A Segunda Renascença

 

TiposQuando Gutenberg criou a prensa de tipos móveis, em meados do século XV, o domínio da informação e do conhecimento era restrito à Igreja e à nobreza. Sua invenção, no entanto, facilitou a reprodução de textos e a publicação em massa de livros. Naquela época, ao “piratear” o conteúdo privado dos poderosos, esta simples máquina de madeira contribuiu não apenas para o fim da Idade Média e início do Renascimento da ciência, como também acabou com o monopólio católico ao abrir espaço para novas idéias Protestantes.

Aquela situação, distante mais de 550 anos no tempo, não é muito diferente da que vivemos hoje. A informação, que no século passado se industrializou, tornou-se, talvez, a mais poderosa das moedas e hoje é concentrada nas mãos de poucos poderosos ao redor do mundo. A mídia do século XX foi chamada de “Quarto Poder” e ganhou status suficiente para eleger ou derrubar líderes políticos e religiosos – ou mesmo se misturar a eles. Porém o crepúsculo do último milênio deixaria um legado para uma nova revolução, uma segunda prensa de Gutemberg: a internet

Foi na década de 1990 que a rede mundial de computadores começou a engatinhar com agilidade em direção às massas. Primeiro como suporte acadêmico, mas logo ganhando novas funcionalidades, até ser capaz de abalar as estruturas dos impérios midiáticos.

Online-x-offline-550x286Mesmo que tais impérios também tenham agregado territórios deste novo continente virtual, logo os fóruns de discussões, os blogs e, mais tarde, as redes sociais, iriam se tornar as mais democráticas nações de informação e disseminação de cultura, questionadores do conteúdo da mídia tradicional – ou mesmo suas fontes.

O blog foi, talvez, o mais popular destes meios. Criado por volta de 1997, a ferramenta facilitou o uso da internet de tal maneira, que, a partir dela, ficou muito mais simples publicar conteúdo na rede. Usado a princípio como simples diários, versões online dos cadernos adolescentes, logo o sistema ganhou ares jornalísticos e formato corporativo. Blogs noticiosos, opinativos e culturais se disseminaram pela internet e foram o embrião de diversos portais independentes, muitas vezes com mais credibilidade que a mídia tradicional.

Não apenas questionadores, os blogs também se mostraram uma alternativa que fugia à regra sensata dos conglomerados informativos. Na “blogosfera” havia espaço para assuntos que fugiam da agenda da imprensa: religiões diferentes, teorias conspiratórias, arte alternativa, aparições alienígenas etc.

/TARIFAS/PROTESTO/RJOs grandes veículos de imprensa viram nos blogs um forte concorrente e, a princípio, se afastaram deles, proibindo seus profissionais de manterem páginas pessoais, paralelas ao trabalho corporativo. Mas como no dito popular: se não pode com eles, junte-se a eles. Não foi preciso sequer uma década para que os grandes portais de notícia abrissem espaço e contratassem seus próprios “blogueiros”. Estadão, Veja, Cartal Capital, New York Times… esses e muitos outros veículos mantém um grande número de blogs em seus portais, fazendo as vezes das colunas opinativas dos jornais impressos.

Logo as redes sociais ganharam força e o disseminar de informações ficou ainda mais rápido e fácil. Os blogs foram incorporados por elas. Hoje, o Facebook nada mais é que um gigantesco mural com milhões de blogs interligados, bombardeando postagens infinitas diante dos olhos do usuário.

gutenberg50A deep web acobertou a Primavera Árabe; as redes sociais impulsionaram as manifestações brasileiras em 2013; blogueiros cubanos, chineses e norte-coreanos são caçados por seus respectivos governos e tratados como inimigos, apenas por emitirem suas opiniões. Espiões das grandes potências disseminam segredos de Estado para o público geral.

Isentos ou não, sensatos ou não, os blogs e as postagens nas redes sociais – a internet como um todo – estão levando o mundo a um novo período renascentista, abrindo as portas para um novo iluminismo, tirando o poder das mãos dos grandes impérios e distribuindo-o ao povo, tal qual o fez a prensa em sua época. Quando cairá a próxima Bastilha?

Este Texto não é Livre – Como o Pensamento de Foucault Pode Explicar as Limitações do Jornalismo

O texto a seguir foi composto
para a avaliação da disciplina
Análise do Discurso e é postado aqui
apenas para registro e curiosidade dos leitores.

FoucaultA partir  do momento em que o jornalista detém para si  a fala do entrevistado, ele detém também o poder do discurso, a capacidade de moldar o discurso alheio de modo a se beneficiar dele em seu próprio discurso. Essa mesma relação de poder, porém, também se dá entre o jornalista e fatores que o impedem de enunciar os acontecimentos com total liberdade e originalidade.

Segundo Foucault, existem fatores Internos e Externos que limitam e conduzem o discurso. A relação de poder, partindo desta análise, foca-se nos sistemas Externos, ou seja, na relação do enunciador com a instituição na qual ele está inserido. Foucault enumera três fatores externos: a “Interdição”, a “Separação” e a “Vontade Verdade; cada qual uma formação complementar de relação do enunciador com o ambiente que o cerca.

A Interdição é o impedimento de se dizer o que quer à quem e/ou onde quiser. A Separação é a necessidade de aprovação do discurso por outrem. Enquanto a Vontade de Verdade diz respeito à relatividade dos valores, que poder ser verdadeiros ou falsos, dependendo do âmbito no qual estão inseridos.

Tendo por base o pensamento de Foucault, é fácil entender as relações de poder que limitam o discurso do jornalista, sendo que este encontra-se naturalmente inserido em instituições que conduzem e moldam seu texto. É fácil citar exemplos que cerceiam o discurso jornalístico, como a linha editorial do veículo, influências econômicas dos anunciantes, empecilhos políticos ou mesmo determinações legais.

Em um exemplo extremo, o jornalista jamais poderia publicar acusações ao veículo do qual faz parte ou aos funcionários que ali trabalham. Nem mesmo se voltar contra empresas que o patrocinam ou ir contra a legislação local.

É, portanto, compreensível que todo e qualquer discurso jornalístico seja limitado a regras implícitas – jogos de poder – que conduzem o jornalista na construção do seu texto e o impedem de expor livremente seu enunciado.

Dia do Orgulho Nerd

Nerd PrideSe você gosta… ou melhor, adora cinema, quadrinhos, mangá, animes, literatura, games, RPG, séries de TV, está sempre conectado à internet, ligado em vários fóruns de discussões e listas de e-mails, adora colecionar (qualquer coisa) e vive às voltas com temas nostálgicos, principalmente os relacionados com os anos 1980, então sorria, meu caro, pois você é um nerd e hoje, dia 25 de maio, é o seu dia!

Sim, exatamente isso, 25 de maio é o Dia do Orgulho Nerd e o Covil não poderia deixar passar esse dia em branco, não é?

Para quem não sabe, nerds são aquelas pessoas que realizam intensas atividades intelectuais por puro gosto ou prazer, muitas vezes preferindo estas às atividades mais populares. Geralmente o termo é aplicado às pessoas com inteligência acima da média, ou anti-sociais e introvertidos.

Porém a gíria, que surgiu nos EUA em meados da década de 1950, com a ajuda da internet, hoje ganhou status diferente, se tornando uma tribo urbana.

Diferente das demais tribos, e por mais incrível que isso possa parecer, os nerds são difíceis de serem identificados, pois gostam de estilos variados de músicas e têm, cada qual, seu próprio estilo de se vestir. Em outras palavras: são originais!

Podem gostar de Heavy Metal, rock ou música clássica/erudita, ou mesmo música caipira (como um certo orc que mora aqui perto). Podem gostar dos quadrinhos da Marvel e DC, ou preferir os mangás japoneses. Podem gostar de literatura ou preferir um bom filme. Viajar pelo espaço na ficção científica ou pelos castelos e fortalezas da fantasia medieval. Ou, o que é mais comum, tudo isso ao mesmo tempo.

I Love NerdsSão cultos e, quando se interessam por certo assunto, se afundam nele até desvendá-lo totalmente. E quando já sabem tudo, não tardam a escrever sobre o tema ou mesmo compôr músicas.

Hoje os nerds dominam a internet, a informática, a publicidade, o cinema e o mundo. Exagero dizer isso? Nenhum pouco! Homens como Bill Gates (dono da Microssoft), Sergey Brin e Larry Page (criadores do Google), Peter Jackson (Oscar de Melhor Diretor em 2003) e até Obama (atual presidente dos EUA) são assumidamente nerds.

Quanto ao Dia do Orgulho Nerd, este surgiu em Madri em 2006, comemorando a première do primeiro filme da série Star Wars, lançado em 1977. Em 2007 o evento ganhou força em toda a Espanha. No último ano ele se estendeu à América e hoje chega ao Brasil, mesmo que timidamente.

Portanto, seguidores de Tolkien, Lucas e Roddenberry, uní-vos, pois nós chegamos pra ficar!!!