Diário de um Genealogista Amador #2

Neste mês de novembro, as pesquisas genealógicas das famílias Militani e Vilas Boas de Nepomuceno-MG completam um ano. A caminhada tem sido lenta, mas os passos são firmes e constantes, sempre buscando a ajuda de familiares, dos mais distantes aos mais próximos.

Estruturar a árvore, com o auxílio do Family Tree Builder do My Heritage, nem chega a ser uma tarefa difícil, sendo que o software possui as mais variadas ferramentas. Complicado e demorado é conseguir entrar em contato com as pessoas e cobrar as informações: nomes completos, datas de nascimento, casamento e falecimento e seus respectivos locais. Com parentes esparramados pelos quatro cantos do país, a tarefa é feita quase toda pela internet.

 Até o momento, o organograma genealógico conta com mais de 500 pessoas, das quais apenas 216 possuem cadastro completo com datas e localizações. A idéia inicial era ser o mais abrangente possível, mas o número de parentes, após um cálculo rápido, parece extrapolar a casa dos 4 mil. Sendo assim, a árvore será limitada, pelo menos inicialmente, apenas aos descendentes de José Militani e Pedro Ezequiel de Souza (meus bisavôs paternos), e Manoel Correia Villas Boas (meu bisavô materno), ou seja, um acréscimo de, aproximadamente, mais 500 pessoas, totalizando cerca de mil familiares.

 Será feito da seguinte forma:

 A árvore tem como eixo central a minha própria pessoa (e, conseqüentemente, a do meu irmão) e começa a se alastrar para ambos os lados de minha família, subindo e ramificando entre os Militani e os Vilas Boas, chegando, até o presente momento, uma geração abaixo da minha e quatro acima.

Do lado Vilas Boas, os ramos terão início em meus dois casais de trisavós: José Joaquim Villasboas e Joana Maria das Dores Villasboas e Antônio Botelho de Siqueira e Maria Izabel de Oliveira, pais, respectivamente, dos meus bisavós maternos Manoel Correia Villas Boas (o Seu Neca/Nequinha) e Maria do Carmo Villas Boas (a Dona Carminha). Entretanto, apesar de apresentar também os irmãos de cada um dos meus bisavós, a árvore continuará os ramos apenas com os descendentes destes últimos, Seu Neca e Dona Carminha, apresentando seus 15 filhos, 53 netos, mais de 100 bisnetos e um número ainda não totalmente estimado de trisnetos (apesar de serem bem poucos), o que totalizaria, até o momento, seis gerações.

 Dessa forma, por motivos práticos, deixo de citar a família de minha avó materna, os Salgado, mostrando apenas sua ascendência direta, que também terá início em meus trisavós. Essa idéia pode mudar durante o percurso de construção, mas, por enquanto, é a que fica.

 O mesmo não se dará com os Militani, por terem um número menor de integrantes. Deste lado da família, a árvore também abrangerá parte da família de minha avó paterna e não somente do meu avô. Sendo assim, a árvore terá início com meus quatro casais de trisavós paternos e focará nas descendências dos meus dois casais de bisavós:

 – José Militani (o Zé Italiano) e Maria das Dores Militani, que tiveram 9 filhos, 19 netos e cerca de 20 bisnetos até o momento; e

 – Pedro Ezequiel de Souza e Maria Delfina de Jesus, que tiveram 6 filhos e um número ainda não estimado de netos, bisnetos e demais descendentes.

 Isso também totalizaria 6 gerações, mas de duas famílias distintas, diferente dos Vilas Boas.

 A jornada ainda não chegou à metade. Há muito ainda por pesquisar e por fazer e o prazer em conhecer pessoas novas ou matar a saudade de velhos parentes só aumenta ainda mais a satisfação de continuar com esta empreitada! “A reverência ao passado garante nosso futuro” (Goethe)

O que é apresentado abaixo são apenas alguns exemplos inacabados da Árvore Genealógica, em escala bem menor que a original.

Nesta primeira figura, vê-se parte do que seria a árvore dos Vilas Boas, encabeçada, ao centro, por José Joaquim Villasboas e Joana Maria das Dores Villasboas e Antônio Botelho de Siqueira e Maria Izabel de Oliveira, seguidos de seus respectivos filhos na segunda linha. A partir da terceira linha, encontra-se a descendência de Manoel Correia Villas Boas (o Seu Neca) e Maria do Carmo Villas Boas (Dona Carminha).

Já nesta segunda imagem, pode-se ver parte da família Militani, iniciada com Francisco Militani e Maria Cristela Militani, seguidos de seus filhos. Nas bordas, à direita e esquerda, estão alguns parentes distantes de ambos os lados, cujas famílias ainda vivem em Nepomuceno. E no centro estão todos os descendentes de José Militani e Maria das Dores Militani.

Nesta terceira, vê-se a união próxima de ambos os lados da minha família, tendo o casamento de meus pais (ao centro) como eixo principal. À esquerda os Militani e à direita os Vilas Boas.

Diário de um Genealogista Amador

Até onde minhas lembranças se estendem, sempre gostei de coisas antigas, daquele tipo que quase mais ninguém dá valor. Nos dias chuvosos da minha infância, quando brincar na rua não era possível, lembro-me que minha principal diversão era ver e rever as centenas de fotos antigas que minha família ainda guarda nos maleiros dos guarda-roupas. Deleitava-me em ver antepassados que nunca conheci, todos em preto e branco, rostos sérios e poses pomposas. Perguntava a minha mãe e minhas tias o nome de cada um e qual relação tínhamos com aquelas pessoas. Eram tios e tias, avôs e avós, primos e primas, todos de várias gerações diferentes e vários graus de parentesco. Devido a isso, acabei por conhecer muito bem minha família, de ponta a ponta.

Anos mais tarde, ao conhecer a Obra de Tolkien em meados da minha adolescência, acabei me deparando com estudos detalhados da genealogia de personagens ficcionais, habitantes da Terra-média, o mundo imaginário tolkieniano. Em seus livros, Tolkien traça árvores genealógicas gigantesca, ligando seus personagens e criando famílias imensas, sejam de hobbits, elfos, ou humanos.

Eis então que uma coisa incentivou a outra e vice-versa e, agora, numa fase totalmente diferente da minha vida, após terminar a faculdade e começar a trabalhar de verdade, resolvi correr atrás das minhas origens, conhecer melhor meus antepassados, suas histórias, e toda a dinastia que se iniciou no Sul de Minas e se estendeu por todo o país.

Em meados de novembro de 2010, dei início aos primeiros estudos deste projeto, coletando dicas na internet, procurando orientação de pessoas mais experientes no assunto e conhecendo softwares de genealogia (dos quais escolhi o MyHeritage) que pudessem me ajudar na organização e estruturação das pesquisas.

Para o meu desespero, porém, a empreitada se mostrou muito mais difícil do que eu imaginava, por diversos motivos. O principal (e este eu até já esperava) é a distância: estando eu em São Paulo e minha família em Minas, o contato para coleta de informações se complica. Restou-me então abusar da internet, distribuir e-mails e recados em redes como Orkut e Facebook e, quando possível fazer visitas rápidas, sempre em companhia do laptop. Outro empecilho nesta jornada é o descaso de um ou outro com quem me deparo. Não os culpo, afinal, cada um tem seus interesses e, convenhamos, ficar listando nomes e datas de pessoas mortas há anos não parece nada útil ou divertido. Por outro lado, para compensar, encontro vez ou outra com pessoas interessadas e prontas a ajudar.

É desta forma que venho, aos poucos, garimpando a matéria prima para compor minha árvore genealógica de ambos os lados da família: os Vilas Boas e os Militani. Nestes cinco meses, já coletei 326 nomes, mas apenas a minoria possui a ficha completa com datas e informações. Todo o restante não passa de nomes que nem mesmo sei se estão grafados corretamente. Minhas fontes orais estão se extinguindo e dentro em breve terei de partir para o próximo passo das pesquisas: cartórios e cemitérios.

Parece complicado e um trabalho grande demais para se desenvolver um estudo cujo interesse se restringe a apenas alguns membros da família, porém a satisfação ultrapassa os resultados. O caminho percorrido é o que mais satisfaz, afinal estou fazendo contato com pessoas que há muito não via ou não conversava e familiares distantes que não conhecia; estou matando saudades e conhecendo pessoas novas. De árvore, a idéia se estendeu para um documento maior, talvez até mesmo um livro. O caminho para isso ainda é longo e o resultado ainda irá demorar para ser atingido. Mas continuarei. E com o tempo, postarei mais informações, de acordo que for completando novos estágios. Só espero que alguém mais se interesse em ler.

Documentário – “História do Hip Hop” (Assista)

O ano era 2007. Eu acabara de entrar para a faculdade, acabara de deixar minhas Minas e me mudar para São Paulo. Ainda não conhecia ninguém, estava começando a descobrir o mundo novo da universidade, da comunicação, da TV, do rádio e do cinema. Enfim, estava completamente perdido!

Já no primeiro período do curso, o professor de Antropologia nos pediu um trabalho de pesquisa que teria por tema “A História do Hip Hop”. Um trabalho que poderia ser apresentado como quiséssemos, desde que atendesse aos pedidos feitos pelo professor. Todos os outros grupos (que tiveram por tema o break, o rap, a moda hip hop e a linguagem e suas gírias) aprensetaram de maneira tradicional, usando slides, discursos e levando convidados para debater o tema em sala de aula.

Meu grupo, no entanto, se amalucou e um colega disse: “se nosso curso é de rádio e TV, porque não fazer um vídeo então?” Pronto, estava feito o desafio. Mas como, se a faculdade não liberava equipamentos para alunos recém chegados? Como, se não tínhamos experiência alguma com vídeo, roteiro, câmeras e tudo o mais? E a resposta foi: “vamos fazendo. Se não der, passamos para o papel tudo o que conseguirmos e apresentamos da maneira tradicional.” Afinal já teríamos a pesquisa feita.

Pois bem, foi o que fizemos! Conseguimos uma câmera Hi8 emprestada com uma colega, um microfone bem tosquinho com outro colega e fomos à luta! Foi, portanto, a minha primeira produção audiovisual.

Ao fim pensamos que o resultado do vídeo era suficiente para ser apresentado, mesmo o áudio estando baixo e a imagem com uma baixissíma qualidade. Chegamos na sala com um DVD e colocamos para rodar, sem dizer mais nada, deixando que o vídeo falasse por si. Houve silêncio durante toda a apresentação e logo após, salvo as crítias têcnicas que já citei, recebemos o seguinte elogio do professor, o então Mestre Alfredo d’Almeida: “Há quatro anos ministrando esse mesmo trabalho, esse foi o melhor que já vi!”

Hoje eu assisto ao documentário e não acho nada de mais, e ainda encontro vários defeitos. Mesmo assim, é um doc do qual tenho orgulho em dizer que fiz. E agora, 4 anos depois de ser feito e apresentado, divulgo ele na internet, com exclusividade no Covil (e no meu canal do YouTube):

 

Como nos créditos têm apenas o nome dos integrantes do meu grupo, deixo abaixo algumas especificações sobre o o curta.

Produção:
LETÍCIA CAVALCANTE
J. V. V. B. MILITANI (Eu)
MARIANA VELOSO

Câmeras:
DANIEL ELEUTÉRIO
J. V. V. B. MILITANI (Eu)

Edição:
DANIEL ELEUTÉRIO

dentre outros…

Agradecimentos Especiais:
CASA DO HIP HOP DE DIADEMA
KING NINO BROWN
NELSON TRIUNFO
LEVI

Agradecimentos:
CASPER
MC VELOKO
E todo o pessoal da ZULU NATION e da CASA DO HIP HOP!

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO – 2007