Post Scriptum – Do Projeto à Conclusão (e mais o Trailer)

Só quem já escalou uma montanha sabe como é grandiosa a sensação de se chegar ao cume, mesmo que lá em cima não tenha nada. Após quatro anos de faculdade, eis que também chego ao cume, no ápice do curso, o momento final que separa o estudante do profissional! E para a conclusão desses quatro anos, apresentei na última quinta-feira, dia 25, o nosso trabalho derradeiro, o último, que vem sendo desenvolvido desde agosto do ano passado: Post Scriptum, a série!

Há um ano e meio minha equipe e eu estamos trabalhando duro, em diversas áreas, para realizar um trabalho desafiador e que, por muitas vezes, parecia estar além das nossas capacidades. No início foram apenas pesquisas – passeios históricos pela Literatura, o Cinema, o Teatro, as Histórias em Quadrinhos, a TV e por diversos jornais e revistas, acumulando todo o conhecimento possível sobre uma peculiar e consagrada criatura mística que a todos seduz com grande facilidade: o Vampiro! Da Grécia Antiga ao Brasil Moderno, passando pela China e pelos vampiros Andinos; de Polidori a Stephani Meyer, passando por Stoker e Rice; do expressionismo alemão, passando pelo terror adolescente dos anos 1980, até chegar ao terror romântico das atuais produções vampirescas… Todo o caminho foi percorrido para que a pré-banca, em novembro de 2009, aprovasse com louvores o nosso projeto! E só então passamos à parte prática.

Paralelamente aos demais trabalhos da faculdade, começamos, ainda em janeiro, a desenvolver o roteiro da série e a criar os personagens. E assim Post Scriptum começou a tomar forma: uma micro-série de seis episódios por temporada, com 40 minutos de duração cada, projetada para um canal a cabo. Claro que não gravamos todos. A exigência da faculdade é que se faça apenas o programa piloto, ou seja, apenas o primeiro episódio. Os demais foram entregues no papel mesmo.

Após um debate sobre a Copa do Mundo (outro trabalho da faculdade, que, infelizmente, ainda não apresentei aqui no Covil) estávamos finalmente com o roteiro pronto, em junho deste ano. Daí partimos para a fase de produção. Entre julho e agosto aconteceram muitas coisas, as quais não vou entrar em detalhes, mas que resultaram em desistências, brigas, 3500 reais jogados no lixo e um recomeçar do zero. Não foi exagero quando nosso colega Will nos comparou a Fenix, pois realmente renascemos das cinzas e superamos as expectativas de todos que apostavam no fim do projeto. Voltando à idéia da montanha, caímos de um abismo e tivemos que reescalar todo um contraforte. Mesmo com a frustração, nós continuamos.

Agosto, setembro, outubro e agora novembro, sempre produzindo e gravando, nos divertindo e nos matando, elogiando e, algumas vezes, esgoelando alguns atores. Mas tudo deu certo e a edição feita pelo Kikito fechou o trabalho com chave de ouro! E ao fim, a apresentação final, o desafio da Banca, o recebimento da nota e, com honras, o fim da faculdade!!! A chegada ao cume.

Ao fim de tudo, eu mesmo me achei um chato. Antes da entrega aos professores, quando finalmente assisti ao piloto pronto, fiz diversas críticas e não gostei de muitas coisas. Porém, para minha surpresa, tudo o que eu apontei como defeito, durante a banca foi apontado como qualidade pelos professores. Desde o Barril, nunca vi um trabalho ser tão elogiado. Eu realmente não esperava tantos comentários positivos da banca e ainda aqui reforço meu desgosto por alguns trechos. Mesmo assim, se a banca disse, então tá dito!

Em resumo, nós fomos aprovados com grande glória, sob aplausos, abraços, lágrimas e elogios!

Mas o que é Post Scriptum?

A série nos conta a história de duas vampiras paulistanas, as irmãs Júlia e Sofia, que há 15 anos foram mordidas e transformadas pelo cínico e secular vampiro Felipe. Porém a personalidade forte de Sofia e a morte súbita de Felipe, fazem com que as irmãs, mesmo com a nova dieta, continuem a levar uma vida relativamente normal, alheias ao sub-mundo dos demais vampiros. Mas a vida tranqüila das irmãs começa a virar de ponta-cabeça quando elas descobrem que alguém mais sabe sobre seus segredos. Será que Felipe está de volta? Ou algo ainda pior está caçando Sofia e sua irmã?

E o cenário dessa aventura de suspense e terror é a imensa cidade de São Paulo, com suas típica paisagens cinzentas, tempo chuvoso, trânsito fechado, drogas e violência.

Em breve, não percam a estréia do episódio piloto, aqui mesmo no Covil! Por enquanto, deixo apenas o trailer para vocês terem um gostinho do é todo o episódio.

Pequeno Diário de Produção e Apresentação

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EliteSub

Equipe EliteSub

Eram 5 contos. Três crônicas do Veríssimo e dois contos de terror de Edgar Allan Poe. E desde que essa notícia foi dada em sala, passei a torcer por um dos contos de Poe. Não estava nem um pouco afim de fazer comédia, assim como o resto do pessoal do meu grupo, a EliteSub Produções. E pra nossa sorte, fomos agraciados no sorteio com “O Barril de Amontillado”, um dos mais famosos contos de Poe, situado na Itália, no período do carnaval.

Porém, juntamente com a vontade de fazer terror, veio a grande questão: adaptar a história para um período contemporâneo, ou mantê-la fiel à original, no século XIX e seguindo a temática do carnaval italiano? Fugir das dificuldades em produzir algo de época ou fugir da facilidade de fazer mesmice?

Não precisamos discutir muito. Se há uma qualidade na EliteSub, essa é gostar de desafios. Antes mesmo de começar a adaptar o roteiro, as meninas já haviam decidido que ele permaneceria na época original do conto. E daí pra frente seguiram-se as pesquisas e a fase de pré-produção.

Tendo em vista o roteiro em preparação, as pesquisas da catacumba adiantadas e alguns rascunhos já elaborados, fomos apresentar o projeto à disciplina de Direção de Arte. Para a nossa surpresa, fomos desacreditados e, praticamente, vetados, sob as palavras “estão no 5º semestre e já pensam que são profissionais. Jamais irão conseguir montar isso tudo” e daí mandados de volta para a disciplina de roteiro, para que readaptar a obra. Uma decepção e tanto.

Porém não queríamos fazer diferente. Queríamos a Itália! Queríamos uma catacumba! Queríamos 200 anos no passado!

Não desafiamos os professores abertamente. Continuamos nosso projeto às escondidas até onde deu. Fiz toda a Arte do filme sem auxílio ou orientação. E, quando fomos descobertos, o projeto já estava tão desenvolvido e tão bem feito que só restaram a eles admitir que conseguiríamos!

Com relação às outras disciplinas, conseguimos o apoio todas desde o início.

Houveram discussões internas também. Idéias discordantes, com relação aos atores e principalmente com os roteiros mal escritos… Muito bate-boca. Mas o projeto caminhava a passos largos.

Pelo menos chegamos com tudo pronto no dia das filmagens. Das 7h às 23h, com apenas uma hora de descanso durante todo o dia. Atrasos à parte, o filme foi feito! Cena por cena, tomada por tomada. Quando terminamos, a Universidade já estava fechada e éramos os únicos lá dentro.

Só que a noite não acabou aí. Tínhamos uma grua para devolver. Eu cheguei em casa cedo (moro do lado, oras), mas, bem longe dali, o Cristiano ainda bateu o carro.

Um dia de cão… e de muita diversão! Se existe um stress de vale a pena, é o de um ambiente de gravações. Pelo menos pra mim!

Depois disso foi edição, dublagem, sonorização… Mais duas semanas de trabalho corrido pra entregar tudo no prazo.

Se o roteiro já era ruim, os cortes para encaixá-lo nos 3 minutos exigidos o piorou ainda mais. Mas o trabalho foi finalizado e entregue. Agora restava apenas a ânsia em saber a opinião dos professores.

 

DIA DE APRESENTAÇÃO

 

OgAAAFL3SD6wugpoIX-GuNXOO87c7V2nzWJoSLrJ7oWsFPAK0NG6PkfV6KHcpBtQ_wKXYXVSVLaxTcOJXtCHhStH0oQAm1T1UGp9utLC8HUl6hujBWmSi7qVwnRZEu esperava o pior. Orgulhava-me do que havia feito, daquilo que aparecia na tela e do trabalho que todos tivemos. Mas ainda tinha medo, pois eu mesmo já criticava (e critico) o filme por demais. Quem diria os professores!

Para a grande surpresa, no dia da apresentação, recebemos o comentário em público de um dos professores: “é o melhor que vi até agora!”

O melhor… bom… quem sou eu para dizer? Mas o mais comentado foi!

O Andrews (diretor) apresentou o filme e logo em seguida seguiu-se as perguntas, os elogios, as dúvidas com relação à produção vindas de toda a platéia, alunos ou mestres.

Foi a minha vez de subir ao palco dar meu parecer. Falei por mim e pelo Will (Diretor de Fotografia) que não estava presente. Expliquei sobre suas inspirações buscadas na obra de Caravaggio e em filmes como Lavoura Arcaica. Falei das minhas pesquisas sobre as catacumbas e as inspirações que busquei no livro de Benjamin Scott.

Aplausos!!! Ah, aplausos!

Aliás, alguém chegou a ver alguma nota abaixo de 9? Na EliteSub eu acho que não!

Especial “O Barril de Amontillado”

Nos links abaixo estão todos as informações publicadas sobre meu primeiro filme: “O Barril de Amontillado”.

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“O Barril de Amontillado” (Brasil, 2009)
Assista ao filme diretamente no Covil.

Diário de Produção e o Dia de Apresentação
Uma pequena amostra de como foi o período de Produção e Filmagens do filme, e de sua apresentação na Faculdade.

Pasta de Direção de Arte
Detalhes e curiosidades sobre o processo de Direção de Arte do meu Filme, o Barril de Amontillado.

Meu Primeiro Filme! Não Percam!!!
A resenha de pré-lançamento do primeiro filme que produzi, no cargo de Diretor de Arte.