidade turbulenta, trepidante e selvagem, que ressumbra sangue. Mundo podre e mefítico, exalando miasmas de corrupção e imundícies. Se a televisão visualiza os desatinos, os jornais imprimem os desencontros. Na “selva de pedra”, “tigres” engalfinham-se por entre o correr vertiginoso da fereza pela rotativa, maculando o olfato de tinta preta, invadindo as narinas com o cheiro adocicado do sangue, morno, dolente e… vermelho.
A criminalidade e o desamor estão gerando um medo incontrolável e infrene nas famílias, que desejam abandonar as densas selvas de infâmia, fraudes e agressividade, na esperança de retornarem à civilização e serem recepcionadas por um mundo social mais irmanado, igual, distributivo… e justo. Por analogia, todos sentados ao redor da mesma mesa, sob à fartura do “pão” e a alegria do “vinho”. Utopia? Esperamos, ardentemente, que… não!
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Eu odeio a Globo pelo seguinte: Essa emissora de B$s7@ incentivou o preconceito contra otakus(おたく) no Brasil, o que me deixou profundamente revoltado. Engraçado que a Globo glamouriza porcarias em seus programas e novelas e tem a cara de pau de atacar os fãs de animes e mangás.
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Quando isso, Saulo? Em que programa? Estou por fora.
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