As (mal adaptadas) Histórias da Mitologia Nórdica

Por questões históricas e culturais (talvez pelo fato de considerarmos a Grécia o berço de nossa civilização), nós brasileiros, difundimos e conhecemos apenas a mitologia greco-romana, seus deuses, suas lendas e seus heróis. E por muitas vezes ignoramos a existências de tantos outros mitos que, tais quais os gregos, formam as fundações de outros vários povos e civilizações. Um deles, tão rico quanto as histórias legadas por Homero, é o proveniente das regiões nórdicas da Europa (hoje Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) e conhecido como Mitologia Nórdica. E foi com intenção de nos expor esta tão rica e complexa mitologia que os autores gaúchos A. S. Franchini e Carmen Seganfredo publicaram suas versões dos contos escandinavos no livro “As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica”. Pena que fizeram isso tão parcamente.

Para contar essas histórias, Seganfredo e Franchini dividiram sua adaptação em duas partes. Na primeira, as lendas são adaptadas dos registros encontrados na Islândia e contam, principalmente, as fábulas relacionadas aos deuses, citando como Odin se tornou o deus supremo, dando um de seus olhos em troca de sabedoria; ou sobre os corajosos feitos de seu filho, o deus Thor; ou ainda as artimanhas frustradas de Loki, o deus da trapaça. Ainda nessa parte existem pérolas como o conto no qual Thor e seus companheiros enfrentam a Rigidez das montanhas, a Voracidade do fogo, a Rapidez do pensamento e a Imensidão do oceano; ou a morte do invencível deus Balder, assassinado por um mísero e inocente ramo de azevinho; ou ainda a  grande batalha do Ragnarok e o fim absoluto dos deuses.

Idun e as Maçãs da Juventude

Esta mitologia oriunda da Escandinávia difere em muitos pontos daquelas que conhecemos. Um dos principais é o fato de seus deuses serem mortais, mantendo-se vivos e jovens por tanto tempo apenas devido às maçãs mágicas cultivadas nos jardins da deusa Idun. Nisto se encontra grande parte da beleza dessas histórias, pois, desde a criação dos Nove Mundos, existia a profecia do Ragnarok, o Crepúsculo dos Deuses, a grande batalha que poria fim ao reinado de Odin, o deus supremo, sobre o mundo. No entanto, mesmo sabendo que a derrota era predestinada, eles, tal como os humanos que os cultuavam, jamais desistiram de lutar. É o que hoje os estudiosos chamam de “Teoria da Coragem do Norte”, uma coragem que se mantinha inabalável mesmo diante da derrota iminente.

A segunda parte, porém, tem um quê de grandiosidade que se soma ao próprio mito que ali é contado: é a versão romanceada da obra-prima do compositor alemão Richard Wargner, a ópera “O Anel dos Nibelungos”. O conto do anel é a versão germânica da Mitologia Nórdica e, com certeza, a melhor parte do livro. Um verdadeiro ensaio sobre o medo e a coragem, a prudência e a ousadia. Tudo com um toque de heroísmo e tragédia. A ópera, contada aqui em prosa, narra a história de Sigfried, filho de Sigmund, que por sua vez era filho bastardo do próprio Odin (chamado aqui e Wotan). Sigfried era predestinado a ser um grande herói, porém o personagem, com sua arrogância e prepotência, nada tinha de herói a não ser o fato de sua coragem desmedida.

Outro motivo interessante para se conhecer tais histórias é poder relaciona-las com a obra do escritor inglês J. R. R. Tolkien, criador de uma mitologia própria, cujo livro mais conhecido é O Senhor dos Anéis. Afinal, foi com a Mitologia Nórdica que Tolkien estabeleceu as bases para seus contos e muitas de suas inspirações podem ser encontradas neste livro, principalmente relacionadas à história de Túrin Turambar, a encarnação tolkienina do herói Siegfried.

Entretanto “As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica” tem lá suas pobrezas, e elas não são nada pequenas. A primeira intenção do livro era traduzir de maneira acessível os antigos contos nórdicos, tratando-os como fábulas. O resultado, porém, foi algo extremamente infantilóide, que destruiu por completo toda a beleza das antigas lendas dos vikings, empobrecendo-as e idiotizando-as. A começar pelo excesso de linguagem coloquial, que diminui a grandiosidade e austeridade da mitologia, como o abuso dos “vocês” e de expressões como “ué” ou, ainda pior, “minha nossa” saindo da boca de deuses nórdicos. Esta última, por sinal, a pior delas, afinal “nossa” é uma expressão católica, inexistente na época do surgimento destas histórias.

Odin

Outro ponto fraco são as desnecessárias comparações com a mitologia grega em todo o decorrer da primeira parte do livro: “A deusa Freya (a equivalente a Venus da mitologia grega)…”, sendo que, se havia mesmo a intenção de comparar ambas, que isso fosse feito de maneira mais aprofundada e em um capítulo à parte, dedicado exclusivamente ao tema (assunto, aliás, que os autores parecem desconhecer, pois Vênus e Freya possuem poucas semelhanças se comparadas diretamente). Além de vários outros problemas, como o absurdo de se chamar Asgard, o reino dos deus nórdicos, de Olimpo (o monte grego onde, acreditava-se, viviam Zeus e companhia limita).

No conto do Anel dos Nibelungos existem miseráveis tentativas de descrição, mas parece ter faltado talento aos dois autores gaúchos.

Mesmo assim, o livro tem lá seus valores (estes, claro, não estão ligados de maneira alguma com seus “autores”): as antigas histórias que ali estão contadas. E para um primeiro contato com este novo universo, talvez até valha a pena ler o volume. Afinal se até Odin perdeu um dos olhos para se tornar sábio, então vale a pena perder um pouco de tempo com este livro.

235 respostas em “As (mal adaptadas) Histórias da Mitologia Nórdica

  1. Eu li esse livro e achei que a narrativa ficou muito simplificada, como quem atira para todos os lados e acaba não acertando nada.
    A parte em que o lobo Fenrir olha para a rede e pensa “Barbada!” é de chorar.
    Mas as lendas nórdicas valem a pena, de qualquer forma.
    Parabéns pelo blog.

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  2. Olá, “Snaga”, tudo bem? Sou A. S. Franchini, um dos autores do livro que voce resenhou. Só para esclarecer: nossos livros tem a intenção mais ou menos óbvia de desmistificar os mitos, daí o uso – e talvez abuso – do coloquialismo e de um tom que, aos devotados do gênero heróico, pode parecer algo vulgar ou desrespeitoso. Nossa versão vai para o lado da sátira, e não da reverência cega a estas histórias que, apesar de serem muito engenhosas, não deixam de ser, a meu ver, elas próprias, infantis. Não posso levar a sério histórias que, em sua grande maioria, mais parecem esquetes do Chaves, digam o que disserem os adoradores de Odin e de Loki, esta dupla cômica realmente magnífica. (Desculpem, mas não consigo realmente levá-los a sério, nem os deuses nórdicos, nem Tolkien, nem a legião aborrecidíssima dos seus imitadores e adoradores.) Pelo menos é assim que eu vejo tudo isto, procurando levar a coisa para o lado da sátira e da brincadeira, a exemplo do que faz Terry Pratchet na sua série “Discworld”. Um grande abraço e muito obrigado por ter se ocupado de nosso livro em seu site, que está realmente muito interessante.

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    • Uau… vou humildemente em busca por conhecimento… e acabo por encontrar uma discussão desse nível e me sinto insignificante hahahahaha

      Acho que já me prorroguei demais, seu livro entrou pro primeiro da minha – grande – lista de desejos literários!

      P.S.: foi dolorido ler sua opinião sobre o Tolkien, oh céus! haha

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    • Interessante a abordagem do Sr. Franchini.
      Entende a mitologia nórdica como infantil e informa não levar a sério tal mitologia.

      Ora, será que o referido senhor teria a coragem de afirmar, publicamente, o mesmo acerca da mitologia judaica e cristã?

      De fato, para mim, ambas mitologias (como todas as demais) são tentativas, grosseiras e aparentemente inocentes, de se explicar o que, à época, parecia ser inexplicável, sui generis.

      Todavia, como afirmei acima, parece haver um certo desdém com as demais culturas que, ao que parece, não ocorre com os mitos esdrúxulos dos católicos e muçulmanos.

      Ou, por acaso, toda aquela História de homem que nasce da poeira, mulher que surge da costela, etc lhe parece mais “adulta”?

      Queria ver, sinceramente, tal autor escrever uma versão “popular” da Bíblia Cristã, escrevendo algo como “Adão foi ali dar uma trepadinha com Eva” ou “Maria, que nunca havia dado, ficou prenha”.

      Será que tal texto seria aceito pela nossa sociedade tal qual o texto acerca das mitologias nórdicas? Penso que não.

      E, nesse caso, para além da racionalidade intrínseca do texto, sabemos que tal texto, por mais absurdo que seja, será tratado com toda deferência possível.

      Talvez, até criminalizem tal abordagem, o que demonstra o caráter pouco democrático de nossa sociedade e covarde de tais autores.

      Que um dia possamos tratas todos os mitos com o mesmo respeito e à mesma liberdade.

      Um abraço!

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      • Em tempo, possuo grande respeito por todas as mitologias, independente de sua origem, trajetória ou status atual (hegemônicas ou não).

        Antes que alguém me acuse de intolerância para com os cristãos, esclareço que minha referência às narrativas cristãs, de forma coloquial, utilizando-se de linguagem popular corrente, sequer foi satírica.

        Diferente do autor do livro acima analisado, não pretendo ridicularizar tal ou qual mitologia/religião.

        Pelo contrário, trago ao debate o caráter preconceituoso e covarde dos autores que, sem sombra de dúvidas, não teriam a mesma “coragem” de tratar, de forma desrespeitosa a mitologia hoje dominante.

        Sou ateu, defendo o estado laico porém, em momento algum, penso que a mitologia de um povo, patrimônio de sua história, pode ser tratado com tamanho desdém.

        Falar em “Odim e sua corja” me fez pensar: será que este autor teria a coragem de escrever o mesmo em relação ao Deus cristão? DUVIDO!

        No mais, encerro minha participação pois o debate acaba, por fim, a dar grande publicidade a um livro que nunca a teria por seus próprios méritos.

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    • Se são tão infantis assim porque vocês perderam seu precioso tempo escrevendo o livro? Aliás como apontaram nos comentários o mito da Arca de Noé e da cobra do paraíso seriam tratados como infantis também? Felizmente tenho uma visão que me permite enxergar os mitos dos diversos povos como algo maravilhoso, fantástico. São expressões de criatividade e narrativas únicas.

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    • Olá, Renan! Obrigado pela visita ao Covil.
      Infelizmente desconheço outro livro sobre Mitologia Nórdica. O que posso lhe indicar são os artigos do pesquisador brasileiro Johnni Langer. Joga o nome dele no Google, associado à Mitologia Nórdica, e irá achar vários textos muito interessantes e tratados com mais relevância.

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      • Diferente de muitos, eu achei esse livro muito divertido e aproveitei muito cada momento de literatura. No inicio do Livro, A.S Franchini e Carmen Seganfredo explicam as origens da mitologia e de onde retiraram as informações necessárias para romancear as histórias. Lendo esse livro, você consegue ter uma idéia de como é o panteão Nórdico, mesmo que seja levado ao lado da sátira, que convenhamos, existe muito na mitologia nórdica. Não precisa tomar como base a história, o odinismo em si, pois no odinismo a coisa é muito mais complicada e tende a ser mais massante e dificil de se ler. Existe bons livros que levam para o lado historico e literário da mitologia Nórdica, porém, não discarto de forma alguma a literatura de AS Franchini e Carmen seganfredo que fazem livros sobre mitologias ficarem muito mais interessantes.

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    • Renan tem um livro novo que saiu este ano, eu ainda não li mas parece ser uma sátira.O nome é Ragnarök – O Crepúsculo dos Deuses da autora Mirella Faur , editora Cultrix.

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  3. Obrigado ao Daniel pela sua opinião favorável, e cumprimentos também ao Renan, que tem, evidentemente, todo o direito de não apreciar os meus livros. Quanto ao seu reparo acerca do “Olimpo”, agradeço bastante, pois se trata, evidentemente, de um ato falho, do qual até mesmo os grandes escritores não estiveram jamais isentos de incorrer. Numa futura edição este lapso evidente será certamente corrigido. Finalmente, um abraço ao Snaga, por nos permitir a todos esta saudável troca de ideias no seu Covil democrático. Apesar de não ter sido merecedor das suas boas vindas, quero crer que minhas visitas eventuais não o desagradem.

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    • Olá, Franchini!

      Fiquei adiando uma resposta ao seu post e acabei me esquecendo.
      Mas é claro que você é bem-vindo ao Covil, assim como todos. E claro também que suas opiniões e críticas são essenciais para o desenvolvimento deste espaço, assim como as de todos que por aqui passam.

      Primeiramente, a intenção do artigo não era ofender os autores, de maneira algum, apenas expressar meu descontentamento ao ver uma cultura tão rica quanto a escandinava ser tratada de maneira tão desleixada.

      E seu primeiro comentário aqui apenas almentou o descontentamento ao mostrar que você, ao que parece, sequer gosta do que escreve. Ao fim você e Seganfredo exploram o tema apenas por ter certa demanda comercial no país, já que obras do tipo são raras por aqui. Ou seja, o livro tem apenas apelo comercial, o que explica muito do que eu escrevi aqui.

      Você falou sobre fãs do gênero heróico. Sou fã de épicos, capa e espada etc e tal. Mas isso não vem ao caso aqui. O grande valor dos antigos mitos, sejam gregos, nórdicos, celtas, maias ou indús, é o valor metafórico. Se para alguns parece infantil, isso advem do fato de não compreender o real significado escondido por trás de cada fábula. As próprias fábulas de Esopo ou Andersen, quando não-interpretadas corretamente, parecem apenas passa-tempos infantis, quando, na verdade, possuem um grande significado metafórico.

      Sou um grande fã de Chaves e tenho Bolaños como um ídolo do humor, mas por um motivo completamente contrário a tudo o que se apresenta em uma obra mitológica: Chaves nos arranca gargalhadas por ser simples, ingênuo, nonsense. Não há significados por trás de Chaves, há apenas um humor humilde. Bem ao contrário do que se apresenta em histórias mitológicas, que, mesmo tendo passagens de humor (como as intrigas de Loki e Odin, como você bem disse), possuem grandes significados ao fundo.

      E uma coisa realmente me deixou pasmo: você não consegue levar a sério os fãs dos mitos. Isso quer dizer que você não leva a sério os leitores dos seus livros. Porque devo ler um livro de um autor que não acredita naquilo que escreve. Seria o mesmo que depositar meu dinheiro em um banco que faz propaganda contra sua própria segurança.

      Não conheço ainda os livros de Pratchat, ma sei muito bem que ele vende seus livros como sátiras. Já vocês vendem como algo sério, enquanto, na verdade, não o são, como você mesmo disse aqui. Propaganda enganosa!

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      • Ses autores, é melhor não escreverem sobre o que não respeitam! Vcs são ridículos e mesmo na sátira não tem valor como escritores. Vcs são os escritores mais ignorantes e megalomaníacos q conheço. Leia o que escreveu acima e envergonhe – se!

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  4. Nossa, que gente mais raivosa! Será que toda a nossa juventude anda assim, neste estado alterado de nervos? Por Odin, mas que juventude mais pesada e ortodoxa esta de hoje! Relaxa, Snaga amigo!… É só um livro, garoto!… São só histórias!… É claro que eu não me senti ofendido com nada do que você disse na sua crítica, mesmo porque até concordo com algumas delas. E sabe por que, Snaga? Porque eu estou completamente leve, garoto. Achei até graça em alguns momentos, porque sempre acho graça – não é deboche, amigão! – quando vejo pessoas se altetarem emocionalmente por causa de ninharias. A mitologia nórdica é ninharia, garoto. Tolkien também é ninharia, meus livros são ninharia, tudo é ninharia porque tudo que foge da vida real, no fim das contas, é de faz de conta, rapaz. É ninharia, é de papel. O que vale mesmo, garoto, é a vida, a vida real e concreta. Odin, como todos os deuses, não passa, no fim das contas, de um fantoche criado por algum mago charlatão ancestral para enganar os trouxas daquele tempo. ODIN NÃO EXISTE, GAROTO. É tudo mentira, ainda que, muitas vezes, bela e engenhosa. Eu sei que tem gente que gosta de cavar significados esotéricos “profundos” nestas histórias, mas eu não gosto, e não tenho obrigação nenhuma de seguir esta linha. Eu sei de tudo isto que você falou, conheço a maioria das “metáforas profundas” que os exegetas aplicam a cada uma destas lendas, não sou um idiota escrevendo sobre algo que não entende, pode estar certo disto, garoto. Quanto a motivação principal que você descobriu para eu escrever os meus livros – os quais adoro escrever! – quero dizer que você está redondamente enganado. Não, Snaga, eu não escrevo apenas por mero “apelo comercial” (acho que aqui, sim, você pegou meio pesado, garoto!…) Também faço pelo dinheiro, é lógico – é o meu ofício, vivo disto – mas, acima de tudo, pelo prazer de despertar o gosto na leitura e o prazer de despertar o espírito crítico das pessoas. Minhas versões são provocantes, porque não quero apenas reproduzir algo mecanicamente. Faço isto rigorosamente em todos os livros, procuro mostrar a contradição que há nestas histórias, justamente para que as pessoas demasiado “ortodoxas” – como você e o nosso amigo Tilion parecem definitivamente ser – percebam que nada neste mundo está a salvo do debate, da investigação e da crítica. Eu sei que Odin, Loki e toda a corja dos deuses nórdicos têm adoradores demasiado exaltados. Meu propósito, ao mesmo tempo que é o de divulgar este magnífico conhecimento milenar – certamente que é magnífico! – é também o de desmistificá-lo nos pontos que considero inadequados. Eu sei que existem “odinistas” que admiram o hábito que os vikings tinham de invadir e matar, ou de praticar sacrifícios humanos. Existem lunáticos que acham “bárbaro” o fato deles empalarem bebês em meio a estas matanças. Bom, este é um hábito que eu vou ridicularizar sempre que puder, e tantos outros que não podem ser exaltados por entusiastas juvenis da selvageria arcaica. Odin fazia muita coisa errada nas histórias, todos os deuses faziam, e eu os critico para mostar que eles, no fim das contas, não passam de representações humanas. Quanto ao Chaves, que você diz admirar, volta e meia ele trata de temas mitológicos nos seus sketches, recriando-os de uma maneira alegre. Ele não tem só um humor “humilde e sem significado” como você afirma. Você está julgando-o de maneira um tanto superficial, como diz que eu faço com as lendas. Ele pertence a uma tradição cômica muito inteligente que se perde no tempo, que passa por Chaplin, Keaton e o próprio Cantinflas, seu patrício (um humorista fabuloso que a gurizada hiper-internet-intelectualizada de hoje provavelmente jamais ouviu falar). Finalmente, no que diz respeito ao conteúdo dos meus livros, eles são exatamente o que são. Não há neles “propaganda enganosa” alguma (como você, de maneira um tanto abusada, afirma). Esta impressão sua advém do conceito limitado que você parece fazer de qualquer obra – ou seja, de que ela deve atender e satisfazer exclusivamente o seu gosto pessoal e os seus pré-conceitos acerca do que deve ser dito num livro antes mesmo de abri-lo. Pois muito bem, garotão, fique sabendo que você e os seus amigos de ortodoxia juvenil caíram direitinho na minha esparrela, pois ERA EXATAMENTE ISTO QUE EU QUERIA! Finalmente você se confrontou com algo que abalou a sua ortodoxia, Snaga amigo. Por alguns instantes você foi retirado do seu culto pessoal de adoração às fábulas para ingressar no mundo adulto do pensamento crítico. Por Odin se não era isto o que eu queria!… Sim, é possível ler-se estas histórias com senso crítico, e mesmo considerá-las até mesmo idiotas, sem que um Tribunal Supremo da Inquisição Nórdica desça do Valhalla para punir o herege blasfemo!

    Bom, acho que por hoje já chega. Desculpe se me estendi, Snaga amigo, mas é que gostei muito de responder aos seus argumentos. Respeito suas opiniões e a de todos os demais, e agradeço mais uma vez a sua generosidade em permitir que eu desenvolva, junto com você e os demais participantes deste belo fórum, as nossas ideias acerca do que um livro de mitologia nórdica deva conter, ou não conter. Eu, particularmente, espírito livre que sou, acho que pode conter tudo, da reverência o mais puro deboche.

    Um abração e obrigado pela gentileza.

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  5. Olá, Snaga!

    Já que ninguém respondeu ao meu “tratadinho” quero aproveitar para abusar mais um pouco da sua generosidade e esclarecer aquele negócio de que eu “não levo a sério os fãs dos mitos, nem os leitores dos meus livros”. Isto sim, mais do que qualquer outra coisa, tem de ser esclarecido. É claro que eu os levo a sério e os respeito, adoro conversar com todos os leitores, concordem ou discordem de mim (a discordância é fundamental, a luz só surge do atrito, podem meter o pau à vontade). O problema todo é que não consigo, de jeito nenhum, bajular ninguém. Já perdi amizades por causa disto, mas é simplesmente impossível que eu aja de outro modo. Para mim respeitar o leitor é ser sincero com ele, e não dizer coisas apenas para afagar as suas convicções. Jamais vou escrever um livro apenas para lisonjear o gosto ou a opinião de alguém. Tenho a consciência de que posso estar perdendo muitos leitores por causa disto, como você afirmou, e com razão, na sua metáfora bancária. Bom, então, seja lá como for, pelo menos fica bem claro que, definitivamente, A. S. Franchini não é um mercenário que escreve somente para ganhar dinheiro. Se fosse assim jamais teria cometido a loucura de dar um tiro no meu próprio pé. (Muito provavelmente meu editor, ao saber disto, irá me exigir uma indemização judicial por perdas e danos). Mas é evidente, Snaga e amigos deste qualificado fórum, que ali há um exagero com intenção cômica. É lógico que eu levo todos a sério, até mesmo os exaltados do “odinismo” ou do “tolkienismo”. O que eu quis dizer – e continuo dizendo – é que, mesmo adorando o tema do qual trato – ou seja, a mitologia, e a maior parte da literatura de fantasia que gira em torno de temas correlatos -, acho que não se deve nunca descambar para o exagero ou o fanatismo. Quando, por exemplo, vejo pessoas – não digo a gurizada, mas homens feitos e de barba na cara, praticantes regulares de sexo e de sonegação de impostos – chegando ao extremo de se vestirem de elfos ou de magos, ou calçando “pezinhos-imitação” de hobbits em congressos festivos, bom, aí sim eu admito que sinto uma vontade danada de dar um piparotezinho na orelha nesta gente. Um adulto vestido de Frodo – com orelhinhas e tudo – convenhamos, Snaga, que é lamentável…!

    Agora, quanto ao livro, que é o que realmente interessa: relendo-o com calma, sinceramente não vejo nele, na verdade, nada que soe ofensivo aos mitos. Apesar de ter adotado um tom um tanto escrachado, as histórias não estão deturpadas, e seguem rigorosamente o teor das lendas originais, que têm, como já disse, um tom originalmente cômico (A história do roubo do martelo, com Thor vestido de mulher, o seu duelo grotesco com a velha giganta, e a pescaria da cobra são rigorosamente cômicos, não podendo ser recontados de outra forma.) Já o Anel dos Nibelungos, que ocupa mais da metade do livro, mantém um tom sério, com alguns vagos interlúdios cômicos, como acontece em boa parte das tragédias clássicas. Finalmente, Snaga, quero ressaltar algo que parece não ter ficado bem claro: o livro meu e da Carmen não pretende, de maneira alguma, disputar espaço com as obras de eruditos. (A propósito: existe um livro muito bom, nesta linha, da editora Madras, que se chama Mitos do Norte da Europa, ou algo assim; quem não conhece, entre no site da editora, que ainda deve estar disponível. O livro esmiuça muito bem os “significados profundos” que você tanto gosta. Foi ali que descobri, por exemplo, que o cavalo Sleipnir, que Odin utiliza para fazer suas viagens ao reino dos mortos de Hel, possui oito patas porque seria uma representação de um esquife. Como um esquife é carregado geralmente por quatro pessoas, aí temos a razão de Sleipnir possuir oito pernas. Admitamos que, “se non é vero, é bene trovato”.) Meu livro e da Carmen se destina àqueles neófitos que desejam ter um primeiro contato com o universo da mitologia nórdica. Você, entretanto, como boa parte dos demais frequentadores do seu Covil, me parecem estar num plano bem mais elevado em termos de conhecimento acerca do assunto, a ponto de fazerem algumas correções acertadas. Na última edição – já está na décima (felizmente, para um livro “ruim”, até que está agradando a maioria dos leitores) – foram feitas algumas correções, especialmente gramaticais.

    Muito bem, Snaga, e com isto encerro, de vez, minha participação neste debate, pois o que tinha a dizer está dito, e não me agrada estar me repetindo, a maneira de um robô dogmático. Vou me limitar, a partir de agora, a escutar o que você os demais visitantes têm a dizer.

    Um grande abraço, Snaga, e, mais uma vez, muito obrigado pelo espaço.

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    • Eu sei que isso foi em 2010 mas eu só vi isso agora e… olha, para mim tanto faz. Eu tenho senso crítico suficiente para saber que seu livro é horrível, felizmente meu inglês é fluente e eu consigo ter acesso a livros sérios e bons sobre mitologia, e aliás mitologia celta é meu campo de estudo (e está de parabéns quem recomendou Jhonni Langer! Ótimo pesquisador. Para quem gosta de mitologia celta, a mulher dele, Luciana de Campos, também tem coisas excelentes!). Mas eu já fui adm de uma página de mitologia no facebook e o pessoal é muito iniciante nessas coisas para julgar devidamente seu livro. Ele é como uma porta de entrada, muito torta e mal feita, para a mitologia, no caso deles. E acho que você devia se informar melhor sobre os odinistas ou asatrúar, o nome que quase todos preferem. Sabe o que eles pregam? Coragem, Verdade, Honra, Fidelidade, Disciplina, Hospitalidade, Laboriosidade, Independência e Perseverança. As Nove Virtudes. A ideia do neopaganismo é aproveitar as lições que a experiência dos ancestrais pode oferecer e rejeitar aquilo que pertence à outra época, outra terra, outras circunstâncias. Você não tem como afirmar o que é real porque todos os humanos estão limitados pelos sentidos, forma física e capacidade de pensar. Não seja tão rápido em desprezar a religião dos outros. Eu sou neopagã. Me tornei uma depois de anos de ateísmo (tão lógico e realista que quase tirou a empatia de mim como tira de muitos outros, algo tão essencial ao ser humano). Não sou uma espécie de pós-hippie maluca. Sou uma pessoa normal com amigos, namorado, faculdade e as ideias no lugar. Principalmente a ideia de que intolerância religiosa, pela propagação de mentiras e ignorando a verdade – quem é o papagaio repetindo coisas que ouviu por aí agora? – não tem cabimento no século 21. Porque obviamente você não tirou 10 minutos para ler nada sobre neopaganismo.

      O que me dá dó mesmo é gente que só tem acesso ao seu livro e mais nada e acha que aquilo é tudo. No mais, fazendo minha parte, fica aqui minha indicação de livros decentes (e, infelizmente, maioria em inglês) sobre mitologia:

      GERAL: The Ultimate Encyclopedia of Mythology – Arthur Cotterell
      GRECO-ROMANA: Livro de Ouro da Mitologia (tem em pt) – Thomas Bulfinch
      NÓRDICA: Penguin Book of Norse Myths: Gods of the Vikings – Kevin Crossley-Holland
      The Sagas of the Icelanders – Jane Smiley
      A Brief History of the Vikings – Jonathan Clements (mais sobre os vikings em si, mas é bom compreender o povo para compreender a mitologia)
      E as sagas que não achar em coletâneas – sempre bom ir direto na fonte
      Tem uma tradução e adaptação feita por Tolkien da “Lenda de Sigurd e Gudrún”, vale muito a pena, tem em pt. Aliás, Tolkien não era só um autor de fantasia, mas também um filólogo aplicado e grande conhecedor de mitologia.
      CELTA: O Livro Celta da Vida e da Morte (tem em pt) – Juliette Wood (mistura coisas modernas baseadas nos celtas com fontes originais, mas fica claro a divisão. Lindas ilustrações)
      Celtic Gods and Heroes – Marie Louise Sjoestedt (acadêmico, mas fácil de ler)
      Mabinogion – várias traduções, em pt inclusive

      E se alguém estiver interessado em paganismo, tem informações simples mas diretas na wikipedia (nada mais fácil!), além de fóruns, tumblrs, e livros como Paganism (River Higginbotham), Exploring the Pagan path (Kristen Madden) e Pagan Paths (Peter Jennings).

      Se você quer escrever livros satirizando a mitologia para fins críticos, chame o livro de “Abordagem satírica dos mitos nórdicos para uma visão crítica”, não “As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica” e venda como uma coletânea qualquer de mitologia.

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      • Olá, Camila, prazer em conhecê-la.

        Abono integralmente a lista dos livros que você sugere, são todos excelentes. Eu também escrevi um livro sobre a mitologia celta, e me baseei em muitos destes livros que você cita para confeccionar a minha versão “herética” – que certamente você, caso resolvesse ler, iria abominar.

        Quanto ao subtítulo para o livro da mit. nórdica – que você chama de “porta torta e mal-feita” (adorei a expressão, adoro portas tortas e mal-feitas, faz lembrar aquelas coisas malucas da Alice no País das Maravilhas, sensacional!) – que você sugere, deliciou-me tanto que vou anotá-lo para usar numa próxima abordagem satírica que fizer sobre o mesmo tema (vai estar lá, logo abaixo do título, como você recomenda: “Abordagem satírica dos mitos nórdicos para uma visão crítica” Puxa, é maravilhoso, uma pérola de paródia do estilo “acadêmico-ortodoxo-sisudo”!).

        Além de falar inglês fluentemente, vejo tb. que você tem um belo pendor para a sátira, hein!

        A propósito: o que você tem contra os “pós-hippies malucos”? Acho-os alegres e adoráveis, muito mais tratáveis e simpáticos do que os neo-pagãos rabugentos e mal-humorados.

        Abraço.

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      • Esqueci de dar um pitaco sobre os odinistas, asatrús, ou sei lá como gostem ser chamados. Crenças não são panelões de sopa, Camila, que você colhe lá dentro o que quer e deixa boiando o que não lhe agrada. As crenças pagãs, de modo geral, são inseparáveis da prática do sacrifício humano, por exemplo. Vikings o praticavam assiduamente, celtas também, assim como é impossível ser um asteca e não ser adepto da extração de corações humanos no topo de uma pirâmide. Neo-pagãos deveriam ser chamados de “falsos pagãos”, ou “pagãos-de-mimimi”, já que não obedecem aos severíssimos postulados originais destas crenças, que incluíam necessariamente a prática do sacrifício humano, requisito fundamental para que os deuses continuem a viver e a prodigalizar aos humanos os seus dons – e, eventualmente, também, as suas perversõezinhas.

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      • Mais uma coisinha, Camila. Meu livro não é indecente coisa nenhuma, como você sugere antes de listar os títulos dos livros que considera “decentes”. Indecente é ser grosseira com uma pessoa só por discordar do que ela escreve ou diz. Isto, sim, é indecente.

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      • Desculpa, mas não tenho paciência com gente ignorante e arrogante! Vc não sabe de nada, inocente!!! Se não fosse “inocente” não escreveria sobre o q não conhece. Pesquisar na Internet e juntar tudo numa linguagem chula, td mundo sabe fazer. Sim eu conheço suficiente de Mitologia Nórdica para saber q vc só pesquisou na Internet.
        Outra coisa, digo em poucas palavras o q tenho a te dizer, pois vc com suas palavras “encebadas” tem muito menos respeito para com quem investe seu tempo naquilo que poderia te ajudar a crescer e aparecer como um escritor de valor.
        Outra coisa ridícula do livro é a referência na capa: “A mitologia na qual J.R.R. Tolkien se BASEOU para escrever O Senhor dos Anéis”. Ou vc nunca leu estes livros ou não prestou atenção no seu próprio livrinho q escreveu, porque não tem nada a ver, fora talvez a Terra do Meio (Midgard) q é mais ou menos parecido com o nome q ele dá a Terra Média, mas se vc tivesse entendido saberia q os nomes dados são por motivos diferentes!
        Tolkien disse que conhecia a Mitologia Nórdica, mas não havia se baseado nela. E realmente quem conhece os dois, percebe que ele conhece os personagens e a história.

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      • Olá, Maria.
        Só com relação à Tolkien. Também acho apelativo o nome de Tolkien envolvido na capa do livro de mitologia nórdica. Mas tenho de discordar quando você que Tolkien não se inspirou em nada dos mitos nórdicos para compor sua própria mitologia.
        A história de Túrin Turambar é parecidíssima com a lenda de Sigurd e o Dragão. Bem como o Anel de Sauron tem uma relação estreita de “personalidade” com o Anel dos Nibelungos. Além disso, raças como Anões e Elfos foram tiradas totalmente da mitologia nórdica, bem como os próprios nomes de alguns personagens.

        Baseado na mitologia nórdica, isso realmente não é. Mas que possui muitas inspirações, isso não dá pra negar.

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  6. Só existe uma coisa que ficou me cutucando durante sua resposta, Franchini.
    A maioria das pessoas quando querem conhecer alguma cultura distante no tempo ou no espaço, não querem nenhum julgamento de valor que só diz respeito a moral ocidental cristã, todos nós já sabemos o quanto você está por dentro daquilo que é “certo” e “errado”.
    Os vikings queimavam e empalavam, assim como os árabes apedrejam adúlteros, os celtas e os astecas sacrificavam humanos, os romanos crucificavam inimigos, os indígenas matam os filhos e alguns brasileiros sacrificam animais em rituais afro, etc.
    Os fãs de mitologia, seja ela qual for, sabem muito bem diferenciar aquilo que é uma característica histórica e social daquilo que se tem de interessante de cada cultura.
    Os mitos não foram feitos para serem analisados como se fossem narrativas literárias, eles não são frutos da imaginação individual de um autor para um público, justamente por isso são universais.
    Não condeno a sua iniciativa de publicar o livro, vivemos em um país livre e cada um pode publicar o que quiser e viver da maneira que quiser, você não está roubando e nem fazendo nada de ilegal… só estou te dando um toque do tipo de público que procura as suas obras.
    Também não suporto alguns reconstrucionismos que não respeitam a especificidade sócio-temporal daquilo que se quer “reconstruir” filosoficamente… mas os cristãos não fazem isso com a Bíblia também? Posso lhe assegurar que este seu tipo de crítica aos “odinistas” não é cabível aos fãs de mitologia.

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  7. Ao julgar como “certo” e “errado” as atitudes de uma sociedade e de uma mitologia de centenas de anos será que você também não estaria respeitando a especificidade social e temporal daquilo que se propôs a analisar!?
    Os vikings não existem mais, a época e o meio que eles viveram é completamente diferente do nosso, e nem sei se é possível até mesmo para um acadêmico reconstruir a estrutura mental de um povo que viveu centenas de anos atrás, para que então julgar essa cultura através de nossa moral contemporânea ?

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  8. Só vi este resenha hoje, gostaria de ter visto mais cedo, quando a discussão ainda estava em curso, mas concordo com o o Hades disse, e ao autor, se ele ainda lê esta discussão, não é uma raiva cega e dogmática, é uma reação à algo que soa como falta de respeito, em uma sociedade judaico-cristã que julga os valores e crenças que são diferentes, fazer sátira com eles é andar em terreno pantanoso.

    Ao autor, recomendo a leitura de stuart hall e maffesoli, já que acha que “chegando ao extremo de se vestirem de elfos ou de magos, ou calçando “pezinhos-imitação” de hobbits em congressos festivos, bom, aí sim eu admito que sinto uma vontade danada de dar um piparotezinho na orelha nesta gente”

    Se não consegue entender a importância do simbólico, dos rituais, dos grupos, muito me espanta que você goste de mitologia. Como o Hades disse, eles não são um testemunho fiel de determinado povo em determinada época, são uma das possíveis facetas para se entender o imaginário social, as angustias, medos e alegrias grupais desses povos.
    Sim, existem inúmeros relatos de que a comédia e sátira eram comuns na escandinavia medieval, porém perceber o porque isso era assim, é diferente de tratar o tema dessa maneira. Não faz muito tempo, negros eram motivo de piada e punições físicas em trabalho escravo, isso era a corrente, era o comum no meio social. Isso torna correto fazer piadas sobre negros, índios, etc? Então por que justificaria tratar as crenças e valores da mesma forma?

    E enfatizando o que o Hades havia dito, julgamento de valores é uma coisa que não deve ser feita, em hipótese alguma.

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    • Claro que julgamento de valores podem ser feitos, André. De onde é que tirou esta regra draconiana de que não podem ser feitos “em hipótese alguma”? Eu os faço a hora que eu quiser, sobre o assunto que eu bem entender, e quem quiser discordar – como você fez, até com uma boa argumentação – que fique à vontade.

      Há coisas na mitologia que me desagradam, outras que me agradam. A poesia imaginativa dos povos antigos me agrada imensamente, mas suas práticas rituais me aborrecem ou mesmo me repugnam. Compreendo que estavam de acordo com a época. É preciso entender, contudo, que quando os critico estou fazendo a crítica direcionada aos modernos que pretendem, para mim de maneira absurdamente anacrônica, restabelecer tais práticas arcaicas. Aí eu acho que é querer levar a mitologia a sério demais, reinvestindo-a no status de religião, coisa que deixou de ser há muito tempo. Mas se alguém quer adorar novamente o velho Odin, o Mercúrio e o velho cão Xolotl dos astecas, quem sou eu para tentar impedir? Cada qual tem o direito de cultuar o que bem entender, é um direito constitucional assegurado.

      Obrigado por sua participação, André, especialmente pela maneira educada pela qual o fez, sem descer às baixarias verbais de alguns destemperadinhos que costumam aparecer por aqui.

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  9. Vamos apenas comentar um fato ao Senhor Franchini:
    Se levarmos pelo lado de “Odin não existe” podemos também afirmar que Deus / Jeová não existe.
    Os deuses, sejam eles de que panteão forem, existem a medida que existe quem acredite neles…Ou seja que se crie Egregora e energia suficiente de fé para que tenham sentido nesse tempo/espaço.
    Ou seja, se temos hoje reconstrucionistas Helenicos, Celtas e Nordicos, existe culto a estes deuses, existe necessidade de tratar a “mitologia” como algo melhor.
    Bem dizia Campbell: O meu é religião o dos outros é mitologia.
    Se for assim, podemos transcrever o mito judaico cristão contado na Biblia como nada mais que historinhas de susto, temor e medo (vide Velho Testamento) feitas pra por os homens a sujeição da invenção do Jeová ou Deus.
    O livro descreve de forma pobre a mitologia de um região inteira.
    Infelizmente o autor ainda vem a um site que resenha seu livro pra falar que não acredita em nada do que escreveu e diz que não ésó por dinheiro…Só pode ser por dinheiro.
    Historia necessita crença, seja no que se escreve, como boa literatura, seja no assunto que se trata.
    Escrever pelo escrever é prerrogativa de alguns vestibulandos que garatujam redações nos vestibulares da vida sem se preocupar com o portugues ou o conteudo, visando apenas passar (veja que marquei como alguns, tem gente que leva isso a sério, por favor, prestem atenção!).
    É péssimo quando um autor fica criando juizos de valor, ainda mais quando se refere ao fato de fãs…
    Fãs de Tolkien ou de Anime ou do que for, tem o direito de se expressarem, seja estudando o assunto do qual gostam, seja indo numa convenção, reunião ou afim fantasiado do que for – direito esse garantido pelo direito de ir e vir constitucional – se você, como fã de Tolkien, vai a um encontro vestido de Hobbit, você deveria poder se isentar de tomar o tal piparote na orelha de algum desconhecido que não entende o que você pretende e nem o que você gosta.
    Pois percebe-se que o senhor Franchini não gosta da obra do Professor John R.R. Tolkien, autor que ainda será lembrado por muitos séculos e criador a obra mais lida depois da Biblia (será que alguem vai lembrar dos contos mal contados de mitologia nordica?).
    Tolkien e muitos autores são fantasia. E isso deve fazer parte da vida, não como fuga do real, mas como parte do que nos faz querer mais, nos faz ir adiante e nos mostra os caminhos da imaginação.
    Pena…pena que o Senhor Franchini não consegue ver nem o quão sério Mitologias podem ser e nem o quão bom é poder viajar na sua imaginação sem tirar os pés do mundo real…

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  10. O que me assusta em manifestações desse tipo é que, sob a “proteção” da democracia”, alguém se sente à vontade para exprimir todo seu preconceito. Foi isso que aconteceu nas palavras do Sr. Franchini, ao desqualificar a crença de outras pessoas ou suas práticas lúdicas.

    A despeito da situação (essa sim, cômica) dele próprio desprestigiar sua própria obra – acredito que seus editores não concordam com essa postura -, o que realmente me causou espanto foram as seguintes palavras do Sr. Franchini:

    “Meu livro e da Carmen se destina àqueles neófitos que desejam ter um primeiro contato com o universo da mitologia nórdica.”

    A irresponsabilidade é tamanha. Um primeiro contato com a Mitologia Nórdica” (ou de qualquer outra mitologia, inclusive a cristã), deveria ser tratado com maior seriedade.
    É como se o autor estivesse “se lixando” para os leitores e a compreensão que estes podem ter sobre o assunto.

    É notório que o autor desconheça o trabalho literário de J.R.R.Tolkien. Dá a entender que o máximo que ele viu foram as capas dos livros “O Senhor dos Anéis” e os filmes de Peter Jackson. Desconhece, com certeza, suas pesquisas linguisticas e seu trabalho como docente de Oxford. E, também, acredito que ele desconheça o que realmente é Literatura.
    Pegar um punhado de texto pela wikipedia e transformar em livro está longe de ser obra de alguém que entenda o que é trabalho literário de fato.
    Mas isso nem merece maior atenção.

    O fato da obra estar na XXX edição não é sinônimo de qualidade ou de conteúdo, nunca foi. Iludido está o preconceituoso autor.

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    • Incrível a facilidade que pessoas como você e outros têm de descobrir o que se passa comigo, Shirley. Como vocês são soberbos! Para você é “notório” que eu “não li a obra de Tolkien e que só pesquisei na wikipédia”. Você não pode afirmar isto, garota. Você não convive comigo, nem acompanhou a feitura do livro para fazer uma afirmação destrambelhada destas.

      Li, sim, todos os livros do Tolkien – sofri o diabo para ler inteiro o chatíssimo O Senhor dos Anéis, mas consegui a proeza. (Por que se enfurecem quando eu digo que o livro é chato? Para mim é, embora reconheça o valor literário da obra e da sua engenhosidade imaginativa.)

      Meu livro e da Carmen não é desdenhoso para com a mit. nórdica. Ele é apenas leve e bem-humorado. Mas o fato de eu apreciar a cultura nórdica não me obriga a reverenciá-la, muito menos a crer nos seus deuses e admirar seus rituais.

      Eu não desqualifico a crença de ninguém. Apenas acho absurdo que pessoas, em pleno séc. XXI, queiram ressuscitar práticas religiosas extintas. Mas elas têm todo o direito de fazê-lo, e eu de continuar a achar isto um absurdo, e de temer que, na esteira desta revivescência irracional, alguém levante outra vez a necessidade, por exemplo, de restabelecer a prática do sacrifício humano, corrente na maioria das religiões ancestrais . As religiões ancestrais estão repletas de bons ensinamentos, mas também de práticas nefastas que não convém ressuscitar.

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    • De hoje em diante vou escrever sempre com esta nota amarga na alma: este livro jamais será lido pelo Felipe! Oh, lástima! De que adianta, então, escrever se o Felipe já disse que não irá ler? Respondam-me, vamos! Droga de vida – droga, droga, droga!!!

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  11. Gente, realmente não tem como levar a sério um autor tão estúpido… Depois que ele fez uma puta salada e misturou mitologia grega com mitologia nórdica, sem contar em desqualificar a crença de outras pessoas e/ou suas práticas, não precisa falar mais nada…

    Que mané, meu Deus, preconceituoso e além de tudo BURRO… Espero que a editora tenha conhecimento disso, e passe suas publicações para a seção: “Micos e Piadas”.

    Próximo passo dele será escrever quadros para o “Zorra Total”.

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  12. a principio gostaria de adquirir tal livro, mas depois das palavras do próprio autor da façanha neste blog, percebi que não vale a pena aprimorar meus conhecimentos sobre a rica e encantadora mitologia nórdica através deste volume. escritor pobre em suas palavras ao ofender a cultura de outros povos.
    ridiculo desconhecido Franchini!

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  13. Oi, pessoal, sou eu, Franchini, o autor do livro de novo.

    Olha, depois de ler todos os enxovalhos que me deram, no começo realmente não se senti inclinado a responder a nenhum deles, especialmente às ofensas do tipo das que me chamam atrevidamente de burro, ignorante, desonesto, ou coisa pior. Naturalmente que a estas não vou me dar ao trabalho de responder, pois seria descer ao mesmo nível daqueles que parecem estar habituados com a falta de educação.

    Quanto aos argumentos, sinceramente, a única coisa que posso responder é o seguinte: não vou mudar uma vírgula do que afirmei, pois tudo o que eu disse é exatamente o que eu penso. Quanto ao desrespeito à cultura, seja ela qual for, tenho a certeza de que jamais fiz isto. Então o filme Erik, o Viking, do Monty Python também é desrespeitoso? É uma sátira. O meu livro não chega a ser uma sátira, apenas leva as histórias – que originalmente já têm essa inclinação – para o lado da comédia, e nem sempre.

    Quanto a criticar alguns aspectos da cultura nórdica – como o dos sacrifícios e massacres – vou continuar criticando, não porque não seja capaz de compreender que faziam parte da cultura da época, mas porque acho que são traços arcaicos que, de uma forma ou de outra, deveriam ser banidos da mentalidade do homem moderno. O homem evolui. Antes, o canibalismo era a regra, hoje não é mais admissível. Sacrificar-se crianças em altares para divindades inexistentes – INEXISTENTES, tenho todo o direito de, em pleno século 21 não crer mais nelas, nem em Odin, nem em Júpiter, nem em Shamash, nem em Tupã, e muito menos na “Egregora” da Sheilla, ou nas criações extravagantes da mente dos esotéricos espalhados pelo mundo todo (embora lhes reconheça o direito de cultuarem o que bem entenderem) -, sacrificar crianças, dizia, é um crime bárbaro, seja em que época for. As culturas antigas eram muito imbecis neste aspecto, e os homens que davam ouvidos a estas sandices eram uns pobres de uns tontos, iludidos por druidas, bonzos, xamãs, e toda a casta sacerdotal, que sempre soube muito bem tirar o seu lucro de tais abominações. Ainda assim, devia haver algum esclarecido que, mesmo naquele tempo bárbaro, abominava tais práticas, e as censurava abertamente. Mas este coitado devia terminar, invariavelmente, também na fogueira (como eu, nos dias de hoje, pareço estar prestes a ser lançado). Voltaire passou a vida toda censurando as práticas bárbaras disseminadas pelas religiões como sendo produto da época do obscurantismo humano. Eu concordo totalmente com ele. É preciso compreender, mas não admirar tais coisas, como fazem, ainda hoje, alguns lunáticos (obviamente que é somente a estes que dirijo minhas críticas). E a coisa vem até os dias de hoje. A prática cristã de atribuir a salvação humana por conta de um sacrifício divino, por exemplo (sempre os sacrifícios!), mostrou-se maléfica, gerou horrores mentais sem tamanho, milhões de pessoas tiveram vidas miseráveis e oprimidas pelo sentimento de culpa por conta de tais crenças, que já deveriam ter sido banidas há muito tempo da mente humana.

    Agora, um recadinho a Shyrlei, que se acha muito culta, e a mim muito ignorante. Você disse que eu devo desconhecer “com certeza” a obra do Tolkien e suas pesquisas linguísticas. Dá licença, dona Shyrlei: COM CERTEZA É VOCÊ QUEM ESTÁ REDONDAMENTE ENGANADA. Já li o Senhor dos Anéis inteirinho, de cabo a rabo, e só não me dei à reprise porque, ao contrário de você, achei-o um livro chatíssimo.

    Dá licença, dona Shyrlei, de eu achar O Senhor dos Anéis um livro chatíssimo, assim como vocês todos acharam o meu livro idiota? Para o meu gosto – dá licença, dona Shyrlei, de eu ter o meu próprio gosto? – o Hobbit é um livro infinitamente superior, justamente pelo seu senso de humor, e a alegria de viver que ele transmite. Depois deste livro a impressão que me dá é que o sr. Tolkien se empolgou em demasia com o seu talento e acreditou que estava pronto para fazer um “Guerra e Paz” povoado por elfos e anões. No meu entendimento, com a devida licença da nossa querida Shirley, o SdA é um livro pedante, narrado à maneira de um romance realista oitocentista, repleto de descrições enfadonhas e psicologismos bisonhos aplicados a hobbits, seres fantásticos que, em nome da graça e do encanto da literatura de fantasia, deveriam continuar a ser, para todo o sempre, as criaturas menos psicológicas do mundo, tal como defendia Jorge Luís Borges (que a nossa cultíssima Shirley já deve ter lido, também, de cabo a rabo).

    Em resumo: o Senhor dos Anéis é um Pé! Eis a minha opinião, e quem não gostar, paciência. Que leia de novo o calhamaço todo e procure se acalmar.

    Bom, para finalizar: de todas as acusações que me imputaram, certamente que a pior de todas é afirmar, de maneira totalmente inconsequente, que eu não gosto de mitologias, nem do que escrevo. Gosto, À MINHA MANEIRA. Eu me sinto perfeitamente livre para gostar da mitologia – ou de qualquer outra coisa no universo – à minha maneira, e esta minha maneira não precisa ser reverente como a de vocês. Por favor, minha gente, façam um esforço mental para tentar entender isto. Respeitem o meu modo de encarar as coisas, assim como eu respeito o de vocês. Vocês estão contaminhados pela praga moderna do politicamente correto. Qualquer afirmação mais irreverente provoca uma rebelião no seu sistema nervoso. O sujeito diz que Tolkien é um chato, então é preconceituoso. Se eu digo que acho uma asneira certo episódio das lendas nórdicas, então sou tachado de “um cristão preconceituoso que se arvora em enxovalhados das sagradas crenças pagãs”, ou outra baboseira sectária qualquer. Pessoal, vocês têm que se acalmar. Vocês se investiram na condição de Guardiões da Cultura Pagã Universal e agora estão em campo para a sua Guerra Santa. O semblante de vocês está carrancudo, o fígado bombeando bílis negra para os seus cérebros. Relaxem, por favor!

    Vamos, lá, pessoal, sorriam!

    Vamos, é fácil, basta distender os músculos da face!

    Isto, gurizada! Já melhorou!

    Sou só um escritor dizendo o que pensa, Isto não pode ser motivo para vocês ficarem tão brabos. Não gostaram do livro? Joguem-no na cesta. Não gostaram das minhas ideias? Danem-se as minhas ideias. Mas o Franchinizão aqui não vai mudar uma palavra do que disse, pois está convicto do que afirma. Também não quer que vocês se prostrem aos pés dele reconhecendo-o como o Senhor da Razão. Mas tentem, apenas, meus amigos e minhas amigas, conviver com uma visão diferente de uma coisa que vocês estão habituados a idolatrar. Discordem à vontade, mas não se enfureçam comigo só porque eu não penso como vocês.

    Ok, pessoal?

    Um abração a todos.

    A propósito: estou lançando um novo livro, na mesma linha da mitologia nórdica, uma adaptação – ou “deturpação”, como já antevejo as críticas – de algumas sagas nórdicas, aquelas mesmas que Tolkien (olha aqui, Shirley, o “Ignorantão de Tolkien”!) tanto apreciava, a ponto de surrupiar alguns nomes para os seus personagens. O meu novo e maravilhoso livro se chama FÚRIA NÓRDICA. Pode crer, pessoal, se eu tivesse tomado parte neste debate antes de terminá-lo certamente que eu o dedicaria a todos vocês.

    Um abraço a todos vocês, meus queridos odiadores, em especial ao Snaga, que me convidou a retornar à esta maravilhosa liça do Covil para, à melhor maneira mitológica, retomar este valoroso duelo de um contra cem.

    Franchini.

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  14. E continua a exposição de falta de senso e de noção do Sr. Franchini.
    Até quando teremos que aturar suas esculhambações e falta de educação com a opinião alheia?
    Se as Editoras se dão ao trabalho de sacrificar arvores pra por mais lixo nas livrarias, se depender de mim e de todos os que eu puder avisar, o livro não venderá.
    É um desrespeito com todas as religiões o modo como ele encara as mesmas.
    Inexistente é a sua noção de que a ciencia justifica o mundo. Coisa alias que nenhum cientista sério jamais afirmará.
    Se você é um cetico, ateu, problema seu, mas então pare de tentar ganhar dinheiro com a religião dos outros!
    Canibalismo, sacrifios humanos não estão mais entre as praticas do mundo moderno, não nos moldes que você as vê, mas a forma simbolica destes permanece até mesmo na Missa no momento da Comunhão, afinal, segundo a Igraja Catolica Apostolica Romana, na comunhão você recebe o corpo e sangue de Jesus Cristo.
    Se você já foi enganado por um religioso, não faça disso sua regra de vida, afinal pessoas são diversas, com a graça dos bons Deuses.
    Sobre sacerdocio, vá pesquisar sobre religiões inciáticas, quem sabe assim, você descobre que ser seu proprio sacerdote evita essa de ser enganado.
    As pesquisas cientificas provam que o ser humano precisa de Deus (ou Deuses) e muita coisa não pode ser provada pela ciencia, nos leva a acreditar na existencia dos tais Inexistentes Deuses.
    E para cada um picareta (como você), existem dezenas de pesquisadores sérios pelo mundo que podem nos oferecer material de qualidade infinitamente superior a do seu livro.
    Quanto a SdA ser chato, cada um tem direito a uma opinião, ainda bem que o resto do mundo não concorda contigo, pois Tolkien foi considerado o livro do seculo, já o seu, aposto que nunca chega nem a segunda impressão da primeira edição.
    Tolkien foi traduzido e publicado no mundo todo, livros do Sr. Franchini, acho dificil…
    Quanto a sua certeza nas opiniões e afins, fique com elas.
    Ah, antes que eu me esqueça! Pare de destruir arvores para publicar suas porcarias, faça esse favor ao planeta Terra. A Natureza agradece.

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  15. Caríssima Sheila:

    Em momento algum desrespeitei a sua opinião nem a de ninguém. Voce, como a maioria de meus contraditores, não entendeu ainda o o que eu disse. Apenas expus a minha opinião. Você é que, com esta resposta extremamente ofensiva, demonstrou não ter o menor respeito pela opinião dos outros.

    Caríssima Sheila, onde foi que eu disse que “a ciência justifica o mundo?” Onde foi que eu disse que sou ateu ou descrente?

    Aproveito para fazer um pedido ao Snaga, que é o mediador deste espaço, no sentido de que coíba o uso de expressões injuriosas como esta de “picareta” que esta moça acabou de utilizar. Se a coisa vai descambar para a baixaria, então vou me retirar deste espaço, pois não estou aqui para escutar desaforos.

    Peço encarecidamente a você, Snaga, que estabeleça as regras para este debate, coibindo severamente este tipo de ofensa pessoal. Quem não for capaz de expressar suas opiniões sem recorrer ao expediente baixo da injúria pessoal, que, por favor, vá fazer outra coisa.

    Atenciosamente.

    Franchini.

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  16. Caríssima Sheila:

    Em momento algum desrespeitei a sua opinião nem a de ninguém. Você, como a maioria de meus contraditores, não entendeu ainda nada do que eu estou querendo dizer. Por favor, leia de novo tudo o que eu disse, com o espírito aberto de uma verdadeira esotérica, e verá que não há a intenção, em momento algum, de ofender a crença de ninguém. Apenas expus a minha opinião. Você é que, com esta resposta extremamente ofensiva, demonstrou não ter o menor respeito pela opinião dos outros.

    Aliás, onde foi que eu afirmei que “a ciência justifica o mundo?” Onde foi que eu afirmei que sou “ateu ou descrente”? Quanto a me meter em religiões iniciáticas, muitíssimo obrigado. Conheço o bastante de todas elas para julgá-las um mero emaranhado de fantasias. É a minha opinião, Sheila, e ninguém tem o direito de me impedir de expressá-la. Sei que você pensa de maneira diametralmente oposta, e respeito as suas convicções, mas o que que quer que eu faça? Eu não vou mentir e dizer que admiro algo que não admiro. Mas todos devem ter o direito de crer no que quiserem, e também no de descrerem, se for o caso, tendo, EM AMBOS OS CASOS, o direito de se expressarem livremente. É lógico que as religiões e as mitologias têm o seu aspecto benéfico. Nem por isto vou ser cego para aquilo que nelas julgo nefasto.

    Aproveito para fazer um pedido ao Snaga, que é o mediador deste espaço, no sentido de que coíba o uso de expressões injuriosas como esta de “picareta” que você, Sheila, num momento de destempero, acabou de utilizar. Infelizmente, se a coisa vai descambar para a baixaria, vou ter de me retirar deste espaço, pois não estou aqui para escutar ofensas pessoais.

    Peço encarecidamente a você, Snaga, que estabeleça as regras para este debate, coibindo severamente este tipo de prática. Quem não for capaz de expressar suas opiniões sem recorrer ao expediente da injúria pessoal, que, por favor, vá fazer outra coisa.

    Um abraço sincero a você, Sheila, ao Snaga e a todos os demais (inclusive ao meu colega de espécie João Paulo Nogueira, que me brindou com um epíteto que, apesar de inflamado, talvez seja mesmo exato. Um abração, meu confrade!)

    Franchini.

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  17. Bom, Sheila, dessa vez não tiro a razão do Franchini. Seus comentários são sarcásticos em vários momentos, porém em momento algum ele ofendeu particularmente a ninguém.

    Acho que a discussão descambou para um lado diferente do que é abordado pelo livro e pelo post em si.
    Franchini abordou crenças em seus comentários e, a partir daí, a coisa toda se voltou para este lado.

    Pois bem, creio que o desrespeito que mencionei aqui não faz alusão à crenças, religiões ou nada do tipo. Quando me referi que o livro deturpava a mitologia nórdica, não era porque desrespeitava os deuses, mas sim a grandiosidade das histórias.

    Mesmo que Odin ou Zeus tenham sido cultuados e louvados em algum período da História, hoje não passam de um mito. O fato de eu admirar suas histórias, não quer dizer que eu acredite na existência deles.
    O pobresa do livro que aqui critiquei é puramente com relação à interpretação dada e linguagem usada na obra.

    Não é uma questão de reverenciar os deuses, mas sim entender o que eles têm à dizer. Não só os deuses, mas os heróis, os seres fantásticos e suas respectivas aventuras. Parece que você, Franchini, não entendeu que a riquesa dos mitos já foram usados por grandes mentes como base para seus estudos – mesmo que estes estudos nada tenham com relação às mitologias: como Freud, que usou dos mitos gregos para criar seus dianósticos de psicanálise, por exemplo.

    Não preciso adorar Apolo ou Ganesha para entender que eles têm muito a me ensinar, assim como Frodo, Aquiles, Ulisses, Sigurd e outros tantos que não são deuses, mas que merecem uma boa interpretação e certa admiração, afinal posso aprender muito com suas aventuras, mesmo que elas nunca tenham existido de verdade.

    E com relação à SdA e Tolkien, é mesmo uma questão de opinião alguém gostar ou não. Mas dizer que SdA não tem nada a ensinar e que os hobbits não merecem atenção é também de uma grande pobreza de espírito e falta de entendimento das entrelinhas.
    Os valores de amizade, superação, humildade e tantos outros, são mostrados ali pelos hobbits e não pelos humanos. Além do mais, o sentimento de enfado dos elfos, que faz com que eles invejem a mortalidade dos humanos, é também um grande ensinamento que nos faz não desesperar com a chegada inevitável da morte, dando a esse momento um conforto a mais. Ou o valor que se pode dar às coisas simples da vida, como os hobbits, que, mesmo envolvidos em uma grande história, tinham como porto seguro a sua terra natal, onde a vida ainda era simples e boa.
    Os valores presentes são tamanhos, que até pessoas como o Ministro do TST, o sr. Ives Gandra, é um apaixonado pela mitologia tolkieniana, a ponto de escrever teses e mais teses sobre o assunto, comparando as aventuras míticas a vários fatos do dia a dia. Aliás, em suas próprias palavras, apesar de ser um livro de fantasia, com seres fictícios, Tolkien conseguiu capturar a “a natureza humana, a alma humana da melhor forma possível. As grandezas e misérias do ser humano muito bem retratadas“. Sendo que a Saga dos Anéis “mostra o apegamento do homem ao poder, aos vários deuses que o homem pode ter, que o atraiam e o desviam dos princípios éticos fundamentais e de sua dependência para com o criador“. Aliás, algo totamente cabível nos rumos que essa discussão levou.
    Se as descrições são enfadonhas, isso vai de cada um. Eu as acho fantásticas, não só pelo talento com que Tolkien nos apresentava aquele mundo de maneira realística, como também pelo simples fato de tornar a coisa toda realística. Tanto é que vários ilustradores e os próprios filmes, mostram as paisagens de maneira exremamente parecidas, tamanha é a perfeição das descrições.

    Quanto a O Hobbit, este é grande pela sua simplicidade. Como o simples fato de se sair de casa e conhecer o mundo, pode ser uma grande aventura, mesmo que não existam trolls ou orcs para nos atacar no caminho. E que, a maior recompensa, é voltar.

    São a valores desse tipo que eu me referia, Franchini! A adorações e admirações pelo o que há de concreto nestas histórias, mesmo que o concreto seja apresentado através de metáforas, como a vitória de Arjuna no Mahabaratha, que só poderia ser conquistada se ele se mantivesse no exílio e esquecesse tudo o que já passou pela vida, para voltar como um homem renovado e assim, sem a deturpação do ódio que sentia, poder encontrar o caminho para reconquistar o reino de seu irmão e seu próprio.
    Ou como a simplicidade de Gimli ao pedir um simples fio de cabelo a uma mulher que, antes, sem a conhecer, ele a odiava. Aliás, tem alguém aqui em casa que devia ter a mesma simplicidade de não abrir a boca sobre coisas que não conhece, só pelo prazer de falar mal delas.

    E o livro alvo desta discussão apresenta exatamente essa pobreza, de não apresentar com clareza os grandes significados. Além, claro, da linguagem igualmente pobre. Mas não vou falar disso, porque já me referi a tudo isso no post.

    Enfim, galera, vamos parar com as ofensas pessoais e discutir a coisa de maneira sadia.
    E gostaria de agradecer ao Franchini por responder meu e-mail e passar novamente por aqui para responder os argumentos de todos. E por mais que discordemos dele – e sim, eu discordo – não é todo autor que dá a cara a tapa para discutir suas opiniões com seus leitores.

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    • Acho fantástico como a internet abre espaço para as pessoas expressarem suas opiniões de forma tão sincera (e, em muitos casos, bem emocionais) sem terminar num massacre impulsivo. Bem, já li o Anel dos Nibelungos (livro isolado de Seganfredo e Franchini) e achei um trabalho fantástico – tanto que me estimulou a comprar as Melhores Histórias da Mitologia Nórdica (contudo ainda não o li) e resolvi verificar uma crítica literária para ver se há algum conhecimento prévio que eu deveria possuir antes de “degustar” o livro (um vício meu – ler a obra já sabendo como o autor “pensa”). Esse excelente debate democrático abriu minha mente e agradeço a todos os lados por manifestarem abertamente algo tão profundo como suas crenças. Aprendi muito aqui.
      Como um bom ser neutro (que sempre fui) gosto de ler os argumentos tentando “entrar na cabeça” do locutor para tentar compreende-lo melhor e não me sentir ofendido com suas ideias. Não me acho alguém muito maduro (na presente data que vos escrevo possuo 26 da contagem cristã :D), contudo creio que algumas pessoas aqui não apresentaram uma postura, no mínimo, “equilibrada” emocionalmente – aquela que nos permite refletir e responder expressando nossa ideia de forma coerente e não AGRESSIVA. Afinal o que se espera de leitores assíduos é a maturidade mental de um adulto (e não a reação infantil de “você falou que minha mãe é feia, e a sua que é gorda”). Senhores (e senhoras), por favor, se ponham no lugar dos autores que vocês mais admiram (adoro Tolkien e Silmarillion é minha bíblia :P) e pensem como eles se sentiriam ao ver suas respostas. Eles sentiriam orgulho? Repulsa? Pena?
      Não tenho religião, mas defendo com afinco a todas (e o direito de seus usuários terem o credo em qual desejarem). Concordo com argumentos do Sr. Franchini e da Sra. Sheila. Acho que podemos ter liberdade literária para interpretarmos a mitologia como quisermos (por mais que não tenha conseguido ler Crepúsculo, defendo o direito da autora em descrever a mitologia vampírica como ela imagina/sonhou – já que é uma obra literária e não um estudo filo-antropológico). Acho que toda forma de expressão artística (e não lírica e musical) também válida – por isso não vejo problemas em um cidadão querer se fantasiar (para passar alguma mensagem metafórica ou apenas por ludismo) fora do período do Carnaval, Dia das bruxas ou Natal.
      Apesar de não acreditar em fenômenos sobrenaturais adoro temas esotéricos (tenho muitos livros de mitologia, astrologia, tarot, numerologia, etc.) e o que eles representam para uma vasta parcela de pessoas. Se a crença em algo inexplicável fosse algo descartável ela não perduraria até o século XXI (se existe é porque é importante metaforicamente ou “realísticamente” para alguém – e essa crença moldou seu caráter).
      Enfim, estou muito contente com o desenvolvimento que este maravilhoso (apesar dos ânimos exaltados) debate tenha resultado numa geração de conhecimentos tão proveitosos. Espero que quando eu retomar meu “protelado” Blog (onde pretendo abordar os temas do meu agrado como literatura, esoterismo, etc) gere essas incríveis discussões. Parabéns ao autor da página. Aprendi muito aqui.

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      • Fico surpreso como uma postagem tão antiga pode ainda render comentários tão bons! O Covil está parado, eu não o tenho atualizado com a frequência que gostaria, as tarefas do dia a dia me impedem de voltar a postar, mas sempre fico feliz ao ver novos comentários.

        Espero que retome seu blog (assim como espero que eu também retome o meu)! Escrever é sempre bom!

        E agora leia o livro do Franchini, tire suas próprias conclusões e volte para nos presentear com sua opinião (sendo parecida ou não com a minha).

        Abraços!

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      • Muito prazer em conhecê-lo, escritor 10ocupado. É sempre uma satisfação ler argumentos ponderados de uma pessoa que possui equilíbrio emocional suficiente para discordar sem descer às injúrias. Este é o sinal distintivo das pessoas de classe como você.

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  18. Sr. Franchini, desculpe se o epiteto de picareta lhe doeu.
    Não sou sua Caríssima, o senhor não me conhece, prefiro apenas o Sra. como me convem, afinal somo adultos e responsáveis por nossos atos.
    Snaga, perdão se desrespeitei seu forum.
    Não retiro uma palavra do que disse.
    Joseph Campbell já dizia que o meu é religião e o dos outros é MITO.
    Pra mim, os deuses são reais. E existe o Mito Judaico Cristão.
    São pontos de vista. Vivamos cada um com o seu.
    O Sr. Franchini se doeu porque ele deu a entender que preferia ciencia a religião e extrapolei a premissa colocada.
    Considero que o que me doi nessa afirmações dele são de que tudo é mito, igualando o mito a mentira, historinha…
    Mito não é isso, mito é a narrativa de um povo ao tentar explicar seus modos, meios, medos e anseios.
    A religião se criou com base nisso.
    Ela é real? Não sei, pra mim funciona.
    Mas a religião tem servido a humanidade, bem ou mal, desde o principio dos tempos.
    Quanto ao uso de arvores, considero que muitos livros continuariam melhores como arvores e nesse sentido englobo todos os que escrevem sem pesquisas, sem aprofundamento, sem embasamento em assuntos tão sérios quanto a religião (ou o mito como quiser chamar) e acham que tudo pode ser humor e brincadeiras.
    Não é.
    A escrita eterniza o fato, seja ele bem pesquisado ou não. Daí a importancia de cuidar do que se escreve.
    Daí a minha “necessidade” de não retirar a palavra dada.
    Existem povos pelo mundo que não escrevem certos aspectos de sua historia e mitologia, pois a escrita é palavra morta, não pode evoluir, nem crescer. (povos Celtas, por ex emplo, que saibam escrever mas não escreviam seus mitos até sua cristianização).

    Sobre o livro do Sr. Franchini vou sempre me abster de comentar pois ainda não o li, e só terei esse “prazer” (?) se checar se meu marido o ganhou de presente, pois nem eu e nem ele gastaríamos com um livro que me parece tão fraco.

    Sugiro pra quem gosta: A volta ao mundo em 80 mitos – Rosana Rios – Ed Artes e Oficios.
    A Rosana é uma grande amiga, pesquisadora seria, cristã que respeita a religião e o mito alheio, assim como se faz respeitar pelo modo como age e escreve sobre o assunto.
    Pra quem não conhece Rosana Rios é autora de mais de 100 livros, foi redatora do Bambalalão, do Ratimbum e do Agente G. Joga RPG e gosta de Tolkien, além de diversos outros autores.

    Ah! Snaga, se quiser te apresento alguns grupos de reconstrucionismo religioso de várias correntes, só pra te mostrar que cultos helenicos, nordicos e afins não são só mitologia hoje. Temos adoradores de Odin (conheço alguns bem sérios) e outros de Zeus e Dionísio (esses mais sérios ainda), afinal cada um tem o direito de achar a religião que melhor te RELIGA ao divino.

    Fiquem bem!

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  19. Sra. Sheila:

    É lógico que o epíteto de picareta me doeu, como qualquer ofensa dói a uma pessoa de respeito. Se eu lhe chamasse de vigarista ou de qualquer outra coisa parecida certamente que você também se ofenderia. Mas como você se declara disposta a não retirar a ofensa, meu assunto com você está encerrado. Pelo visto a sua “religião iniciática” é bastante falha no quesito espiritual, já que se mostra pouca disposta a exercitar as virtudes da caridade, da compreensão e do mais básico respeito humano. Esqueça um pouco os seus dogmas e patuás esotéricos, sra. Sheila, e se aplique mais na parte espiritual – ou de mera educação – da sua crença, que, pelo visto, é bastante limitada.

    Agora dá licença, que vou responder ao Snaga, que é um rapaz de categoria.

    Parece incrível, Snaga, que eu ainda não me tenha feito entender, mas vamos lá, vou repetir tudo de novo.

    É lógico que eu admiro e respeito as crenças mitológicas. É lógico que elas têm muito a nos ensinar, tudo isto que você falou eu assino em baixo entusiasticamente. Tolkien, apesar de não ser do meu agrado, é um grande escritor, autor de um universo literário magnífico. Seu livro tem uma mensagem muito bela, apenas não me agrada o modo dele escrever, como a minha maneira não agrada a você, Snaga. Questão de gosto.

    Meu livro não desrespeita a grandiosidade das histórias, de forma alguma. Ele apenas as leva para um lado mais descontraído. Luciano de Samosata, um autor clássico grego, ia muito mais além com relação aos deuses gregos, chegando a ridicularizá-los abertamente no Diálogo dos Deuses, por exemplo. Especificamente neste livro dos nórdicos apenas acentuei um pouco mais a minha veia satírica, porque as histórias me pareceram mais propícias a isto. Os fabulários da Idade Média também estão repletos de histórias a respeito de Jesus, nas quais São Pedro – e às vezes o próprio Jesus – são apresentados como criaturas ingênuas ou matreiramente espertas. A mitologia nórdica também é pródiga de histórias neste sentido. O venerado Thor, em sua visita ao país dos gigantes é apresentado como um paspalho, e feito de palhaço até mesmo por uma velhota. Eu sei que há ali todo um simbolismo, mas que a história é engraçada, é, e nem por isso há nada de desrespeitoso em privilegiar este aspecto. As pessoas de mente aberta também gostam de rir de si mesmas e até mesmo dos seus deuses. O que eu estou querendo dizer, o tempo todo, é que vocês levam a coisa a sério demais. Isto de não admitirem nem uma ironia com respeito a cultura dos nórdicos, ou a qualquer outra, demonstra azedume de espírito. (Aliás, se tivesse de dar um conselho a este pessoal mais raivoso, diria: namorem mais e leiam menos, pessoal. Vocês estão lendo demais. Larguem os livros e vão namorar um pouco.)

    Meus livros possuem histórias sérias e jocosas. Já escrevi sobre a mitologia grega, nórdica, africana, hindu, e tenho pronto um da mitologia celta. Em todos estes livros procuro fazer um mix de histórias engraçadas e sérias, para tornar a leitura mais agradável. Se eu escrevo mal, é outra história, sou o primeiro a admitir que meu texto não é nenhuma “pérola do idioma”, nem imagino algum alcançar a mesma posteridade do Tolkien com meus pobres livros. Aliás, se tem algo que não ambiciono é a fama nem a posteridade. Pode estar certo, Snaga e amigos, que a vaidade é um dos poucos defeitos humanos que não integram o cardápio dos meus vícios morais. Não escrevo para me envaidecer, nem para aborrecer ninguém, mas também não escrevo para afagar as crenças de quem quer seja. Digo simplesmente o que penso. E pela última vez vou repetir o meu pensamento: Eu adoro e respeito todas as mitologias, reconheço nestas histórias o que de melhor o espírito humano pôde conceber, já que não são criação de uma vaidade pessoal, mas de milhões de seres humanos que, ao longo dos séculos, foram desenvolvendo esta verdade poesia do espírito humano que são as suas lendas e mitologias. Acontece que, muitas vezes, estas histórias pode encerrar algumas práticas e noções que eu considero nefastas. A prática do sacríficio humano, por exemplo, que se incrustou em algum momento na vida mental dos povos arcaicos eu considero como a mais nefasta e abominável ideia que um dia pôde penetrar na alma humana. Eu conheço todas as explicações etnológicas a respeito, li quase tudo que Mircea Eliade e outros estudiosos escreveram sobre o assunto, e ainda assim me sinto perfeitamente à vontade para dizer que foi um momento desastroso do espírito humano.

    Mas estou fugindo do tema. O meu caro Snaga disse que eu escrevo mal e que não sei dimensionar a grandeza dos mitos. Quanto a primeira crítica, é bem possível que assim seja, mas quanto à segunda não posso aceitar. Eu tenho uma profunda admiração pelas lendas e mitos, senão estaria escrevendo sobre outra coisa. Acontece que eu não rendo admiração absoluta e incondicional a coisa alguma deste mundo. É isto que parece incomodar a maioria dos meus detratores. Estas pessoas estão imersas num “sonho dogmático”, como dizia Kant. Elas encontraram nas crenças uma caverna cálida e aconchegante, e agora pretendem passar o resto das suas vidas ali alojadas, a salvo das dúvidas e terrores concretos deste mundo. A propósito, não conheço declaração maior de verdadeira indiferença religiosa quanto esta frase lamentável proferida pela Sra. Sheila a respeito de sua crença: “Ela é real? Não sei, pra mim funciona.” Isto, para mim, é reduzir a sua religião – ou o próprio Deus – a algo muito parecido com um ventilador, que só presta se funcionar. Ah, estes religiosos utilitários…!

    Quanto a Rosana Rios, que esta mesma senhora mencionou, eu conheço sua obra, ela editou o livro Volta ao Mundo em Oitenta Mitos pela mesma editora que eu edito. Seu trabalho é magnífico e recomendo a todos os interessados no tema. Já no que diz respeito ao “reconstrucionismo religioso” – a mais nova bandeira alçada pelo esoterismo entusiasta – respeito-o como um movimento sincero e bem intencionado, mas infelizmente não posso julgá-lo senão como um retrocesso na marcha ascensional do espírito humano. A seguirmos a lógica desta marcha “retrocessional” (desculpem!), daqui a pouco correremos o risco de voltarmos a venerar crocodilos e cebolas, tal como faziam no Antigo Egito. E se o negócio é reconstruir, então será forçoso retomar os sacrifícios humanos, já que na crença dos celtas e dos maias se tratava este de um princípio fundamental. Para assegurar-se uma boa colheita, ou o simples ressurgir do sol, era indispensável a esta boa gente sacrificar a vida de seres humanos. Este é o risco que corremos quando queremos reconstruir “Idades do Ouro perdidas”. Infelizmente, elas não eram tão douradas quanto imaginamos, já que os seres humanos daquele tempo eram exatamente iguais aos de hoje, um misto complexo de virtudes e vícios, e suas crenças um espelho de sua alma – boa e má ao mesmo tempo.

    Bom, Snaga, é isto. Obrigado pela sua intervenção no tocante a cessação das ofensas pessoais. Da minha parte, peço desculpas a você e a todos os outros debatedores se em algum momento me excedi, embora tenha a certeza de jamais ter ofendido pessoalmente a ninguém, tal como esta senhora teima em continuar fazendo, e um certo fulano que, num momento de destempero leviano, entendeu de me chamar de burro, estúpido e mané. Que estranha fixação pessoal o levará a acumular sinônimos para exprimir um mesmo termo num espaço tão curto de texto é um mistério esotérico que me julgo dispensado de investigar.

    Um abração, Snaga, e até a próxima.

    Franchini.

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  20. Sr. Franchini

    Caridade deve ser merecida.
    Eu não sigo religião que manda perdoar, ela manda aguentar as consequencias de meus atos e isso estou fazendo.
    Quanto a compreensão, se ela não existisse, vossa senhoria não merecia a educação de resposta, ainda mais com direito a a replicas e treplicas de sua parte.
    Compreendo que o senhor não quer e não vai levar a sério o assunto MITO.
    E voltemos ao fato de que sacrificios podem ser figurativos, até porque o termo Sacrificio quer dizer TORNAR SACRO. E ponho em duvida a falta de vontade de qualquer pessoas dos tempos antigos em ser tornar sacro pelo bem de seu povo, pois esse era o objetivo.
    Não, eu nunca sacrifiquei mais do que pão, cerveja, vinho e afins, afinal TUDO é vivo. E honrar a coxinha, pra dar um exemplo extremo, (como um conhecido diz) é honrar o fato dela ter sido trigo, batata e ave…
    Se não houvesse sacrificio, não haveria missa, pois o Cristo se sacrificou para que seus seguidores se salvassem. E esse sacrificio é repetido todas as missas de forma alegorica com direito a misterio da transfomação da hostia em carne e do vinho em sangue.
    Não vou colocar um comentario jocoso aqui, merecido, mas a compreensão me faz parar e não colocá-lo…

    Então, encerremos nossa discussão.
    O Senhor não cede, e nem tampouco eu.
    Fiquemos cada um na sua, eu não lendo seus arremedos mitologicos e o senhor continuando com sua vida.

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  21. Viva…! Trato feito, dona Sheilla!!!

    Não faço questão alguma que você leia meus arremedos mitológicos. Mas, por favor, continue escrevendo seus comentários a respeito do seu assunto predileto neste blog. Esta do renascimento do culto a Odin, Mercúrio, Anúbis e cia. foi uma grata surpresa para mim. Os esotéricos são deliciosamente imprevisíveis, e é sempre um prazer para mim tomar conhecimento de suas últimas “inovações”. Tenho a esperança de ainda viver o bastante para ver, nos próximos anos, o retorno triunfal do pré-animismo.

    Falando sério, agora:

    Desejo, sinceramente, que as suas crenças a façam feliz, dona Sheila. Eu não tenho religião alguma, mas para mim não me custa absolutamente nada perdoá-la por ter me chamado de picareta, e também pedir-lhe perdão se, em algum momento, a ofendi ou desagradei. (É tão fácil perdoar, dona Sheilla. Experimente de vez em quando!) Quanto ao comentário jocoso, que você preferiu suprimir, pode fazer quantos quiser. Não havendo ofensa pessoal direta, fica-se no terreno da inteligência, e não no da grosseria – algo realmente incompatível com a Egrégora de pessoas votadas às coisas do espírito.

    Atenciosamente,

    Franchini.

    Franchini.

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    • Sr. Francini,
      É melhor o sr. estudar português! Continua boiando no que estão lhe escrevendo!
      Vc deveria publicar um livro com este diálogo, pois o papel que vc faz nele é hilário e patético!
      É mto divertido 😆😆😆😆

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  22. Só vou fazer um comentário:
    Sr. Franchini, porque o meu é arremedo esoterico de patuás e afins e a dos outros é religião?
    Só porque não esta no Main stream, não é valido?
    Fico indignada pois se eu fosse catolica, estaria tudo lindo, mas como busco um caminho de vivencia diferenciado, sou taxada de esquisotérica.
    Cada pessoa tem direito a opinião, o senhor mesmo afirmou isso, então eu afirmo que cada pessoa também tem o direito de viver sua RELIGIÃO seja ela qual for.
    Minha religião acredita em animismo, pois segundo o que creio, tudo tem ALMA.
    Eu cultuo os Deuses Antigos, no meu caso, os Celtas. Pra mim Brihgid esta viva, falei com ela hoje (parafraseando um adesivo evangelico que grassa por ai).
    Se o senhor não tem religião, então ou é ateu ou é agnostico, e não deveria ficar preocupado com perdões e afins, afinal, não tem sentido ficar nesse “sentimentalismo cristão…”, mas tá, eu comentei o que eu queria.
    Inté.

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  23. Dona Sheila:

    Já vi que a senhora tem o dom sobrenatural de expandir as coisas que escuta, além de levar tudo para o lado pessoal. Conheço muitas pessoas assim, mas ainda não consegui entender o porquê delas serem assim.

    Em primeiro lugar acho que está bastante óbvio, para qualquer pessoa que leia meus apartes, que eu tenho um apreço muito pequeno pelas religiões, e menos ainda pelo seu ramo burlesco, que é o esoterismo. Trata-se de uma questão filosófica. Quando digo burlesco não é para ofender você nem ninguém, mas é porque considero todas estas seitas um amontoado de equívocos. Desculpe, dona Sheilla, não é nada pessoal contra você nem os simpatizantes destas seitas, pessoas sinceras e bem intencionadas, que têm o direito constitucional e humaníssimo de professarem a sua crença, seja ela qual for. Não se trata de preconceito, mas de observação. Já li muito sobre o esoterismo, desde a alta magia de Eliphas Levi até os gracejos da cartomancia e da astrologia (desculpem, cartomantes e astrólogos, sei que grande parte de vocês são honestos e bem intencionados, mas é assim que eu penso, não posso fingir outra coisa). Nunca vi seita nenhuma das milhares que pululam por aí que não me deixasse, ao fim e ao cabo, com a sensação de que estive perdendo miseravelmente o meu tempo. A confusão mental nestas seitas é total. Misturam despudoradamente alhos com bugalhos, num mix discrodante, ao transformarem, por exemplo, Cristo em avatar do espiritismo (ele, que pregava a ressurreição e jamais a reencarnação!). Profetas e Magos de credos absolutamente inconcliliáveis transitam alegremente, como num piquenique místico, de um lado para o outro. Doutrinas tão díspares quanto o budismo e o islamismo surgem, de repente, misturadas a força numa mesma panela, resultando num mingau impossível e discordante.

    Mas o pior não é isto. O pior é que os abracadabras místicos aos quais toda esta gente se entrega entusiasticamente não levam, ao fim de tudo, a lugar nenhum. Já que o negócio é “funcionar”, nenhuma destas crenças realmente funciona, senão para criar um estado permanente de hipocrisia na mente da maioria dos seus praticantes. Todos, a partir daí, imaginam-se eleitos, com acesso direto às “fontes secretas do saber” – mesmo que as seitas se contradigam radicalmente umas com as outras – e não raro ingressam no terreno da mais pura demência, quando seus seguidores se descobrem, de repente, como lemurianos reencarnados ou exilados de Capela. Estas crenças, é a minha convicção, não passam de um anestésico moral, ou, no máximo, de uma lavanderia da alma. A questão do sacrifício, por exemplo. Sacrifício para que? em que ele melhora alguém? Conheço pessoas que ingerem o deus cristão regularmente três vezes por dia, e isto não as torna nem um tico melhores. Os beatos estão com a hóstia na boca e já tramando a sua próxima patifaria. Noutras crenças, milhares de animais são degolados barbaramente para que seus adeptos se lambuzem repugnantemente no seu sangue. Impossível imaginar como alguém se tornará melhor depois disto.

    , numa cerimônia repugnante que certamente não as tornará melhores do que eram antes.

    Quer ler algo realmente religioso? Leia Voltaire. Voltaire passou a vida toda combatendo os fanáticos de todos os credos, mas tinha um sentido profundo do Criador. Toda a sua luta foi para expugar da crença no Ser Supremo os disparates humanos que milênios de erros lhe foram incrustrando. Voltaire desprezava os dogmas de cristãos, judeus, budistas, maometanos, e acima de tudo, as suas práticas extravagantes. Sua crença era a mais simples possível: a crença num Deus justo e compreensivo. Sua crença não ia além disto. Não admitia os furores coléricos do deus bíblico, nem tampouco as extravagâncias imorais das divindades pagãs (a propósito, quer dizer que andam cultuando Baco de novo, com bacantes e tudo? as orgias rituais e a prostituição sagrada também deverão ressurgir?). Voltaire Não admitia as cerimônias ridículas e circenses que os homens inventaram sob o pretexto de honrar o Criador. Quando lhe diziam isto ele lhes respondia, irado: “Vós, honrá-Lo? Mas que honra podeis lhe render, formigas?” Admitia a oração, mas que não fosse um repetir insensato de fórmulas que, pela própria repetição, perdiam todo o sentido, convidando ao sono o próprio Criador. Os disparates de todas as teologias lhe eram odiosos. Voltando à metáfora da formiga, para ele um ser humano imbecil e limitado pretender “explicar”, através de sua mente limitadíssima, o Criador, seria exatamente como uma formiguinha pretender abraçar o Himalaia. Pode a formiga abraçar o Himalaia?

    Bom, sra. Sheilla, é isto mais ou menos o que eu penso sobre seitas e religiões. Quem pensar diferente deve continuar com a sua crença, seja ela qual for. Conheço bem a sua Brighd, que os cristãos, bem ao seu estilo, transformaram em Santa Brígida. Se a deusa lhe fala na alma, quem sou eu para me intrometer nos assuntos de vocês?

    Uma última palavra: Onde foi que eu a chamei de “esquisotérica”, meus deuses? A sua crença, eu mal posso imaginar qual seja – pelo visto é um mix de quase todas as crenças que já existiram desde que o ser humano começou a ter medo do escuro, já que engloba coisas tão díspares quanto Odin, Baco, Brighid e Jesus Cristo. E quem foi que disse que o perdão é patrimônio exclusivo de cristãos? Um ateu não pode perdoar? Por que “sentimentalismo cristão”? O que a sua religião tem contra o perdão, meu Deus?

    Inté.

    Franchini.

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  24. Sra. Sheilla:

    Relendo o meu aranzel percebo que cometi um equívoco de desatenção, fruto, provável, da minha abominável cegueira espiritual.

    Pelo que entendi você professa a RELIGIÃO dos celtas. Não se trata, portanto, de culto esotérico, mas de uma religião, um sistema original e coerente de crença, muito distante do verdadeiro saco de gatos que são os cultos “legitimamente” esotéricos. Apesar de julgar esta religião ultrapassada – como todas as demais que se baseiam no velho politeísmo -, não posso deixar de consertar o meu equívoco. E insisto em afirmar como elementarmente justo o seu direito de professar a sua crença (ainda que ela fosse de índole esotérica, naturalmente).

    Mas acho que já tempo de voltarmos, em atenção ao mestre de cerimônias deste blog, ao tema principal que deu origem ao debate, ou seja, a ruindade do meu texto e o tratamento pretensamente desrespeitoso que dediquei ao tema “mitologia nórdica”. Quanto ao primeiro argumento, já me declarei disposto a admitir a possível veracidade dele. Como foi um dos meus primeiros livros, é natural que o texto possa se ressentir da inexperiência autoral. Já no que diz respeito ao segundo argumento, permaneço firme na minha tese de que nada há no livro que desrespeite a mitologia nórdica. Nem poderia ser diferente, já que a julgo, junto com a celta e a grega, como as três mais originais e divertidas de quantas o espírito humano possa ter um dia inventado. (Uso o termo “divertido” de propósito, pois é justamente este o ângulo que busco privilegiar nas minhas recriações).

    Atenciosamente,

    Franchini.

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  25. EU ME RACHO DE RIR!!!!!

    Todos acreditaram mesmo que aquele é o autor? Olha, vou dizer uma coisa, quem acreditou é mesmo muito burro mesmo, heim! Conheço, mais ou menos (distante, é verdade), a família dele e, indiretamente, sei sobre ele. Não apenas ele não se importa com a opinião dos outros (é educadíssimo e muito legal com os fãs, mas não perde tempo discutindo pontos de vista porque passa o tempo inteiro com um projeto novo), nem mesmo utiliza internet, a não ser pra negócios.

    Olha, vou começar a dizer que sou o Papa. Aqui é o Brasil: tem trouxa vaidoso e prepotente que vai ter certeza que vai estar falando com o Papa.

    Só tenho uma palavra pra esse “pseudo-autor”: TROLL.

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    • Olá, Erik.

      Sim, todos nós acreditamos que ele é o autor, pelo simples fato dele realmente o ser.
      Digo isso por já ter entrado em contato com ele através de seu e-mail pessoal (para comentar no Covil, é obrigatório deixar um e-mail, que fica em sigilo e só pode ser visto pelo administrador – no caso, eu). Além disso, o endereço de e-mail foi confirmado pela editora Artes e Ofícios e, mais tarde, pelo próprio Franchini, que foi notificado pela editora.

      Portanto, pessoal, nossa discussão, se o Franchini ainda estiver disposto, pode continuar tranquilamente.

      E vamos dar as boas-vindas ao Papa, que agora também está participando desta animada discussão! ;)

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  26. Ha, ha,ha!

    Taí, gostei do Erik! Este, pelo menos, tem senso de humor.

    Infelizmente, porém, sou obrigado a reafirmar a minha condição de péssimo autor do livro em debate. De tudo o que ele disse só uma coisa é verdadeira: que eu sou educadíssimo e muito legal com os fãs (não meus fãs, que não tenho nenhum, graças a Odin, mas com os fãs dos temas que abordo).

    Quanto a opinião dos outros, desde que expressa com civilidade e educação, me importa muito, pois serve como instrumento de autocrítica. Muitas das críticas que foram feitas aqui neste blog eu admito como justas e coerentes, e certamente servirão para o meu aperfeiçoamento como escritor – ou seja lá o que eu seja no mundo das letras.

    Não sei quem é este Erik, pessoal, mas admito que o fato dele me julgar com talento bastante para pregar uma peça no melhor estilo borgiano chega a me envaidecer. E, no fim das contas, se o nosso anfitrião Snaga pode ser um orc, por que eu não posso ser também um troll?

    Franchini, o Troll.

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  27. É isso aí que você disse, Snaga: eu sou eu mesmo.

    Vamos adiante com o debate, pois estou ávido para conhecer mais alguns pontos falhos do meu livro. Por favor, debatedores, não se sintam constrangidos diante da minha presença para externarem as suas opiniões. Sintam-se a vontade para criticar, dirigindo-se diretamente a mim, ou entre vocês próprios. Espinafrem à vontade (sério…!). Se acham o livro uma merda, não há problema algum – vai que é mesmo?. Críticas não me ofendem de maneira alguma. Antes, como já disse, servem para aprimorar o meu trabalho.

    Gostaria de propor, acessoriamente, este tema:

    Os capacetes dos vikings podem ou não apresentar chifres, mesmo em livros de ficção? (Parece gracejo, mas não é. Se trata de saber se a ficção tem ou não liberdade para inventar, e quais os seus limites, um tema que me interessa muito.)

    Abraços a todos.

    Franchini-Troll.

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  28. Imagino que dependa bastante do “tom” que se quer dar para a história. Em uma história de comédia/sátira acho que é “válido” colocar um viking com o iconico elmo com chifres. Até mesmo em uma história com um tom mais sério algum personagem numa época moderna poderia fazer referencia aos vikings usarem tal capacete (até porque o personagem não precisa ter o conhecimento de que na realidade eles não usavam).

    Contudo, acredito que no momento em que um personagem viking de fato aparece numa história, ele deveria estar usando as vestimentas que os vikings realmente usavam, não o que foi popularizado.

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  29. Sempre que alguém cita esse assunto perto de mim, mando assistirem O Senhor dos Anéis – As Duas Torres e prestar muita atenção no figurino do povo de Rohan.

    Afinal, os Rohirrin (tanto no filme quanto nos livros) foram largamente inspirados nos nórdicos, tanto na aparência física quanto no vestuário.

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  30. No entanto, Plutarco afirma que os cimbros, ancestrais dos vikings, usavam chifres. Outros dizem que somente o usavam os sacerdotes, em suas cerimônias. Celtas também usariam, pois eram tão burros que temiam que o céu, um dia, pudesse lhes desabar sobre a cabeça. Nos livros de “ficção histórica” de Bernard Cornwell, bem se imagina que não há chifres. Já num gibi maravilhosamente destrambelhado do Tex – “A Ilha Misteriosa” -, em que o autor conseguiu misturar surrealmente cowboys e apaches com vikings, os nórdicos estão devidamente chifrados. No Asterix é o mesmo. No filme Vikings, de Richard Fleisher, Kirk Douglas (impossível imaginar um viking menos viking do que aquele anãozinho de cabelo pintado de gema!) parece que não há chifres. Em compensação Kirk Douglas tem, bem no topo do seu elmo, uma ave que lembra vagamente um periquito…

    Para mim, que entendo que a ficção deve estar livre das peias da erudição, penso da seguinte maneira: se for para tirar os chifres e tornar o viking aborrecido, prefiro o velho viking-de-faz-de-conta enlouquecido e com um belo par de chifres “anelados e ornamentais”, como dizia Nelson Rodrigues.

    Do mesmo modo, se é para ressuscitar o Robin Hood com a cara depressiva do Russel Crowe e sem as divertidas fantasias com as quais nos habituamos, então que o deixem como estava, que estava muito bom. O mesmo se passa com o rei Arthur. Toda vez que tentam restabelecer a figura exata e original do senhor de Camelot – que ninguém tem como saber – os filmes e livros se tornam cada vez mais melancólicos e enfadonhos.

    Há algum tempo travei um debate semelhante sobre o que se pode ou não fazer num livro de ficção: a questão era saber se era possível colocar num livro de ficção nórdico – não necessariamente cômico – um anão navegador. Os anõezistas ortodoxos negavam iradamente tal possibilidade. Anões são seres das profundezas da terra, totalmente incapazes de lançarem-se ao mar. Já eu entendia que nada poderia ser mais emocionante do que ver meia dúzia de anões, naturalmente despreparados, em mar aberto num drakkar naturalmente mal enjambrado. Entendia também que o líder deles poderia ser um anão que, desde pequeno, nascera com a inesperada vocação náutica. Depois de ser estigmatizado e banido do seu clã, as últimas esperanças de salvação deste mesmo clã acabavam, no entanto, convergindo para o sucesso ou não desta viagem marítima. (Quem quiser pegar o enredo, fique à vontade, pois não sofro da moderna e chatíssima obsessão paranóico-autoral.)

    Finalmente, para que não digam que estou com táticas diversionistas para fugir ao tema principal, que é a ruindade do meu livro, gostaria de saber dos participantes do fórum quais são os cinco pecados mortais do meu livro. (Alguém poderá dizer que é um só: que o livro é muito ruim. Mas mesmo assim apreciaria que fizessem um esforço para esmiuçar pelo menos cinco defeitos imperdoáveis que acabaram por lhes tornar o livro intragável.)

    Franchini-Troll.

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  31. Desde que a ficção seja bem embasada em si própria (ou seja, desde que a história tenha lógica), não há problema algum em fugir completamente da realidade, sendo este o propósito do livro, claro.

    Se dentro da história os seus anões tiverem bons motivos para irem ao mar, ora, porque não pode ir?
    Os vampiros de Stehpane Meyer brilham ao sol, os da HQ do Blade viram pó e o Drácula de Stoker, apesar de enfraquecido, saia ao sol normalmente. Qual deles tem a razão? Todos, menos a Meyer! haha

    Na série de Rick Riordan, os deuses gregos se mudaram para os EUA e moram no topo do Empire States. E para isso ele tinha uma boa justificativa, que existe dentro – e somente dentro – de sua história.

    O próprio Tolkien, em seu “A Lenda de Sigurd e Gudrún”, mudou completamente a história deste dois personagens nórdicos, estendendo ainda mais suas aventuras.

    Então, qualquer coisa é válida na ficção, desde que tenha lógica e faça sentido.

    E quanto ao seu pedido, bom, eu já citei todos os defeitos do livro no texto que está no início desta página. Pelo menos os que me incomodaram. E, depois de um ano que li o livro, fica meio complicado relembrar o que me agradou e desagradou.

    Em primeiríssimo lugar: o exagerado uso de linguagem coloquial e gírias (barbada, minha nossa, ué, você etc).
    2º – As desnecessárias comparações entre a mitologia nórdica com a mitologia grega no meio do texto. (Porque não deixar um apêndice para isso ao fim do livro? Ou notas de rodapé.)
    3º – Na versão romanceada da ópera, as descrições. Não conheço o texto original de Wagner, mas fica claro no texto de vocês as tentativas de descrição de ambientes e roupas que, de alguma forma, se destacam da narrativa como algo que foi inserido ali posteriormente e que não fazia parte daquilo tudo. Meio forçado, sabe?
    4º – Erros: citar o Olimpo como a morada dos deuses nórdicos, por exemplo.
    5º – A maneira deveras rasa como alguns contos são apresentados.

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  32. Basicamente, estou de acordo.

    Quanto ao fato dos coloquialismos e a “maneira rasa” dos contos faz parte da proposta do livro, que é a de eliminar um pouco a pomposidade do tema, na tentativa de torná-lo mais leve, aproximando-o do púlico jovem, que não tem todo o cabedal de conhecimentos que você e a maioria dos participantes deste fórum possuem. Certamente que o público alvo do livro não era você nem os aficcionados do tema, que talvez conheçam mais sobre o assunto do que eu próprio, que escrevi o livro.

    Ainda assim, tirando os defeitos que considero realmente graves – como equívocos e atos falhos -, renovo o meu entendimento de que a questão do estilo e do tratamento dado ao tema é mera questão de gosto, pois conheço muitas pessoas que dizem adorar o livro justamente por causa do tom descontraído e desinformal. O público alvo do livro é justamente o daqueles que procuram antes a diversão que a erudição. E nem poderia ser diferente, já que não sou um erudito, mas um simples estudioso do assunto.

    Bom, mas agora acho que é hora de deixar que os demais se manifestem sobre o assunto da maneira que quiserem, sem que eu me intrometa. Aliás, acho que este assunto já deu o que tinha de dar, afinal, o livro meu e da Carmen não é tão importante assim para merecer um debate desta magnitude. Aqui, entre os frequentadores do blog, está claro que o livro não agradou, e ponto final.

    Depois de explicadas as minhas razões, e desfeitos alguns mal-entendidos, acho que é hora de eu pegar o meu drakkar e dar o fora. Vou deixar os blogueiros à vontade para dizerem o que pensam, pois a verdade é que já estou farto de escutar a minha voz.

    Saudações vikings.

    Franchini.

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  33. O maior problema desta Sheilla é a falta de leitura ou compreensão do que fora citado pelo então “Franchini”, que não sei se realmente é o verdadeiro, tendo em vista que dificilmente o mesmo perderia seu tempo junto a um blog expondo suas opiniões.

    Creio eu que a garota nem se deu o trabalho de ler seus comentários.

    Mas continuando com meu comentário, mesmo que não seja o autor aqui comentando no blog, assim mesmo cabem estas informações.

    Eu sou da seguinte opinião. O Autor ele tem a liberdade de escrever o que ele bem entender, até porque a editora é quem escolhe se irá ou não publicar aquele livro, ficando então sob escolha do leitor se irá ou não ler aquele livro. O Autor não tem a obrigação de agradar a todos e nem levar exatamente a sério o que ele está escrevendo e nem de acreditar no que ele escreve, mas infelizmente vemos lunáticos perdidos por este mundo a fora, onde criticam qualquer coisa com unhas e dentes para defenderem o que acreditam, sem respeitar a opinião alheia. A meu ver, Franchini não obrigou ninguém aqui a ler seu livro e nem acreditar ou levar a sério o que o mesmo escreveu, isto não é uma leitura obrigatória, sendo assim, se acham que há algo melhor para ler, que isto façam, não percam seu tempo criticando algo que vocês não teriam a mínima capacidade para escrever. Muitos do que aqui criticaram e disseram ou tentaram se expor como especialistas sobre determinado assunto, não teriam a capacidade para se quer escrever uma folha sobre determinado tema.
    Quanto a Sheilla ter citado que nunca Franchini chegará perto de Tolkien, posso até concordar, sabe porque?
    Porque brasileiro é assim, “paga pau” para culturas e pessoas de fora e não dão valor ao que é daqui, coisa que em minha opinião é extremamente ridícula, por mim, o governo daria uma passagem só de ida para este povo para fora daqui, pois não precisamos de gente como esta em nosso país.

    Creio que este livro é apenas para despertar a curiosidade sobre o tema, ficando assim sob escolha do leitor se o mesmo irá procurar mais informações sobre o referido tema, sendo estas informações veridicas e trabalhadas de forma profunda e mais séria, ou então de maneira comica como a do livro de Franchini.

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    • Obrigado pelos conselhos. Ando tentando descobrir algum oficio em que eu consiga juntar a obrigação ao prazer, mas é uma tarefa muito difícil. Tenho mesmo vontade de ser escritor, mas minhas habilidades ainda são muito escassas. Limito-me a escrever resenhas dos livros que li, dos filmes que assisti, etc. Por essas e outras que estou procurando o plano B.

      Quanto ao amor, eu ainda estou esperando ele aparecer, começo a suspeitar que ele ficou lá na caixa de pandora junto com a esperança. Haha

      Quem sabe mais pessoas apareçam se pedirmos ao Snaga que crie um novo tópico voltado só a discussão de mitologia, pois este tópico está disfarçado de uma resenha de livro e o assunto acabou desenvolvendo além dela.

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  34. Olá, Tiago!
    O Franchini que aqui posta é mesmo o autor do livro.
    Ele e eu trocamos alguns e-mails à parte desta discussão e seu e-mail foi confirmado pela editora do livro, quando entrei em contato para confirmar sua veracidade.

    E quanto ao seu comentário: UMA DAS propostas deste blog é criticar (para o bem ou para o mal) aquilo que eu li, vi ou ouvi. Sendo assim, são opiniões pessoais, embasadas naquilo que conheço sobre cada tema abordado.
    A mesma liberdade de alguém publicar um livro também é válida para que alguém o critique.

    E fico grato pelo comentário e pela visita. A discussão (também para o bem ou para mal) é o que mais me dá prazer em manter esta página!
    Abraços!

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    • Olá Snaga,
      Obrigado pela confirmação quanto ao autor.

      Quanto oportunidade de utilizarmos este espaço para estas discussões, fico grato.

      Só creio que uma pessoa ao criticar, deve ter ao menos fundamentação em seus comentários e um pouco mais de conhecimento do que a pessoa que ela crítica, mostrar que possui algo melhor do que aquela, um embasamento adequado para tais comentário, me desculpe, questão de opinião mesmo. Creio que exagerei um pouco devido aos comentários da Sheilla, que foram arrogantes e notou-se uma falta de leitura por parte da mesma.

      Mas lhe dou os parabéns por disponibilizar este espaço para discussão do tema.

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  35. Olá, pessoal,

    Aqui é o Franchini verdadeiro.

    Trago uma excelente notícia para os amantes da mitologia nórdica: acaba de sair pela Cultrix o livro “Ragnarök (com trema e tudo), o Crepúsculo dos Deuses – uma Introdução à Mitologia Nórdica”.

    Acredito que seja o livro mais completo sobre o assunto já publicado no Brasil. A autora Mirella Fauer parece dominar muito bem o assunto, que vai desde as origens dos povos nórdicos até alcançar o atual “renascimento odinista”.

    Os leitores que ficaram descontentes com o meu livro já podem ler uma obra composta de uma erudição sólida, mas nem por isto aborrecida de se ler.

    Parabéns a autora pelo belo trabalho, e a todos nós que apreciamos o assunto.

    Um abraço ao Snaga e aos demais – e, em especial, ao Tiago Henrique, que compreendeu, com extraordinária facilidade, tudo o que eu venho tentando dizer.

    A. S. Franchini.

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  36. Olá Franchini,

    Creio que com um pouco de atenção e sem preguiça para ler, fica fácil de entender o que quis expor, mas vemos sempre pessoas com dificuldade de leitura e interpretação, fazendo um reboliço por pura ignorância.

    Quanto ao livro citado, não tive ainda o prazer de ler, vi a venda pela internet e pretendo adquirir o mesmo o quanto antes, para asim poder opiniar sobre algo, creio que antes de qualquer opinião, nada melhor do que uma boa leitura e releitura se necessário para não sair soltando “asneiras” por aí.

    Vamos aguardar agora as reclamações sobre o próximo livro, já que percebe-se que é só isto que ocorre.

    Até logo.

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  37. Acho que desta vez não teremos reclamações, Tiago. Além do livro ter bastante conteúdo e de estar solidamente embasado, ele também “puxa” para o lado do esoterismo, o que fará as delícias de todos os adeptos do “renascimento pagão”.

    Como eu não me inscrevo no número dos esotéricos, só tenho isto, na verdade, a objetar ao livro. (Na verdade, não se trata nem mesmo de objeção, já que a autora tem todo o direito de crer no que quiser e de divulgar as suas crenças.)

    Mas, repito: o livro é excelente, e quem anda em busca de aprofundamento no assunto, certamente encontrará no livro da Mirella um excelente manancial de informações.

    Abraços.

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    • Uma vez que temos a presença ilustre de um dos autores, gostaria de perguntar se as versões de “O Anel dos Nibelungos” ( a presente nessa obra e a publicada de maneira isolada, pela mesma editora) adaptadas pelo mesmo diferem em conteúdo ou característica.
      Quanto ao assunto vigente, acredito que as críticas apresentadas são construtivas, mas contradizem o objetivo da obra, uma adaptação de viés infanto-juvenil com objetivos introdutórios. Não se trata, de maneira alguma de um Junito Brandão, Dabdab Trabulsi ou (o questionável) Joseph Campbell.

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  38. Olá, Thales.

    A versão do Anel é a mesma nos dois livros. Como o primeiro livro – As Melhores Historias da Mitologia Nórdica – se trata, na verdade, de dois livros num só, a editora achou que seria uma boa ideia disponibilizar a versão isolada da ópera para aqueles que quisessem ler apenas esta história.

    Quanto às críticas, quando feitas respeitosamente, julgo-as todas construtivas, e não me custa nada dar razão a muitas delas, que julgo realmente procedentes. Para mim é muito fácil reconhecer os defeitos de qualquer coisa que escrevo, já que tenho a plena consciência de não ser o dono da verdade nem o melhor escritor já surgido sobre a face da Terra.

    Obrigado pelo interesse.

    A. S. Franchini.

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  39. Quando citei a resenha do site de vocês não tinha visto que o autor veio falar essa gigantesca quantidade de merdas aqui. É (MUITO) lamentável notar que existam pessoas com esse tipo de pensamento andando por aí e ainda por cima escrevendo sobre isso.

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    • Eu creio que o autor está certo.

      Vocês são muito cheios de frescuras, gostam é de pagar pau para autores de fora.

      Ele tem a opinião dele e a expressou, assim como você está fazendo e eu também. Logo, por ser um autor, não tem tal direito?

      Deve escrever apenas o que vocês gostam, se for assim, escrevam seu próprio livro, que com certeza nele terá apenas abordagens que gostem.

      Parabenizo a coragem do Franchini em vir a debater junto aos leitores e desprezo os medíocres que mal sabem escrever em seu blog e que se acham superiores a julgar e desprezar a obra de alguém que com certeza teve esforço para poder lançar a mesma.

      Sugiro que estudem um pouco ou mostrem suas habilidades como escritores e lancem um livro para que aqui possamos então medir a vossa qualidade com a do autor criticado.

      Sabemos que o livro do Franchini não é um livro voltado a estudos sobre a Mitologia nórdica, logo, não é obrigado a escrever detalhadamente sobre tudo isto.

      Se quer algo verdadeiro sobre mitologia nórdica, povos escandinavos, vá ler artigos e livros voltados a tal estudo, como por exemplo do Dr Johnni Langer, que escreve sobre tal tema.

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  40. Como estou decidido a não responder a críticas cujo único argumento se limita ao uso de um palavrão, me vejo obrigado a deixar o sr Seja-lá-quem-for do icultgen (seja lá o que for isto) sem resposta.
    Aconselho ao Thiago que faça o mesmo. Seguramente o sr. Seja-lá-quem-for do icultgen (seja lá o que for isto) está mal humorado e deseja “pendurar o macaco” nas costas do primeiro que enxergar.

    Um grande abraço a todos os leitores capazes de se expressarem em termos minimamente inteligentes e educados..

    Ademilson Franchini.

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  41. Infelizmente temos que conviver com pessoas deste tipo em nossa sociedade, que se acham bons, porém, nada fazem, apenas infectam de ignorância e soberba este mundo que já não é dos melhores. Sugiro aos camaradinhas aí que estudem e vão ser alguém na vida, para depois sim ter cultura e argumentos concretos e principalmente capacidade de superar o que se critica, se achou ruim, faça melhor, BÁSICO.

    Uma coisa é crítica construtiva, outra, é criticar sem fundamentos e conhecimentos adequados se dizendo o bom e humilhando os outros, e principalmente desmotivando o trabalho dos outros.

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  42. Estive no site do tal icultgen e postei uma resposta, já que por lá também decidiram me escalpelar, mas até agora não a publicaram. (A resposta não é para o tal icultgen, que não sabe conversar em termos respeitosos, mas aos outros leitores que estão embarcando na sua canoa de tentar desqualificar meu trabalho sem o terem lido.) Aliás, duvido muito que a publiquem, já que um dos blogueiros revelou-se decepcionado pelo fato de lá só publicarem comentários favoráveis ao articulista-seja-ele-quem-for. Aliás, o próprio articulista, que se acha muito inteligente, confirma a discriminação, ao dizer que “cansou de alimentar trolls” (os trolls, naturalmente, são todos aqueles que discordam das suas brilhantes perorações).

    Portanto, a confirmar-se a minha suspeita de que lá não publicarão mesmo a minha resposta, sinto-me no direito – e mesmo no dever – de avisar a todos os blogueiros do nosso honesto e decente Covil do Orc – e também a algum leitor eventual daquele blog que tenha migrado para cá – de que o blog do Icult não respeita a isenção nem a independência intelectual, uma vez que não publica opiniões discordantes. O sr. Seja-lá-quem-for – que, depois de ter vindo aqui me ofender gratuitamente, promoveu por lá a ideia completamente falsa de que eu desrespeito meus leitores – prova, assim, que quem realmente desrespeita seus leitores é ele, ao ofender pessoas, de maneira gratuita, e suprimir respostas a seu bel prazer.

    O noisso bom Snaga também fez uma aparição sucinta naquele blog e disse, referindo-se ao meu livro, que “existem livros e livros” sobre o tema da mitologia nórdica. Me permitirei parafraseá-lo aqui, dizendo que também existem blogs e blogs, e que o do sr. icultgen-seja-lá-quem-for, a despeito de toda a sua parafernália digital e carnavalesca, seguramente não é o lugar mais indicado para ser frequentado por pessoas que prezam coisas fundamentais como isenção e respeito à opinião alheia.

    Estou esperando, portanto, Sr.Seja-lá-quem-for do Icult, que o senhor se digne a publicar a minha resposta, sem corte algum, já que não há ofensa alguma nela, e desminta esta minha suspeita, que até esta data, 3 de outubro de 2011, está plenamente justificada (acabei de entrar no icult sem conseguir encontrá-la). Se ela surgir, ou estiver escondida em algum recanto obscuro do blog, naturalmente que retiro esta crítica, transferindo imediatamente os meus exércitos para lá a fim de dar combate aos nervosinhos que insistem em me acusar de ser desrespeitoso para com os meus leitores, além de outras bobagens anda mais descabidas

    Estou esperando, sr. Seja-lá-quem-for do INCULT.

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  43. Olá, Snaga, há quanto tempo!

    Muito bom o novo visual dark (ou seja lá como chamam isto hoje em dia). Parabéns.

    É, a nossa discussão parece que esfriou mesmo. Eu estava gostando tanto de bancar o D´Artagnan… Muito divertido esgrimir contra cem ao mesmo tempo.

    Comecei a escrever outro livro, desta vez sobre a mitologia asteca. Muito interessantes as lendas e também os sacrifícios humanos que os astecas faziam a Huitzilopochtli, Xipe Totec, e outras gracinhas de deuses. No mais emocionante deles, arrancava-se a pele do sacrificado e o sacerdote desfilava vestido com ela pelas ruas dfurante vinte dias, até a pele cair de podre.

    O livro está sendo escrito exatamente no mesmo estilo da nórdica e da mit. celta, recém lançado.

    Não percam.

    Abraços, Snaga e amigos, e até a próxima!

    A. S. Franchini.

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    • Mesmo tendo o assunto esfriado, gostaria de ressaltar que, embora tenha sofrido correções com o tempo, uma versão mais atual do livro que nos referimos ainda sofre com pequenos erros que podem acabar por afetar o conteúdo da obra. Por exemplo, na página 141 temos citado o Olimpo como, claralmente, os autores se referiam à Asgard….Isso ocorre, possivelmente, pois na época de sua escrita, havia pouco tempo que a coletãnea de mitos clássicos dos mesmos autores havia sido lançada e, creio, que a temática greco-romana ainda estava muito fresca em suas memórias….
      Trocando de assunto, já que um dos autores ainda está presente, gostaria se saber qual o motivo da separação dos mesmos nas últimas obras? Desde a coletãnia de lendas do folclore brasileiro, cad autor tem trabalhado sozinho….

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  44. Olá, Snaga e Thales.

    Francamente, Thales, eu não sabia que aquela barrigada do “Olimpo” no lugar de Asgard continua sendo reeditada, depois de dez edições. Eu jamais releio meus livros, livro escrito é livro morto. (Sinto uma vontade louca de dizer que tenho deixado o erro de propósito, edição após edição, só por sadismo, mas infelizmente não é o caso: não tive, de fato, este lance de genialidade…) Vou avisar o editor sobre esta mancada reiterada, algo que, a esta altura, não podia mais acontecer.

    O livro eu mandaria com todo o prazer para você, Snaga, mas não entendo destas coisas de reembolso postal, e correios, e não-sei-o-que-mais, tenho horror a burocracia. (É óbvio que não há ressentimento algum. Tu achas o meu livro uma droga, e com uma boa dose de razão, pois se tem coisa que ele não é, definitivamente, é o melhor livro de mit. nordica já escrito.)

    A Carmen e eu demos um tempo na parceria, Thales. Ela tem os projetos dela, e eu os meus, mas nada impede que voltemos a escrever juntos, pois continuamos bons amigos. Aliás, o livro dela, da mitologia japonesa, eu considero como o melhor de todos da série, pela escrita sóbria e elegante, e pela ausência das cretinices que eu teimava – e teimo ainda – em atirar para dentro dos meus livros. O livro das Lendas Brasileiras, p. ex., teve a metade do texto cortado (acertadamente) pelo editor por ser “politicamente incorreto”, ficando bem mais comedido e “apolíneo”.

    E o restante dos blogueiros, onde andam?

    E a Sheilla, meu Deus, cadê ela? Será que está braba, ainda, com os meus “arremedos mitológicos”? Será que abandonou o fóssil do paganismo e retornou à luz de Cristo?

    E o tal fulano do I(n)cult, de quem não sei até hoje o nome? Já mandei várias msgs. para o tal blog, mas nunca publicaram. Que diferença do Covil, onde se respira o ar balsâmico da democracia!

    E o Thiago Henrique, com suas análises ponderadas e lúcidas?

    Se alguém conhecer algo sobre astecas, maiias e incas, por favor, não se eximam de comentar algo. Poderá ser útil na confecção da minha nova bomba literária e também para ampliar a minha visão sobre as crenças mesoamericanas, que em matéria de selvageria ultrapassam qualquer coisa já vista na longa história dos disparates religiosos inventados pelo homem (inventados, seguramente, pois há muito tempo que se deixou de arrancar corações a Huitzilopochtli, sob o pretexto de que era essencial para a manutenção do sol, e o velho astro-rei continua a brilhar. Alguém, portanto, mentiu nesta história, com um preço altíssimo em vidas.)

    Bom, chega.

    Um abraço a todos, e vamos reavivar a chama da discussão mitológica. Os meus livros não tem a menor importância, importando sim a visão que temos do fenômeno mitológico e da importância ou não de reavivarmos estas crenças no coração do homem. A minha posição com respeito ao tema vcs. já conhecem: admiro o lado poético e imaginativo, embora abomine as práticas bárbaras (ainda mais quando alguns entusiastas pretendem ressuscitá-las). Apesar disto, jamais me canso de escutar os argumentos dos que pensam em contrário – que é o melhor meio de se aprender algo, pois eles, muitas vezes, nos trazem algo que desconhecemos, ou teimamos, por prevenção ou ignorância, em reconhecer como válido.

    Franchini.

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    • Não sei se ao indicar “Popol vuh” ao autor estarei divagando do tema central desse, antigo, post, mas recomendo a versão bilingue de Gordon Brotherston. Trata-se de, ao meu ver, o mais importante “manual” da mitologia Maia e, posteriormente ao que foi adaptado, Asteca. O livro “Américas Antigas: As grandes civilizações”, de Nicholas J. Saundres também é uma boa pedida para uma visão geral dos povos pre-colombianos. Existe um grande livro sobre uma específica cultura mesoamericana (o qual, infelizmente, não me lembro se tratar de Maias ou Astecas) que foi ricamente recomendado por uma professora de História da América II na UFMG e lembro-me que, quando cursei tal matéria, os livrso “A civilização Maia”, ” A civilização Asteca” e “A civilização Inca” de Paul Gendrop, Jacques Soustelle e Henri Favre respectivamente, também foram destacados como leitúra básica. Esses últimos três, apesar de breves, formam um conjunto muito rico….aqueles que já estudaram ou estudam ciências humanas já se acustumou com o formado de tais leituras introdutórias….seria vital ao autor buscar informações com professores e pesquisadores da área pois, assim, a melhor bibliografia e conteúdo poderiam ser passados….

      Mudando de assunto, fiquei realmente intrigado quanto ao conteúdo retirado de sua obra pela editora. Atualmente curso “Estudos Clássicos” pelo departamento de História da UFMG e, apesar de, em vários momentos ser um grande crítico da maneira com que o presente autor e Carmen Seganfredo expõem o conteúdo de seus livros, em outros, aprecio muito a simplicidade do conteúdo e a maneira rotineira com que o mesmo, antes complexo e “indireto”, se torna leigo e “direto” (à nossa cultura). Existe hora para se buscar as fontes originais, leitura academica, primária ou secundária de conteúdo exigente e trabalhoso, mas também existe a hora de algo mais descompromissado, coloquial, adaptações modernas de textos antigos. Não sei se foi, realmente assim que os autores desejavam, mas é assim que visualizo suas obras quando as leio (tenho cerca de 15 livros de, pelo menos um dos autores). Até mesmo nosso querido Prof. Dr. Johnni Langer leu “As melhores histórias da mitologia nórdica” e soube determinar seu papel como não cabível à leitura direta e acadêmica, mas, aparentemente, soube destacar que o livro não foi feito para isso. Atualmente olho para minha prateleira e vejo que “As 100 melhores histórias da mitologia” logo ao lado de um Gustav Schwab e lembro-me que, masmo este tendo um objetivo, basicamente, igual ao de Seganfredo e Franchini, ninguém, atualmente, o critica por isso, sua obra é, guardadas as devidas proporções, até mesmo comparada à “Idade da fábula” e acredito que isso é fruto de um maior entendimento dos objetivos de cada autor.

      Gostaria de pedir desculpas por extender essa novela, mas creio que vários erros foram cometidos nesse “tópico”, e todos, acredito, podem ser resolvidos quando tentamos entender o objetivo dos autores ao escrever um livro. Comparar o conteúdo como é dado na Edda com o do livro em questão é algo sem fundamentos, cada um, entretanto, cumpre bem seu papel.

      Para finalizar, fico feliz em saber que está havendo mercado para as “sagas mitológicas” de Seganfredo e Franchini. Gostando, ou não, eles estáo abrindo as portas dos jóvens brasileiros para o assunto, e isso é maravilhoso. Acredito que, no futuro, obras como essa, muito tolas em certas partes, mas de alma pura e objetivo coerente, possam ser o fundamento de uma introdução à mitologia que acabe nos textos originais. Assim como fiz, em meados de 2003 com “As 100 melhores histórias da mitologia”, e hoje conto com Bulfinch, Mircea Eliade, Joseph Campbell, René Menard, James Frazer, Junito Brandão, Dabdab e Le Goff (além é claro dos originais) em minha pequena biblioteca, espero que obras desse cunho possam abrir as mentes dos “iniciantes”. Podem até me crucificar, mas sempre que me recomendam uma leitura introdutória de mitologia, eu recomendo a Franchini e Seganfredo com as mesmas frases de sempre:
      “É bobinho e infantíl, mas é de fácil compreensão, divertido e serve bem de leitura introdutória”

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    • Olá, seja novamente bem vindo Franchini :)
      Demorei, mas apareci.
      Com certeza, estas discussões sobre mitologia são ótimas, estou torcendo para que outras apareçam.

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  45. Bom… eu sei me colocar em meu lugar. Sou um mero leitor cuja opinião, por algum milagre, mereceu muita atenção (e não nego que fiquei feliz por isso). Mas, mesmo assim, um mero leitor e fão de mitos. Por isso, quando os grandes discutem, eu apenas observo.

    Admito que o que escrevi, em alguns aspectos, principalmente nos últimos dois parágrafos, foi por demais indecoroso e exagerado. E até me arrependi, após um tempo, dos ataques diretos aos autores. Porém mantenho boa parte das minhas opiniões, principalmente com relação ao exagero de linguagem coloquial e expressões abobalhadas (“barbada”), quando (assim ainda acredito) os mitos necessitam de linguagem mais expressiva e formal para transmitir a grandiosidade das histórias e seus significados.

    Enfim… eu espero que a discussão se estenda mais e mais e que todos fiquem à vontade para dar opinões. E sou sempre grato ao Franchini pela presença, paciência e por dizer que não existem ressentimentos.

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  46. Eu acho que a questão da qualidade dos meus livros se esgota a partir do momento em que eu próprio reconheço as limitações daquilo que escrevo. Eu sou o Percy Faith da mitologia (Percy Faith era aquele maestro popular dos anos 60 e 70 que fazia “músicas de elevador”, adaptando músicas famosas, e até clássicos, para um contexto mais simples. Eu adorava estas versões, e até hoje as escuto, digam o que disserem os críticos).

    Praticamente todos os defeitos apontados pelo Snaga e pelos demais opinadores realmente existem nos meus livros. De um autor iniciante – a mit. grega e nórdica são os meus 2 primeiros – não se pode esperar muito mais – e menos ainda de um autor que admite publicamente que jamais terá a qualificação daqueles gigantes que o Thales referiu. Não tenho o conhecimento nem o talento destes senhores – e, para falar a verdade, não gostaria jamais de ser um deles. Acho que o conhecimento em excesso torna as pessoas quando não pedantes, pelo menos amargas. Uma pessoa entupida de conhecimento é humanamente insuportável, e por melhor que isto possa ser para os leitores, eu não gostaria de me converter num tal monstro de erudição. Não aspiro a ser sábio, nem famoso, nem patrono de feira do livro alguma, nem ser reverenciado pelas academias e universidades. Deus que me defenda.

    Certa vez eu disse, brincando, aos meus detratores que largassem um pouco os livros e fossem namorar. Continuo aconselhando isto a todos aqueles que, como eu, sabem lá nas profundezas do ego que jamais serão um Claude Lévi-Strauss ou um intelectual do seu porte (no meu caso, eu digo: graças a Deus). O negócio para nós, reles mortais, que sabemos que jamais seremos um Tolkien ou um Lovecraft, é irmos lendo aqui, escrevendo ali, mas acima de tudo, tratarmos de viver, porque o tempo não para, e o forno crematório está logo ali adiante, só nos esperando.

    O meu principal propósito ao escrever é o de divertir, daí o tom coloquial e descontraído que – com resultados às vezes calamitosos, admito – procuro sempre empregar. Mas é assim que sei escrever, e prefiro seguir escrevendo assim do que me tornar um intelectual rabugento e pedante. Se eu tivesse o talento e o conhecimento profundos de um Mircea Eliade, p. ex., muito bem. Mas quem é que iria aguentar um A. S. Franchini bancando o intelectual? Então, cada qual no seu quadrado.

    Eu acho que a mitologia tb. pode ser encarada como uma diversão, pois as histórias têm, para além do seu conteúdo profundo, um viés de diversão e de emoção. Os nórdicos do tempo dos vikings – eu digo os nórdicos do povo, ignaros como eu – certamente apreciavam naquelas histórias o apelo da aventura e da emoção que elas transmitiam, além do narcótico da fé e da esperança de que alguma força superior os auxiliava na sua miserável marcha terrena. Nenhum viking beberrão e fedorento estava interessado no simbolismo esotérico das estripulias de Odin, assim como nenhum carola moderno está interessado em compreender o significado da Santíssima Trindade, nem jamais perdeu o sono ao tentar descobrir se Deus é Três-em-Um, ou é Um-em-Três.

    Quanto aos astecas, conheço estes autores que o Thales citou, e tenho muitos destes livros. Tb. encontrei em sebos muitos livros de autores mexicanos considerados especialistas no assunto _ Alfonso Caso, entre outros – que têm me servido muito para entender as motivações religiosas e os sentidos dos mitos e ritos dos povos mesoamericanos. A edição que vc. falou do Popol Vuh eu possuo, e irei utilizá-la para fazer a parte referente aos maias. Obrigado pelas dicas.

    Um abraço a todos.

    Franchini.

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  47. Apenas mais uma pequena adição, o livro “sobre uma específica cultura mesoamericana” ao qual me referí, na verdade é bem geral, chama-se “Deuses do méxico indígena”, trata-se de uma comparação de relatos e é, ao que pude observar, um tratado de culto e religião, por isso, pode ser útil aos objetivos do sr. Franchini, mas isso deve ser feito com cuidado….
    Espero ter ajudado em algo…

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  48. Também possuo este livro, Thales. É muito bem fundamentado, apesar do tom meio raivoso. Existem autores que tratam os astecas, maias e incas como coitadinhos, como se eles, quando hegemônicos, também não tivessem sido tirânicos. Os astecas eram os imperialistas do seu tempo, e escravizavam as cidades vizinhas por meios de tributos e da violência. (Nem poderia ser diferente, pois era a lógica do tempo.) Mas o livro tem sido bastante útil, já o li duas vezes.

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  49. Essa visão ocorre, principalmente quando destaca-se o conflito entre o povo nativo e o “invasor” espanhol. Não sei se você chegou a ler Tzvetan Todorov, mas em um de seus livros (creio que em A conquista da América) ele traça um panorama dos principais navegantes, conquistadores e líderes envolvidos nos conflitos da América espanhola pré-colonização e traz Montezuma com uma ingenuidade e inocência infantíl, ao mesmo tempo que mostra como vários outros povos se uníram para ajudar Cortez em sua “aventura” contra os Aztecas…lógicamente, preferiam o domínio europeu do que a opressão das altepetl…

    Essa visão do índio vivendo em um sistema bárbaro, mas puro quando comparado ao europeu é, ao que observei, muito presenta na antropologia e história do século XX pós-guerra….

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  50. Não li o livro do Todorovo, mas dei umas folheadas, e deve ser muito bom.

    A minha visão é a seguinte: os nativos, do México ou de qualquer outra parte do mundo, eram seres humanos iguais a quaisquer outros, com virtudes e defeitos iguais. A regra, nos tempos antigos, era dominar e escravizar, ou ser dominado e escravizado. Desde as cavernas foi assim, mas alguns historiadores demagogos gostam de eleger povos coitadinhos e os idealizarem. Os nossos índios também guerreavam o tempo todo entre si, escravizandio-se recirpocamente. (Existe uma tribo nossa que foi eleita como uma das dez raças mais cruéis do planeta, pelo modo bárbaro como trata os adversários e as suas próprias mulheres.)

    Historiadores tendenciosos do tipo Eduardo Galeano, engajados e pró-esquerdistas, já tiveram a sua vez, graças a Deus. Não suporto ler uma linha do seu “revanchismo socialista”. Graças a Deus já sabemos hoje muito bem o que vale o tal do socialismo que a tropa inteira dos latino-ressentidos defendiam. O socialismo encontrou finalmente o seu destino manifesto de ser uma mera fábrica de esporos parasitários chamados “ongs” e de fornecer uma vida boa a um bando de salafrários ainda piores que os da ditadura (aqueles pelo menos não eram cínicos e demagogos).

    O que estes socialistas de araque querem é nadar no dinheiro, como qualquer capitalista.

    O socialista – tirando os bem intencionados (será o caso de se aplicar o plural?) – é o beato hipócrita de uma época sem fé. Não saberia dizer qual dos dois é o mais desprezível.

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    • Eu, ainda, sou um projeto de historiador, pois ainda estou cursando história, e pretendo concluir :)
      Infelizmente, tive que ler alguns textos de autores/historiadores que me davam uma tristeza enorme, muito trágico.
      O pouco que li sobre civilizações pré-colombianas, foi no meio de leituras de antropologia e história da América.
      Quanto aos índios no Brasil, do que li, tenho que confessar, que nada “santos” foram e são, e jamais serão, ainda mais com nossa cultura unindo-se a deles, e aos poucos, tomando conta.
      Vou buscar ler os livros aqui citados. Normalmente, leio alguns artigos que tratam do tema, desta vez, vou ficar espiando mais a conversa do que participando, já que pouco li sobre tal tema. Mas o que eu puder “cutucar”, farei hehe
      Abraços a todos.

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  51. Naturalmente que a nossa cultura cristã-ocidental é outra cacaca… Mas é inegável que, ao menos no aspecto material, mostrou-se infinitamente superior a dos indígenas. (Pronto: acendi o estopim!)

    Se dependesse dos indígenas, ainda estaríamos de tanga, esperando que o pajé curasse um crise de apendicite com o o chacoalhar do seu maracá. Na época era o que se tinha, mas os indígenas, como todo povo fatalista, demonstraram sempre muito pouco vontade de evoluir e pesquisar, preferindo entregar seus destinos nas mãos de entidades fictícias.

    Ao mesmo tempo, o que tb. não dá para aguentar, indo ao outro extremo, é o excesso de tecnologia que nós civilizados estamos promovendo. Esta história de celular de quinhentos tipos, da verdadeira obsessão pela comunicação, sob todas as suas formas eletrônicas, eu considero como uma verdadeira demência tecnológica que precisa urgente de um freio. Depois que um lunático lançou a ideia da “rede mundial de cérebros”, foi que senti o perigo da coisa.

    Qualquer dia hackers perversos invadirão nossos cérebros, obrigando-nos a escutar pagodes, canções-de-presidiários e músicas “sertanojas” a qualquer hora do dia, como já fazem nos ônibus e metrôs os divulgadores tirânicos deste tipo de excremento musical.

    Mas saí completamente do assunto. Voltemos à nossa mitologia, que é melhor.

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  52. Eu ri! haha

    Com relação ao desenvolvimento material, é inegável que fomos superiores. O problema não é o capitalismo ou o materialismo, mas sim o consumismo!

    Se aprendermos que não temos necessidade de tudo isso, o mundo será bem melhor. Sem querer me usar de exemplo, mas já usando, eu tive o mesmo celular por quase 9 anos (só comprei um novo mês passado, porque o antigo desmanchou). E não senti falta de nada dessas tecnologias que se encontram no celular hoje em dia.

    Mas voltemos à mitologia!

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  53. É isso aí, vamos à mitologia!

    TEMA NÚMERO 1:

    O QUE VCS. ACHAM DO ODIN ENQUANTO DEUS?

    Acreditam na sua existência real?

    Será uma emanação esotérica da verdadeira divindade, feita para uso exclusivo dos nórdicos?

    Caso exista, é um deus que, pelas suas atitudes, mereça ser cultuado?

    Cultuar um deus que tb. faz o mal não é um contra-senso?

    Odin é mesmo um deus, ou terá sido, como a própria Mirella Faur sugere, um líder tribal divinizado?

    Não será um demônio, criado por Satanás, como afirmam as Testemunhas de Jeová, com o propósito exclusivo de enganar os homens, levando-os à perdição eterna?

    Aquela história do olho perdido não será uma mera versão poética para algum episódio trivial no qual o líder tribal do gelo tenha perdido o seu olho? Será que o inventor da história pensava tudo isto que os comentadores descobriram depois nas suas especulações?

    Os exegetas não exageram quando interpretam de todas as formas histórias que podem muito bem não passar de lorotas inventadas por vikings beberrões para distrair suas noites geladas de tédio?

    Os vikings, afinal, eram uns patifes ou não?

    Aquele negócio de empalar bebês nas lanças não foi passar demais da conta?

    Acho que com esta lenhazinha dá para voltar a reacender a fogueira da discussão.

    Abraços!

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    • Agora sim acho que o tópico volta a bombar hahaha

      Eu não sigo nenhuma religião específica, eu na verdade, me considero de certa forma agnóstico.
      Eu tenho a idéia de que a criação de divindades foi uma necessidade do homem, sempre, de alguma forma, o homem busca algo para acabar com o seu medo, se tem medo da morte, calma, Deus é a salvação, ele te promete sempre um paraíso. Se tem medo de espíritos do mal, calma, sempre tem um anjinho protetor, que Deus promete estar a seu lado haha
      Mas creio que todos os Deuses criados, são para atender a necessidade do homem, e a diferença deles se dá, devido a cultura de cada um.
      Eu creio que ele seja assim como o Deus da Mitologia cristã. Não acho que ele tenha sido apenas um líder que tenha sido divinizado.

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    • Deus!!! Como vc é ridícula mente engraçado!
      Escreva um livro cômico abre vc fazendo papel de si mesmo! Vc vai ganhar rios de dinheiro. Me avisa, vou comprar! :)

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  54. Não consegui ler toda a discussão de vcs, já que descobri esse site faz pouco tempo. Mas vim deixar minha opinião a respeito do livro, que ainda estou lendo e achando muito divertido. Principalmente a historias em que aparecem Loki e Thor juntos. Para ser sincero ainda n conseguir entender qual é a do Loki, ele gosta de fazer travessuras mas boa parte delas não são, por assim dizer malignas. Penso que ele apenas que deixar o dia-a-dia dos Asgardianos mais emocionante. Mas aí tem aquela profecia, que na parte do livro que me encontro foi apenas citada, em que o próprio Loki trará a destruição de tudo.

    Mas enfim, passei para dizer que admiro o trabalho do Ademilson e da Carmen, depois que terminar a leitura desse livro irei procurar As Melhores Historias da Mitologia Japonesa, que sempre foi um assunto que me encantou e muito.

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  55. Viva, um novo debatedor!

    Vou deixar para o Snaga dar as boas-vindas, afinal o blog não é meu, mas é bom ver que o pessoal que se interessa pelo tema da mitologia comparece de novo para dar a sua opinião.

    É, Arcanis, a coisa é assim: assim tem gente que, como você gostou do livro, e outros – sou obrigado a dizer: a maioria (pelo menos aqui no blog) – não.

    Quem está com a razão?

    Todos, pois gosto não se discute.

    O livro da mit. japonesa foi escrito apenas pela Carmen, e, a meu juízo, é o melhor de todos, pois, como já disse, não tem as babaquices que eu costumava colocar nos livros (muitas vezes sob os protestos dela). Por isto que eu digo que a discussão que se criou aqui no blog foi muito importante, principalmente para mim, pois vendo as críticas do Snaga e de outros percebi com clareza boa parte dos defeitos dos meus livros que antes não enxergava (o ego é ceguinho).

    Quanto ao Tiago, acho que ele tem quase cem por cento de razão. O conceito de deus – ou de deuses – foi criado e manipulado pelo próprio homem e muito bem “gerido” – economicamente falando – pelos sacerdotes de todos os credos. A crença é um dos negócios mais rendosos do mundo – basta ver a prosperidade cada vez maior da infinidade de seitas evangélicas que se espalham por tudo feito cogumelos.

    Os anos e uma certa experiência, porém, me deram a convicção – exclusivamente pessoal e subjetiva – de que existe, de fato, um poder superior, que eu chamo de Deus Verdadeiro, seja ele qual for, e de que esta vida não se encerra com a morte. Não tenho prova nenhuma para apresentar nem de uma nem de outra coisa, mas é a minha crença.

    Mas qual é o deus deus verdadeiro?

    O dos pagãos eu tenho ceerteza que não é. Eles pertencem a uma era superada do espírito humano, impossível de ser reavivada, por mais esforços que façam os abnegados entusiastas do “revivalismo pagão”. Odin nunca existiu, nem Huitzilopochtli, nem Zeus, nem o seu clone romano Júpiter, nem qualquer destes deuses que pululam nos manuais de mitologia, por mais fascinantes que sejam. (É a minha opinião, mas quem quiser acreditar neles evidentemente tem todo o direito de fazê-lo, e o meu dever é o de respeitá-los na sua crença.)

    Mas se não creio nos deuses pagãos por que razão gosto tanto de escrever sobre isto?

    Porque acho a maioria destas histórias muito bem inventadas, algumas com verdadeira elevação de espírito. Mas não creio que sejam mais verdadeiras do que a do Lobo Mau e os Três Porquinhos.

    Aliás, o problema com estas histórias começa justamente quando algum lunático, querendo levar a coisa a sério demais, decide que crianças devem começar a ser vestidas de porquinhos e atiradas numa cisterna cheia de lobos de verdade, a fim de louvar o Deus-lobo Dente-de-Faca, ou qualquer outra entidade estapafúrdia do mesmo gênero.

    Finalmente, quanto ao Loki, ele pertence a vasta e divertida galeria dos tricksters, tipo de um bufão ou arruaceiro que exerce nos mitos o papel do provocador, do agitador, não necessariamente mau. (Na Wikipédia tem um pequeno texto que explica melhor do que eu (larga “trickster” no Google). O Pica-Pau é um exemplar perfeito do tipo, mais gozador que perverso. (Mas nem por isto vamos passar a cultuá-lo, não é?)

    Bom, chega por hoje.

    Abraços (E o Snaga que me perdoe se pareço estar me apropriando do blog.)

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  56. “Os anos e uma certa experiência, porém, me deram a convicção – exclusivamente pessoal e subjetiva – de que existe, de fato, um poder superior, que eu chamo de Deus Verdadeiro, seja ele qual for, e de que esta vida não se encerra com a morte. Não tenho prova nenhuma para apresentar nem de uma nem de outra coisa, mas é a minha crença.”

    Curioso, é muito parecido com o que eu penso. Eu não consigo enxergar nenhuma religião como verdade, mas também é complicado viver sem acreditar em nada. Quando eu tento explicar isso geralmente sou motivo de troça. Por isso às vezes quando perguntam em que eu acredito, digo que sou agnóstico. O termo não representa o que eu penso, mas por algum motivo costumam entender e largar a discussão de lado. (devem achar a palavra bonita). Falar nisso me traz lembranças de um texto que me marcou muito, é um trecho do livro de Carl Sagan que fala sobre um dragão invisível. De tempos em tempos volto a pensar nele.

    Por outro lado, também acho a religião uma coisa maravilhosa. Mas só quando uma pessoa consegue encontrar paz sem precisar forçar o Deus dele encima de ninguém, ou ficar brigando a respeito de qual Deus tem o pau maior, por assim dizer. Se vale a citação:

    “Jesus veio para nos livrar do pecado, mas eu vejo muitos pecadores.
    Thor nos protege dos gigantes de gelo… Parece está funcionando.”

    Kkkkkkkk

    Quanto ao Loki, acabei pesquisando o termo que vc falou e entendendo mais o papel dele. Mas será que existe algum significado oculto pela escolha de ser ele o escolhido para liderar os gigantes? Logo um dos próprios deuses. Outra coisa que n entendo é como os deuses conseguem se casar com gigantes, é uma cena meio difícil de imaginar.

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  57. A Mitologia tem uma lógica de desenho animado, Thales – não a profunda, naturalmente, mas a do encadeamento dos fatos. É uma espécie de sonho desperto da humanidade, onde detalhes como tamanhos e proporções não interessam. Afinal, é tudo simbólico mesmo.

    Quanto ao significado oculto do Loki liderar os gigantes, se pesquisares bem – especialmente entre a turma engenhosa dos esotéricos – eu te garanto que vais encontrar. Só não garanto que seja a explicação real ou o mero fruto das elucubrações de um aficionado pelo assunto.

    Eu, confesso que não sei. Pior ainda: confesso não ter o menor interesse em saber que motivo secreto ou esotérico levou o autor (ou autores) a elegê-lo como líder da corja dos gigantes. Pelo que eu me lembro ele era filho de uma giganta (Loki não é um deus.). Como ele encarna, em muitos momentos, as forças obscuras da alma humana, me parece explicação suficiente.

    O que interessa mesmo, para mim, é que ele é um personagem complexo e dramaticamente (e também comicamente) muito rico. É este o lado deste tipo de personagem que me atrai, e não o místico. (Quem vem acompanhando meu blá-blá-blá já percebeu que não tenho muita simpatia por estes aspectos “arcanos” da mitologia, embora os admita, evidentemente, como válidos e mesmo importantes.)

    (Quando é que vai aparecer um esotérico, meu Deus, para me tirar da minha ignorância astral? Vinde, ó esotéricos do mundo todo, para o Covil do Snaga!)

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  58. Estou adorando e ao mesmo me espantando com a mitologia asteca. Por ali a gente como vê como o ser humano poder ser criativo e, ao mesmo tempo, louco.

    A lenda do Quinto Sol, por exemplo, diz que ele só pôde movimentar-se pelo céu após o sacrifício da vida dos demais deuses. Provavelmente trata-se de um mito celestial. Aí chega um desequilibrado e determina que os seres humanos tb. devem sacrificar suas vidas aos deuses porque eles, certa feita assim o fizeram em prol da humanidade.

    A história é bonita enquanto lenda. mas vira um pesadelo de sangue e horror quando alguém dicede levá-la demasiado a sério.

    Coyolxauhqui, a irmã do deus Huitzilopochtli, é morta junto com seus quatrocentos irmãos, e esquartejada por ele. A explicação é que se trata de um mito lunar. Ela é a lua e os quatrocentos irmãos são as estrelas, que Huitzilopochtli, na condição de deus solar, derrota, permitindo o retorno da luz solar e do dia. Aí vem outro doido e decide que pessoas devem ter o coração arrancado e depois serem arremessadas escadaria abaixo – estamos numa pirâmide – até irem cair numa escultura em forma de disco, na base da pirâmide, que retrata a deusa despedaçada. Uma vez ali, o corpo é desmembrado também e devorado, num banquete de canibalismo ritual, renovando-se, assim, sob uma forma macabra e repugnante, o duelo fantasioso do sol e da lua.

    Eram ou não doidos de pedra estes astecas?

    Somos ou não loucos quando repetimos hoje, sob outras formas, estas mesmas práticas?

    “Quando se porão, finalmente, a pensar?”, dizia Voltaire.

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  59. Se n me engano é esse ritual retratado no filme Apocalypto né? Mas que nada, doido somos nós agora, o sistema em que vivemos. Terminei o colégio faz pouco tempo, e me vi solto nessa selva que chamamos de cidade, onde tive que me adaptar e arranjar um emprego pela manha para poder pagar minha faculdade a noite. Passado essa fase começa a batalha infindável de acumular riqueza para se tornar enfim “independente” e ter minha casa, constituir família e por fim, continuar acumulando riquezas como um dragão entocado numa caverna, cheio de coisas brilhantes e ao mesmo tempo sempre entediado. Sorte que nunca foi do tipo ambicioso, quero viver confortável e só, acho que o anel dos nibelungos não conseguiria me seduzir kkkkkk Foi meio que um desabafo, mas para mim isso é loucura, o que é o canibalismo ao lado de uma perspectiva dessas? xD

    Tá foi um pouco exagerado, mas eu acho que é justamente por esse motivo que gosto tanto de fantasia, se na nossa sociedade “civilizada” eu já me sinto assim, imagina um camponês que passa a vida sendo explorado… ele deve agarrar a isso com todas suas forças.

    Quanto a esses astecas, eu penso que sofreria um bocado se fosse ler esse livro. Os nomes são muito difíceis de assimilar, isso pq nem tentei falar eles xD. Mas tem uns bonitinhos, quetzacoalt por exemplo, acho um nome muito foda.

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  60. O Apocalypto fala dos maias, mas é quase a mesma coisa.

    Com a experiência que meus 47 anos de idade me deram, eu posso dizer que tenho a receita para não achar este mundo um tédio: se dedique a algo que gosta. Se vc. se dedicar a algo que gosta MUIIIIITO MESMO vc. nem vai ver o tempo passar, e quando se der conta, verá que está um velho caquético, a um passo de escapar da sua jaula de carne. Aprenda a fazer cadeiras, as melhores cadeiras do mundo, e se dedique a isto de corpo e alma. Eu vejo isto quando estou escrevendo: o tempo passa voando. Mas quando termino um livro, o tédio retoma o império.

    A receita para a felicidade eu tb. tenho. Só um cretino total, aos 47 anos de idade, pode dizer que não sabe. A felicidade nesta vida é amar uma mulher decente e ser amado por ela. Pode parecer pieguice, mas é isto mesmo. Só que isto é muito difícil de acontecer. É como acertar na mega-sena. É mais difícil porque é infinitamente melhor.

    Mas como achar um propósito na vida é mais fácil, já que não depende de outra pessoa, é o conselho que eu dou aos entediados do mundo.

    Ou tentar a mega-sena mesmo, que um montão de dinheiro não faz mal pra ninguém.

    Um bom meio de ler estes nomes astecas é dividi-los em dois. Na verdade, os astecas, como os germânicos, adoravam aglutinar nomes. Se dividir em dois tempos, fica mais fácil. Huitzilopochtli de uma vez é brabo. Huitzilo-pochtli (Colibri do Sul) fica mais fácil. Malinalxochtl fica Malinal-xochtli (Flor de Malinal). Malinal é uma planta têxtil.

    Semana que vem, com a concordância do Snaga, vou propor novos temas mitológicos, já que o primeiro questionário ficou sem resposta. (Cadê os odinistas xiitas, meu Deus?)

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    • Obrigado pelos conselhos. Ando tentando descobrir algum oficio em que eu consiga juntar a obrigação ao prazer, mas é uma tarefa muito difícil. Tenho mesmo vontade de ser escritor, mas minhas habilidades ainda são muito escassas. Limito-me a escrever resenhas dos livros que li, dos filmes que assisti, etc. Por essas e outras que estou procurando o plano B.

      Quanto ao amor, eu ainda estou esperando ele aparecer, começo a suspeitar que ele ficou lá na caixa de pandora junto com a esperança. Haha

      Quem sabe mais pessoas apareçam se pedirmos ao Snaga que crie um novo tópico voltado só a discussão de mitologia, pois este tópico está disfarçado de uma resenha de um livro e o assunto acabou desenvolvendo.

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  61. Faça adaptações que nem eu, Arcanis, e depois, se tiver imaginação bastante, tente um livro seu. Mas, por via das dúvidas, garanta o “de comer” com o plano B.

    Muito boa a sua ideia de criar um tópico novo, voltado ao tema específico da mitologia. Vamos ver se o Snaga acolhe a ideia.

    Escrevendo o livro de mitologia asteca, descubro que o deus Quetzalcoatl pode ter sido um viking. Pelo menos é o que alguns imaginativos sugerem, pelo fato do deus aparecer com barba ruiva numa das suas representações e por trajar uma túnica com uma cruz. (Quetzalcoatl usa barba como sinal de velhice, e a pretensa cruz era uma representação dos quatro pontos cardeais, uma das obsessões do imaginário místico mesoamericano.)

    As coisas que os eruditos inventam…!

    Em todo caso, joguem “Quetzalcoatl e viking” no Google e deleitem-se com esta curiosidade.

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    • Muito curioso isso, encontrei um tópico de discussão sobre esse tema do Quetzalcoatl viking, e pelo visto há vários indícios de que o povo nórdico teve contato com os Astecas. Falam de nativos de cabelos loiros e pele clara, murais pintando homens barbudos com armaduras lutando (e perdendo) a batalha contra eles e ainda influências vikings na etimologia de algumas palavras. Realmente fascinante!

      Mais tarde vou dar uma olhada melhor nisso, talvez esteja falando coisas sem fundamento =S.

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      • Se tiveram contato eu não sei, mas já foram descobertos resquícios vikings na costa leste do Canadá. Os nórdicos foram ótimos navegadores e chegaram muito longe em suas viagens. Não duvido que tenham visitado o Golfo do México.

        Dizem que até mesmo os romanos já tinham mapas das Américas e que Colombo e Pedro Álvares Cabral saíram da Península Ibérica já munidos de conhecimento sobre o Novo Mundo. (Minhas fontes sobre isso são muito tendenciosas, mas vai saber, né?)

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  62. Franchini, no seu post do dia 1º de fevereiro aqui nesta página, você sugeriu alguns temas e perguntas. Disse há alguns dias que iria continuar, mesmo ninguém tendo respondido.
    Continue!

    Eu gostei da idéia de um novo post. Vou pensar!

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  63. Vou esperar terminal o carnaval, Snaga, e fazer um super-questionário polêmico. Pode ser que os odinistas e os esotéricos, feridos nos seus brios místicos, retornem com toda a fúria.

    Quem sabe a Mirella Faur também compareça. Ela é uma esotérica de respeito e conhece em profundidade os segredos arcanos do odinismo. Certamente aprenderíamos muito com ela.

    Mas agora o pessoal só quer saber mesmo é de ziriguidum…

    Argh…!

    Três datas horríveis: Natal, Ano-Novo e Carnaval, o período mais cretino do ano. (Como é que pode aquela gente toda bêbada, se esfregando no suor uns dos outros e pulando feito bicho atrás de um caminhão mandando pro ar, a todo volume, aquelas músicas abomináveis?!)

    Será que na Suíça, onde jamais estarei – não estarei jamais no Piauí, quanto mais na Suíça – tb. se pula carnaval? Que experiência superior estar lá no meio das suíças frias e ponderadas, sexualmente reprimidas e com um resfriado permanente, que não se despem por qualquer coisinha! (Será que é assim?)

    Em breve, o questionário.

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  64. Que os vikings estiveram no Canadá é certo. A saga de Erik, o Vermelho, conta sobre isto, e arqueólogos descobriram restos de construções comprovadamente vikings cerca de 500 anos antes de Colombo. No meu livro Fúria Nórdica (desculpe a propagandinha…) recriei, junto com a Carmen, os episódios da colonização malsucedida do Canadá, mais extamente em L´Anse aux Meadows.

    Leif, o Sortudo, filho de Erik, deu início à colonização viking, mas um bando de esquimós (ou inuits) os pôs para correr da América, pois os nórdicos estavam em inferioridade numérica.

    Os espanhóis e anglo-saxões, muito mais tarde, mostrariam-se bem mais determinados.

    Quanto a chegada dos vikings ao México acho muito improvável. Estudiosos do assunto refutam categoricamente esta hipótese, incluindo-a na categoria de hipóteses do tipo “deuses-astronautas”. AS semelhanças que possam haver não passam de interpretações fantasiosas de historiadores e romancistas. Uma escritora escreveu um livro inteiro, mas é obra de pura ficção.

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  65. Incrível como os antigos se impressionavam com os astros. Estive vendo aquele documentário Zeitgeist, ou algo assim, do youtube sobre as semelhanças entre o culto cristão e os cultos pagãos do sol. Pela quantidade de semelhanças apresentadas, não é impossível de crer que o cristianismo – incluindo os próprios evangelhos – tenha sido esquematizado pelos primeiros cristãos para ser a nova religião solar, sucedânea de tantas outras. Fantasiaram, assim, a vida de Cristo, acrescentando eventos fictícios, como o nascimento da virgem (um dos tópicos mais velhos do fabulário místico universal), a perseguição do herói pelo rei, a ressurreição, etc., a ponto de converter o personagem real Jesus num personagem supranatural, recriando em sua pessoa, em uma roupagem quase idêntica, o velhíssimo culto solar.

    Praticamente todas as religiões antigas são representações poéticas de eventos astronômicos. A religião dos astecas e maias é eminentemente astronômica. O que não quer dizer que seus personagens sejam meros símbolos dos astros. Os magos e astrólogos da época eram habilíssimos em “acoplar” vidas terrenas aos eventos cósmicos, de tal forma que um ser humano podia ser, ao mesmo tempo, real e simbólico.

    Seria algo como pegar a história de Napoleão, que realmente existiu, e “acoplar” sua história pessoal com eventos astronômicos. Um mago hábil poderia facilmente converter Napoleão num deus solar, caso sua história tivesse se passado alguns milhares de anos atrás. Bastaria pegar seus generais e dizer que eram doze, para combinar com os doze signos do zodíaco (os apóstolos de “Cristo-Sol” eram doze também), e dizer que a derrota de Napoleão para o inverno russo é uma “alegoria evidente” do solstício do inverno (Napoleão-sol derrotado pelo inverno). Depois, acrescentariam-se alguns prodígios ao nível das fábulas, a fim de cativar as massas (Napoleão atracando-se à unha com a esfinge durante a sua campanha no Egito, etc. etc. etc.) e pronto: aí estaria mais um belo mito solar.

    O cristianismo, assim, parece ter sido a última expressão dos velhos mitos solares, uma mistura hábil feita pelos idealizadores do seu culto – que deve ter começado pelos próprios judeus, já que os evangelhos apresentam a figura de Cristo com todos os elementos da divindade solar, demonstrando que a fábula se instalou muito antes do estabelecimento da igreja romana. (Existe uma frase atribuída ao papa Leão X, que parece autorizar as suspeitas de manipulação dos verdadeiros eventos da vida de Cristo: “Quanto nos é útil esta fábula de Cristo!”, diz ele. “A fábula de Cristo é de tal modo lucrativa que seria um erro advertir os ignorantes do seu erro.”)

    Seja como for, tudo isto não invalida, de forma alguma, os ensinamentos morais que Jesus nos transmitiu. É preciso saber sempre distinguir a história da fábula (se é que se trata mesmo de uma fábula), e o ensinamento da embalagem na qual vem acondicionado. O problema é que a maioria dos crentes ama muito mais os prodígios que os ensinamentos. Eles não poderiam continuar a viver se retirassem os prodígios da sua devoção, preferindo mil vezes reescutar a lenda de que Sansão derrotou sozinho um exército inteiro armado apenas de uma queixada de burro, do que ter de reescutar o sermão da montanha – e o pior de tudo: TER DE COLOCÁ-LO EM PRÁTICA.

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  66. Henry Asgar Kelly, no seu livro “Satã, uma biografia”, ( ed. Globo, trad. Renato Rezende) dá um resumo da Bíblia, tal como é entendida pelos cristãos. É um resumo caricato, evidentemente, mas que, no fim das contas, sintetiza com exatidão o enredo da história que o livro conta:

    1- Gênio do mal, vindo do espaço, arma cilada para casal nu desavisado.

    2- Gênio consegue aprisionar casal – agora vestido – e todos seus descendentes.

    3- Deus tem um plano de resgate, envia filho.

    4- Plano parcialmente bem-sucedido: milhões ainda aprisionados no inferno, mas alguns são salvos.

    Depois, o autor acrescenta:

    “Humm. Ainda não parece certo. Na verdade, parece totalmente injusto. Que bom que isso não esteja de fato na Bíblia!”

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  67. Estive lendo o livro “Antologia Hede”, lançamento da Cia. das Letras, do autor argentino Manuel Graña Etcheverry. O livro é muito interessante, e se baseia numa mitologia inventada pelo autor. Uma mitologia primitiva, neanderthal. O tom do livro é de paródia, mas mostra bem como devem ter sido todas as mitologias nos seus estágios primais.

    Na verdade, todas as as mitologias tiveram aquela origem bárbara, e suas histórias originais são todas repletas de barbarismos iguais ou piores do que as apresentadas pelo autor na sua mitologia particular.

    Ou vocês acham que a mitologia grega, da maneira como hoje a conhecemos, foi sempre assim, toda cheirosinha e penteadinha? Todas as mitologias começaram nas cavernas, e não diferem daquela passada na fictícia Hedália. O Thor que vemos nas pinturas, de barba esvoaçante e manto com etiqueta Armani, é produto da mente fantasiosa de poetas.

    Todas as mitologias, brutais e estúpidas na sua origem mais remotda – produtos que eram de mentes pré-lógicas, situadas apenas um degrau ou dois acima da pura animalidade – foram coadas dezenas de vezes, e açucaradas e coloridas artificialmente pelos poetas, que deram um jeito de suavizar as asperezas do mito original. Os contos de fada dos irmãos Grimm são basicamente produto da imaginação deles, versões edulcoradas das versões bárbaras originais, que envolviam canibalismo, incesto, coprofagia e outros horrores.

    Os artistas transformaram as mitologias no que são hoje. A mitologia grega, toda bonitinha, ainda que tenha guardado boa parte do primitivismo original, tornou-se, com o tempo, produto de artistas.

    Na origem, todas as mitologias são representativaas daquilo que Nélson Rodrigues chamava de “o vil passado do homem”. Às vezes vemos surgir rasgos poéticos belos e originais, mas na maioria das vezes são produto de um ambiente bárbaro e de uma péssima compreensão de como as coisas funcionavam no universo. A questão do sacrifíciio humano é exemplar. Não existe nada na natureza que autorize imaginar que o sacrifício propiciatório seja necessário para a manutenção da vida no universo ou para a obtenção de qualquer favor natural. Mas um dia algum cérebro embrutecido imaginou que este seria um excelente meio para se obter favores do céu ou da natureza, e daí começou a carnificina insensata que dura até hoje. Milhares – talvez milhões – de seres humanos, sem contar animais, tiveram suas vidas imoladas em nome de uma estupidez crassa, fruto da má compreensão do funcionamento do universo.

    Mitologias são belas, mas não convém levá-las a sério demais, pois são todas, na origem, motivadas por erros e enganos de observação, com resultados infinitamente mais danosos do que benéficos para a própria vida humana. Ganhou-se poesia, mas, em muitos momentos, à custa de muito sangue.

    Por isto que, nos meus livros, procuro sempre manter um clima de ceticismo, e às vezes até de ironia, para que o leitor, que muitas vezes chega ao assunto um tanto fanatizado, perceba que não se deve levar demasiadamente a sério estas coisas que, no fim das contas, não passam de lendas, por mais belas e engenhosas que seja (e, na maioria das vezes, não são.). O mesmo vale, é claro, para as religiões.

    O pensamento mítico cega a pessoa para a lógica mais simples. Veja-se a questão de Moisés, durante o cativeiro do Egito. Se ele possuía mesmo o poder fantástico que se dizia possuir – ele ou o seu deus, o que dá no mesmo, pois ambos agem em conformidade – , um poder avassalador de lançar pragas medonhas e devastadoras e até mesmo de abrir um oceano ao meio, não lhe seria muito mais simples tirar o Faraó do trono a pontapés e sentar-se ele próprio no seu lugar? “De hoje em diante sou eu o Faraó e o Egito passará a se chamar Israel, e vocês egípcios é que irão peregrinar pelo deserto!”, deveria ter dito o mago hebreu.

    Bom. aí está um tópico sobre mitologia, cheio de pontos falhos esperando para serem atacados.

    Abraços, e obrigado ao Snaga pelo espaço.

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  68. A origem pode ser bárbara como você diz, mas o que não é? Assim como nossas histórias, nós mesmos já fomos bárbaros e evoluímos. Assim como o pensamento humano cresceu, os mitos e lendas também.

    Citando o próprio exemplo dos Irmãos Grimm que você deu. As histórias eram bárbaras, pesadas, carregadas de obscuridade. Se tinham lá sua lição de moral ao fim, não sei, pois desconheço totalmente. Mas veja como os Grimm evoluíram suas fábulas! O que era uma lenda do povo, se tornou um conto de fadas mundial, que tem a algo a ensinar às crianças, mesmo sem que elas percebam. E, apesar de muitos criticarem Walt Disney (incluindo Tolkien, que era um ferrenho crítico do cineasta), eu acho fantásticas suas adaptações das fábulas. O modo como os filmes conversam com as crianças e apresentam temas delicados, como a morte dos pais em Bambi e Rei Leão, por exemplo, é fascinante e para poucos.

    Mas voltando aos mitos, basta lembrar da Mitologia Grega que você disse. Podem ter se originado de atrocidades, mas se tornou o legado de uma sociedade evoluída, poética, criativa e bela. Se me permite citar Maquiavel um pouco fora de contexto: “os fins justificam os meios”… neste caso, o início.

    Já quanto a Moisés, a interpretação dos religiosos é um bocado diferente desta que você disse. Havia um propósito para que fosse daquela forma. A questão não era apenas salvar os judeus, mas também ensinar e mostrar aos egípcios quem era o verdadeiro Deus, sem tirar-lhes o direito de escolha. Mas enfim, esse parágrafo é tendencioso, pois eu próprio cresci sob esta doutrina e nunca a abandonei de todo.

    Aliás, já que toquei no assunto, comecei a ler bastante sobre mitologia judaica e hebraica recentemente. É também uma história fascinante e, muitíssimas vezes, destoante da Bíblia Católica que conheço relativamente bem.

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  69. É com alguma vergonha que volto aqui, depois de ter esquecido a discussão por quase um mês! Ademilson, também assisti ao Zeitgeist. Lembro que na época gostei muito mas eu acho que ele sofre um pouco por ser muito tendencioso quando chega lá na parte do atentado e tudo mais. A primeira parte do filme eu não tenho o que reclamar.

    Outro vídeo legal que lembrei agora foi um documentário da BBC (se n me engano) com uma entrevista gravada com o Joseph Campbell falando da saga do herói, e teve algo que me intrigou e muito. Como por exemplo, tinha uma parte que ele citava um mito Hindu em que a divindade abria os olhos e o que era vazio se tornava real, as coisas passavam a existir e quando a divindade (perdoem-me por não lembrar o nome xD) fechava o olho representava o fim daquele universo. Até aí tudo bem, mas eis que estava assistindo um documentário da Discovery falando sobre o Big bang e tem cientistas que acreditam que o ele foi formado pelo encontro de duas dimensões representadas na forma de um manto que estavam sempre ondulando. Quando os mantos se tocavam acontecia um big bang e o universo começava a se expandir, mas existiria uma hora em que a expansão acabaria e novamente os mantos tornariam a se separar, fazendo o universo regredir ao ponto inicial e conseqüentemente deixar de existir. Não é isso tão parecido com o piscar de olhos desse deus hindu? Como pode coisas tão perdidas no tempo ter tamanha semelhança? Talvez eu esteja viajando e fazendo ligações com coisas sem sentido, mas enfim.

    O nome do documentário é “Through the Wormhole” caso vcs tenham curiosidade em ver. Falar mais sobre questões da física moderna, mas o primeiro episódio fala sobre a questão da existência de deus sobre varias visões diferentes.

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    • Se for reparar, todas as mitologias apontam o fim dos tempos dessa forma: um reinício.
      O Apocalipse judaico-cristão é assim, com o despertar dos mortos e tal.
      O Ragnarok dos nórdicos também, pois quando tudo acaba, sobram alguns deuses apenas para reiniciar o mundo.
      Até Tolkien criou sua mitologia dessa forma. Na Segunda Profecia de Mandos é dito que Melkor retornará do Vazio, será vencido e então todos os mortos ressuscitarão e os desígnios de Eru/Deus estarão completos.

      No caso da mitologia hindu, o universo também é cíclico e creio que você esteja falando do deus Brahma. Quando Brahma desperta, ele cria todo o universo. Quando ele dorme, todo o universo é destruído. Então ele acorda novamente e tudo é recriado e assim sucessivamente.

      Uma curiosidade: Shaka de Virgem, personagem dos Cavaleiros do Zodíaco, é considerado o homem mais próximo de deus, a encarnação de Buda. Shaka está de olhos fechados há muuuuuitos anos, acumulando energia. Esse era seu mais poderoso golpe do mangá: se Shaka abrisse os olhos, seu poder poderia destruir o mundo.
      Mas o personagem foi baseado no fundador do budismo, Siddhartha Gautama, que também era conhecido como Shakya. Não sei quais as ligações entre budismo e hinduísmo, mas geograficamente estão bem próximos. É possível que Massami Kurumada tenha se baseado em bamas para criar o Cavaleiro de Ouro de Virgem.

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  70. A segunda parte do documentário sobre Jesus naturalmente que não vi. Deve ser mais uma das paranóias sobre o tema dos atentados de 2011. Não perco tempo com este tipo de bobagem.

    Quanto aos mitos não sou contra eles, naturalmente. Eles são a origem de tudo o que somos. Numa época em que o homem estava atrasado cientificamente, foi a maneira como ele conseguiu interpretar o mundo. Além do mais, o mito não lida somente com explicações mecanicistas do mundo. Ele trata de sentimentos e da maneira como o homem deve ser relacionar consigo mesmo, com o próximo e com o próprio mundo. É um patrimônio valioso e inalienável do homem.

    Acho apenas que devemos, como seres racionais que somos, saber “peneirar” o que, nos dias de hoje, nos convém, e o que se tornou obsoleto. Mitos que versam sobre a imposição da força para impor dogmas ou conceitos de mundo, devem ser radicalmente banidos (estudados, certamente, mas não acolhidos mais como exemplos de conduta).

    A prática do sacrifício humano é o feijão com arroz de muitas mitologias. Eu acho que nós, como pessoas sensatas, devemos banir esta ideia do nosso consciente, ou inconsciente, pois é uma ideia completamente absurda. Como eu disse anteriormente, não existe qualquer coisa na natureza que remeta a este tipo de prática. Ela é uma invenção exclusivamente humana, fruto da má compreensão do funcionamento do universo.

    É lógico que a história de Moisés é muito mais que uma mera disputa de poder. Por mais histórico – ou não – que ela seja, ele também é uma alegoria sobre o deus dos hebreus, como bem enfatizou o Snaga. Pena que este deus não tenha arrumado um meio melhor de “desqualificar” os outros deuses que matando os seus crentes. (A solução para esta diferença entre o Jeová e os demais deuses é resolvida com um simples apelo ao extermínio dos “idólatras”. Uma postura que levou a verdadeiras abominações. Se Jeová é superior aos outros deuses ele deveria se mostrar sempre sereno, como um Buda diante dos adversários. Não é preciso arrebentar a cabeça dos bebês babilônios sobre a rocha, como preceitua um dos salmos, para que se prove a superioridade de um deus.

    Existe um livro muito bom, chamado “Quem Jesus foi, e quem Jesus não foi”, de Bart D. Ehrman, que mostra como se construiu o mito do Jesus, e as fábulas da sua concepção miraculosa e da sua ressurreição, com base na crítica textual dos evangelhos. Cada evangelista diz uma coisa, com um propósito teológico definido, uma disputa que passou bem longe das motivações religiosas – e principalmente morais – de Cristo.

    Outra leitura muito estimulante são os livros do Osho. Aquele guru era realmente endiabrado e “não deixava nada no tinteiro”, como se dizia antigamente, quando se trata de criticar as crenças organizadas, chamadas por ele de “alucinações religiosas”. Seus livros são saudavelmente provocadores. Este dias vi na Saraiva um dvd dele, chamado “Quem disse que a humanidade precisa ser salva?” Segundo ele, a crença desenvolvida pelo cristianismo dogmático não passa de uma “armadilha religiosa” destinada a escravizar a humanidade. Se eu sou culpado, só Jesus – ou seja, a Igreja – pode me salvar. Uma lógica rasteira e maníaca, que manteve, e ainda mantém, milhões de pessoas escravizadas mental e espiritualmente.

    Finalmente, quanto ao Walt Disney e Tolkien, penso o seguinte: quando um artista superior se apodera dos mitos, ele os transforma em coisas superiores, às vezes melhores que o original. A versão original do anel dos nibelungos, apesar de belamente escrita, é um banho de sangue insensato protagonizado por um bando de trogloditas germânicos. Wagner, porém, artista superior que era, converteu a carnificina numa obra superior. O problema acontece, na verdade, quando os mercadores da fé se poderam dos mitos, ou da história, para fins escusos. Aquela frase do Papa Leão X é emblemática, ao afirmar o quanto era rendosa à Igreja “a fábula de Jesus”.

    É preciso evoluir. Os mitos são belos, trazem belas mensagens, mas não podemos mais interpretá-los literalmente, dando ênfase à fábula em detrimento da lição. Agora, na Páscoa, todos os pretensos cristãos irão se empaturrar de chocolate e comer peixe – uma combinação explosiva que termina invariavelmente no WC. Eu acho que honrar o mito de Jesus seria procurarmos agir de maneira um pouco mais parecida com a dele.

    Ah, mas isto é muito cacete. Deixa de blablablá e passa pra cá a tainha recheada e o ovo gigante!

    Abraços.

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    • Olá, senhores, primeiramente gostaria de dizer que me senti meio envergonhada em saber que somente duas mulheres comentaram e de forma pobre (e me atrevo a dizer de forma podre) neste post.Fico feliz em saber que existem pessoas de alto nível intelectual nesse país e que não estão enredados no Panem et Circenses que é o atual estado em que se encontram a maioria esmagadora da população brasileira, também fico feliz em encontrar o Covil do Orc.Confesso que achei muito engraçada a parte em que Franchini (O Troll, hehe) convida a “gurizada” a namorar mais e ler menos, mas convenhamos Sr Franchini eu convivo com pessoas que se assustam ao ver um livro de 100 páginas e dizem que a leitura é chata e desgostosa,então creio que pessoas que gostam de leitura são raras e precisam existir cada vez mais, me senti tentada em ler a sua obra que gerou tantos comentários, alguns podres mas alguns ricos em conteúdo e conhecimento, alguns os quais geraram em mim maior interesse e curiosidade em abordar e conhecer assuntos sobre Mitologia em geral.Longe de mim julgar-me conhecedora de quaisquer assuntos sobre a mitologia, baseando-me em um conteúdo fraco fornecido pela mídia, (eu que sou uma garota dos números pois estudo engenharia).
      Peço que me perdoem se fugi do assunto e se cometi algum erro aqui (pois como já disse sou a garota dos números) e agradecê-los por publicar um conteúdo tão excelente como este.
      A propósito Sr Snaga, também gosto muito das obras de Tolkien. ^.^

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      • Olá,
        Tomo liberdade, até em nome de outros que aqui comentaram, em pedir que faça a leitura do livro, para novamente colocarmos fogo nestes comentários! ^^
        A obra do Franchinni é boa, é uma introdução muito bacana a Mitologia Nórdica, coisa que muitos, infelizmente, por falta de intelecto, não conseguiram compreender, querendo comparar a obra a Tolkien.
        Bem, fico fascinado ao ver brasileiros criando coragem e começando a escrever sobre Mitologia Nórdica, povos escandinavos e alguns outros temas específicos, os quais, se quer são citados nas escolas, e tais povos e mitologia, são tão completos e fascinantes quanto qualquer outro que tentam enfiar na cabeça da gurizada.
        Mas, bem vinda garota dos números! ^^

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      • Bem-vinda, garota dos números! hehe
        E não há nada a perdoar, foram ótimas as suas considerações.

        E, Tiago, não sei se você se referiu a mim ou não, mas não quis comparar nada com Tolkien. Pelo contrário, fui contrário à comparação que vem logo marcada na capa do livro. De resto concordo contigo!

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      • Não mesmo Snaga!
        ^^
        Com você foi uma bela conversa, cito outros que ficaram revoltados, cegos e falaram asneiras, você não, você apenas foi crítico, dentro de seu direito, assim como outros, tendo embasamento no que falava.

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  71. Olá, pessoal.

    Prazer em ver que temos uma nova integrante do painel nórdico, a nossa simpática Driana, desde já cognominada A Garota dos Números.

    Graças aos deuses que você conseguiu compreender o sentido da coisa, Driana. Meus livro e da Carmen Seganfredo não passa de um esboço, uma tentativa – muitas vezes tosca, admito – de fazer uma introdução ao magnífico universo da mit. nórdica.

    Até agora não entendi o porquê das críticas raivosas. Muitas pessoas se enfurecem ao descobrir erros nos livros, como se eles fossem obra e culpa do autor. Errar é humano, e corrigir também. Adoro quando as pessoas apontam os defeitos, pois elas estão ajudando-me a não repeti-los.

    Muito legal que você, apesar de cursar engenharia, também se interesse pelas letras e pelo universo do pensamento e da fantasia. Serás, certamente, uma grande engenheira, pois um profissional, seja de que área for, só se torna realmente grande e diferenciado quando possui um arcabouço cultural e intelectual. É deste cabedal de conhecimentos que irás tirar grandes ideias para as obras que um dias virás a realizar. Da arquitetura avistada numa obra de um grande escritor como o Tolkien, por exemplo, podem surgir ideias para nobras construções, ou simples ornamentações. Um escritor é geralmente um espírito plutal e multifacetado. Na obra de um Balzac, por exemplo, há de tudo um pouco, e mesmo de uma ideia abstrata que ali se colha pode surgir o estalo para uma criação concreta no mundo ultracriativo das artes da construção. (Certamente que a engenharia e a arquitetura são verdadeiras artes.)

    Continue lendo, Driana, e enriquecendo o seu espírito, e fique a vontade para criticar os meus livros, pois a crítica é vital para o aperfeiçoamento de qualquer profissional.

    Um abraço a você, e também ao Tiago e ao Snaga, duas pessoas que, sem abrirem mão das suas opiniões, sabem fazê-lo com elegância e serenidade.

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    • É sempre um prazer poder conversar com todos por aqui e demais blogs que acesso. Mesmo tendo as vezes uma opinião, aprendemos muito com os outros, o que pode também, mudar nossa opinião. É aquela questão da verdade, que a verdade, não existe, é sempre mutável, e é exatamente assim. Quando achamos que temos as respostas definitivas e que aquela é nossa opinião ou aquilo é a verdade, sempre podemos mudá-la, e uma das coisas mais bacanas de se ver, é que o indivíduo aceite que estava errado ou que nem sempre está certo, aceitando mudar a sua então, verdade.
      Ultimamente estou com pouco tempo para participar dos blogs que costumava frequentar, assim, como estou com pouco tempo para leitura do que eu realmente gosto, estou me obrigando a ler textos e livros da faculdade, os do meu TCC e ainda, as centenas de textos da empresa. Então, espero daqui um tempo poder participar mais ativamente, para termos algumas boas discussões, construtivas.

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  72. Para os aficcionados da mit. nórdica:

    Li recentemente o livro “Cantiga de Sangue”, de Melvin Burgess, da editora Rocco. É uma recriação futurista da saga dos Volsungs.

    Tem suas qualidades, mas o autor apelou demais, metendo inclusive fartas doses de homossexualismo, algo que inexiste na versão original. (Soa mais como “homossexualismo promocional”, como diria Nelson Rodrigues).

    Em todo caso, vale como curiosidade…

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  73. Outra dica – esta quentíssima:

    “Conquistador – Hernan Cortés, Montezuma e a epopeia da resistência asteca”, de Buddy Levy, da editora Objetiva.

    Um livro fabuloso e indispensável, contando todos os passos da conquista do México. O encontro – e confronto – de duas civilizações que até então se desconheciam completamente é retratado de maneira brilhante pelo autor (Não sei porque Montezuma me lembra a figura de Jango, o nosso presidente deposto em 1964. As atitudes dúbias de ambos diante da catástrofe iminente parecem torná-los irmãos.)

    Este livro vale a pena comprar, ainda mais se sabendo que as tiragens deste tipo de livro costumam ser pequenas no Brasil, com reedições improváveis).

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  74. “A obra do Franchinni é boa, é uma introdução muito bacana a Mitologia Nórdica, coisa que muitos, infelizmente, por falta de intelecto, não conseguiram compreender, querendo comparar a obra a Tolkien.”

    Thiago, não sei de quais comparações vc esta falando, mas devido a forte semelhança do Anel dos nibelungos e a historio de Tolkien eu acho perfeitamente aceitável comparações. Na verdade eu considero “falta de intelecto” não admiti-las. Afinal de contas quem leu a saga de Túrin Turambar sabe que a luta dele contra o dragão foi quase idêntica a luta de Siegfried, sem falar no anel que é o centro de tudo nas duas obras, o lago das ninfas/montanha da perdição, os valar em o Silmarillion que tanto me lembram os deuses nórdicos, entre muitas outras semelhanças.

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    • Arcanis,
      Boa tarde.
      Bom, quem participou desde o início das conversas sabe do que estou falando, pegar a conversa pela metade pode fazer com que entenda errado o posicionamento das pessoas, querendo atingir a alguém, sem saber do que trata-se, comum isto, tratando-se de internet.
      Não vou sugerir a leitura de todos comentários pois pode não ter tempo pra isso e nem eu ter tempo para discutir novamente sobre isto e muito menos para ficar explicando sobre qual comentário estou falando e coisas do tipo.
      Mas, sugiro nas próximas vezes, ver bem o teor e do que se trata a conversa, fica mais fácil a compreensão. Ainda afirmo ser falta de intelecto de alguns presentes na conversa tais comparações e por fim, ataques ao Franchini de forma desnecessária.

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  75. Olá, Arkanis, tudo bem?

    Eu acho que o Thiago quis dizer que o meu livro não pode ser comparado ao do Tolkien porque são livros completamente diferentes na proposta e no estilo.

    Quando eu digo que a mitologia exposta no meu livro inspirou a obra de Tolkien – uma verdade inconteste – obviamente que não estou querendo comparar a minha obra com a do grande autor do Senhor dos Anéis. Os temas abordados estão interligados, mas as duas obras são completamente diferentes naquilo que propóem. Creio que foi isto que o Thiago quis dizer.

    O livro do Tolkien é um romance, e o meu uma adaptação de temas que fundamentaram a obra dele (obviamente que Tolkien não se inspirou somente na mit. nórdica. Estes dias, estudando a mitologia dos sumérios, descobri que lá tb. se tratam de anéis, e pesquisando por aí descobri que, de fato, Tolkien tb. era um estudioso das religiões mesopotâmicas.)

    A propósito do assunto: como estamos lidando com a mit. nórdica – e mitologias em geral – estou curioso para saber se os frequentadores deste blog têm alguma dica boa de livros sobre o tema, e tb. de conhecer as suas visões sobre o assunto.

    Um abraço a você, Arkanis, ao Thiago, e ao Snaga, que nos faculta este espaço.

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    • Franchini, admiro sua paciência :)
      Bom, é sim o que eu quis dizer.
      E segundo, esta questão de comparar eu nunca gostei e tentei deixe isto claro lá no começo das conversas.
      Cada autor tem seu estilo, identidade, e outra, não tem porque fazer obra igual ou parecida com Tolkien, se não era apenas copiar e reproduzir o que já havia escrito.
      O que eu quis dizer foi exatamente isto, que uma obra não é igual a outra, pode sim até se tratar de temas sim semelhantes, mas, com intuitos diferentes.
      Bom, por hora deixei de ler sobre mitologia nórdica e celta, estou lendo alguns livros do Ginzburg que a tempos queria ler, além dele tenho de outros autores para ler, como Edward W. Said (Para entender um pouco sobre o orientalismo), Peter Burke… Bom, na verdade, eu gosto muito de autores (Neste caso, historiadores) que trabalhem com micro-história, como já citei mais de uma vez aqui, curso História, então tem vezes que nem tempo tenho para leituras que gosto, mas, aos poucos vou achando tempo, e gostei muito do livro do Franchini e sempre indico para quem quer começar a entender Mitologia Nórdica, ainda mais agora com Thor e Loki em ascenção no mercado hahaha
      Eu gosto muito do estudo de religiões, crenças, por isto, gosto de mitologia, sou agnóstico, mas gosto de entender como determinado povo levava estas crenças e tentar encontrar semelhanças entre as mesmas.
      Mas não sei Franchini se já leu “Os Andarilhos do Bem” do Ginzburg, é muito bom, uma obra muito rica em detalhes, sei lá, Ginzburg é muito bom haha
      Mas semana passada estive na livraria e vi outros livros seus, logo que possível, estarei os adquirindo para levantarmos outras discussões!
      Abraço a todos.

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      • Admito que também admiro a paciência do Franchini. Se fosse eu já teria chutado o balde. haha

        E respondendo à pergunta dele próprio, mais admirado fiquei eu, outro dia, lendo alguns artigos na internet, exatamente sobre mitologia mesopotâmica – judaica, suméria, babilônica etc – e perceber que, cristão que sou, pouco conheço dos primórdios da própria religião (ou mitologia, como preferirem) que sigo.

        Li apenas artigos na internet sobre a Bíblia, o Livro de Enoque, a Cabala, a Torá e alguns outros. Se alguém puder recomendar algum bom livro sobre o assunto, agradeço.
        (Antes que pensem besteira, sim, eu conheço a Bíblia. Não sou um cristão alienado. Claro que não sou um conhecedor profundo, mas catecismo e Crisma servem para alguma coisa.)

        E se querem conhecer algo diferente, recomendo O Mahabharata, a grande saga da mitologia Indú/Sânscrita (que seria A Ilíada para os gregos). Li a versão do Jean-Claude Carriere, mas é bem resumida, chegando a mutilar a maior parte da história! Gostaria de ler outras versões, pois é realmente fascinante!

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  76. Não precisa procurar mais, Snaga. A Ediouro lançou uma segunda edição do Mahabharata. É uma versão condensada – no Brasil jamais veremos a versão completa, é imensa.

    Mas esta versão é muito boa, feita por um certo Krishna Dharma. Eu tinha lido há muitos anos e depois vendido. Não tinha mais nem em sebos, mas agora reapareceu na Cultura e eu readquiri.

    A propósito de religiões: catecismo e crisma são versões edulcoradas da Bíblia. Os evangelhos dizem que Jesus destratou a mãe em público por duas vezes, chegando a renegar a ela e aos irmãos, mas no catecismo se passa o assunto por alto, e tb. não se diz que Jesus tinha irmãos, filhos de Maria). No catecismo nos dizem que Jesus entrou em Jerusalém montado num burrico “em sinal de humildade”. Foi justamente o contrário: o burro era a montaria dos reis de Israel (Davi entrou em Jerusalém montado num burro, ou jegue). Jesus escolheu esta montaria para deixar claro que ele se considerava o novo rei de Israel, e tb. para confirmar uma profecia de Zacarias, se não me engano, que dizia que o Messias entraria em Jerusalém montado num destes animais. Houve muito pouco de humildade neste lance.

    Nada disto invalida, porém, o homem Jesus – ou mesmo o “Deus Jesus”, se quiserem. Jesus era um homem complexo, porém muito diferente do Jesus manso e loiro, de olhos azuis e cabelos lavados com xampu que os padres antigos – e mesmo os padres-cantores de hoje, cada vez mais parecidos com astros de música sertanoja – nos impingem no catecismo.

    Um bom livro sobre o as origens do deus cristão está no livro A Origem de Deus, de Laurence Gardner, da ed. Madras. Tirando algumas afirmações bisonhas, há muitos pontos elucidativos. Um deles é o de que o deus dos hebreus era, na origem, um dos tantos deuses babilônico, p. ex., tendo se transformado somente mais tarde no “deus único”. (A grande estudiosa das religiões monoteístas, Karen Armstrong, em Uma História de Deus”, tb. afirma o mesmo.)

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    • Citei catecismo e Crisma pois me referia às leituras da Bíblia. Depois destas aulas admito que nunca mais a li. Mesmo assim, SOBRE a Bíblia e a Igreja também já li um bocado (vide post acima).
      Sei sobre os irmãos de Jesus, não me importo se Maria não era virgem, questiono a aparência de Cristo, duvido de sua bondade excessiva (uma hora alguém sempre chuta o balde), sei das mesclas do catolicismo com várias tradições e ritos pagãos da época, sei até que a idéia de um Messias filho de Deus, com 12 seguidores e que ressuscitou no terceiro dia é uma história bem mais antiga e presente em diversas mitologias (Horus, Mithra, Crishna etc etc, todos possuem a mesma história do nosso Cristo).
      Mas, enfim, acreditamos naquilo que queremos acreditar, ou, pelo menos, interpretamos ao nosso modo. Porém não vou discutir religião aqui.

      Sobre o Mahabharata, esse deve ser mesmo bom, afinal foi escrito pelo próprio Krishna! haha
      Fui dar uma olhada, vi que tem 416 páginas. Acho que é quase o dobro do livro do Carriere, se me lembro bem. Vou procurar um preço legal, talvez eu compre!

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  77. Religião é um assunto muito pessoal, concordo com vc., Snaga.

    Não sou apóstolo de credo nenhum, nem tampouco da descrença. Quando faço alguma afirmação é sempre para colocar o meu ponto de vista. Não me importo a mínima se os outros concordam ou não, e muito menos escrevo para converter ou desconverter alguém. Se você é cristão, e interpreta a Bíblia deste ou daquele jeito, não tenho nada com isto. Religião é um assunto personalíssimo, e cada qual deve chegar, neste assunto, às suas próprias conclusões. Não existe nada mais insuportável do que pregador de verdades sacrossantas num terreno onde o que menos existe é alguma verdade humanamente verificável.

    O Mahabharata que eu indiquei é, pelo menos, uma versão mais completa, e bem escrita. A do Carriére tb. é boa, acho que ele fez uma excelente adaptação. Existe tb. um dvd inglês, longuíssimo, mas eu não me animei a comprar nem a ver. (Não suporto filmes nem livros compridos.)

    Por falar em livros compridos, comprei um livro do tal George R.R. Martin, o Tolkien da vez. É o seu primeiro livro, de ficção científica. Puxa, o sujeito é tão chato quanto o padrinho! Que obsessão irritante em descrever, esmiuçar, tentar fazer crer que é verdade algo que sabemos ser mentira. A praga do realismo infestou mesmo a literatura de fantasia. (Aquela Guerra dos Tronos, tirando alguns momentos de iluminação, é um pé…! Já tentei ler, mas ainda estou remando no primeiro volume.)

    Melhor é um livro de contos que tb. saiu sob a chancela mercadológica do seu nome (ele é apenas o organizador dos contos, mas colocaram o nome com tanto destaque que muito desavisado por aí vai comprar achando que é dele… (Depoiis falam da minha notinha sobre “A mitologia que inspirou Tolkien”… eh, eh…) No meio de muita porcaria, tem um conto muito bom que se passa na Babilônia. Mas pelo menos todos os contos, bons ou ruins, têm o mérito da brevidade. A Guerra dos Tronos, assim como o Senhor dos Anéis, é um conto – ou, no máximo, um romance breve – que o sujeito expandiu até o limite da insuportabilidade – por questões, evidentemente, de mercado.

    Mas a mim você não pega, R.R. Martin…!

    A propósito: este negócio de R.R. parece atrair mesmo o sucesso (J.R.R. Tolkien, George R.R. Martin). Estou pensando seriamente em mudar meu nome para A.R.R. Franchini.

    Que tal…?

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    • Pois é, religião é um terreno perigoso.

      Ainda sobre o Mahabharata, sei que tem um filme do Carriere, baseado em uma peça de teatro também escrita por ele. Tem algumas cenas no YouTube, mas quando vi um vídeo ou outro, achei melhor nunca assistir ao filme! haha

      Comprei os três primeiros livros da Guerra dos Tronos, mas ainda não li nenhum. Aliás, esse ano não tenho lido nada, apenas 2 livros de literatura até o momento. Estou entrando em depressão por isso!

      O segredo do Sucesso está em duas letras: J e R. Veja que Tolkien tem ambas, por isso será eterno. G. R. R. Martin tem R apenas; fará sucesso, mas por pouco tempo. Assim como J. K Rowling tem o J apenas, por isso fez sucesso apenas certo tempo! hehe

      Se abrevio meu nome, tenho J. V. V. B. Militani. Fala sério, é um p*ta nome de autor de peso, né não? hahhaha

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  78. Quer ver um autor que eu admiro?

    H. P. Lovecraft. (Tb. é da turma das abreviaturas.)

    Lovecraft jamais escreveu calhamaços enfadonhos, espichando histórias sem necessidade. Aliás, ele escrevia sempre a mesma história: a de uma casa ou lugar abandonado que guarda em suas profundezas habitantes monstruosas e extraterrenos de uma época ancestral. Lovecraft nunca me importunou a paciência espichando tais bobagens (vamos combinar que suas histórias não passam de bobagens). Milhares de outros escreveram histórias talvez melhores que as suas, mas como ele se repetia sempre, acabou fixando um estilo próprio e inconfundível.

    Com ele sucede um paradoxo que é específico dos escritores realmente originais: eles sempre se repetem, escrevem sempre o mesmo livro, ou a mesma história, variando apenas nos detalhes. Uma coisa dita apenas uma vez apodrece e morre, como dizia Nélson Rodrigues, outro grande repetidor (só escrevia sobre adultério). Por esta mesma razão não aguentamos ler os gênios de modo muito seguido, pois eles dizem sempre a mesma coisa.

    O estilo é o homem, outra frase antiga. Quer dizer, no fim das contas o que se sobressai é a personalidade do autor, que transpira do seu texto como uma névoa. Aqueles monstros ridículos que ele criou – o Ctulhu e outros bichos-papões – não assustam nem as crianças. São um alter-ego dele. Depois de ler algumas das suas rapsódias paranóicas a gente começa a entender o sentido da coisa, e no fim o negócio começa a ficar até engraçado.

    Mas o que importa é que, graças a Nyarlathotep, jamais passou pela cabeça dele transformar suas lorotas em épicos grandiloquentes, no estilo expandido e “pseudo-realista” do Tolkien, do Paolini (aquele do Eragon, cruzes!!) ou do sr. RRRRRRRRR Martin…

    Para mim é o mesmo que alguém pretender escrever um Guerra e Paz colocando como personagens principais os sete anões, os hobbits, o pepe legal, a bruxa malvada e – argh!!! – um monte de dragões de todos os tipos e cores, rugindo espalhafatosamente.

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  79. De forma alguma.

    Todo gênio é repetitivo, mas nem todo repetitivo é gênio (a tese, claro, não é absoluta: nem sempre todo gênio é repetitivo).

    Se bem que, de certo modo, o velho Brown também seja um gênio: um gênio de vendas.

    Quem disse que ele faz questão de ser gênio literário?

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  80. Aliás, está aqui um ótimo tema para debate: o escritor não precisa ser necessariamente um mártir da arte. Nós aqui no Brasil que temos este preconceito (como se fôssemos grandes produtores de alta literatura! Tire Os Sertões e alguma coisa do Machado de Assis, e o que resta?)

    O sujeito pode escrever apenas para entretenimento do leitor, qual é o problema?.

    Ou então, no caso extremo – e que os tupiniquins daqui consideram a maior das blasfêmias – um escritor pode escrever apenas para ganhar dinheiro e nadar numa piscina cheia de uísque escocês, ou de leite de cabra escocesa (sei lá se existem cabras na Escócia…).

    Um engenheiro faz isto, um advogado defende patifes sob o beneplácito da sociedade, um médico extrai furúnculos de ricaços a peso de ouro – por que o escritor não pode escrever para ganhar muito dinheiro e escapar da escravidão subserviente dos empregos horríveis?

    Nos Estados Unidos não existe esta “paranoia genial”. Aliás, um escritor de best-sellers pode ser um excelente escritor. Já li coisas desta gente que me deram mais “satisfação estética” do que muito blablablá verborrágico dos chamados gênios ou estetas.

    O escritor é um profissional, como outro qualquer. Não precisa ser gênio de nada, e se ganhar muito dinheiro com isto, parabéns para ele: conseguiu, de maneira honestíssima, o que todos nós desesperadamente almejamos: a sua independência financeira.

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  81. Um livro muito bom, da coleção ibero-americana da Folha:

    Soldados de Salamina, de Javier Cercas.

    De vez em quando é bom ler um livro fora do circuito das aventuras e fantasia.

    Da mesma coleção, também é digno de nota “Respiração Artificial, de Ricardo Piglia. Embora seja mais erudito e um tanto difícil, é um grande livro.

    A literatura de língua espanhola é a melhor da atual literatura. Vila-Matas, apesar do seu tom muito depressivo, e o falecido Roberto Bolaño do Chile, são mais dois exemplos desta vigorosa literatura. Sem falar de Jorge Luís Borges, é claro.

    Pobre Brasil, cujo maior expoente literário é Jorge Amado…! (Gabri-ééé-éla…!)

    Voltando às mitologias:

    Incrível como as pessoas se irritam com o negócio de comparar as mitologias diversas com a grega. A maioria das críticas que vejo aos meus livros insiste em bater nesta tecla. Ao fazer, no entanto, o livro dos astecas, vejo arqueólogos e estudiosos eminentes fazerem a todo momento estas mesmas comparações. Não entendo a ira que isto provoca. Não se trata de subavaliar o entendimento do leitor, mas apenas de dar um referencial conhecido, sem qualquer propósito “reducionista”, ou “infantilóide”, para usar o jargão normalmente empregado.

    Estes dias li um comentário tão irado de uma garota que chegou a me provocar risos.

    Parecia uma das eríneas gregas! (Tá, tá, calma!…)

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    • Pra quem se interessa por literatura latino-americana, sugiro um livro muito bom (na verdade uma tese de doutorado em Comunicação) do professor Sérgio de Sá. O livro se chama “A Reinvenção do Escritor – Literatura e Mass Media”, pela Editora UFMG (a tese em si está disponível gratuitamente na internet). É uma análise de vários livros de vários autores latino-americanos contemporâneos sob uma ótica da mídia de massa, a influência da TV, rádio, cinema e jornal na vida dos escritores e em suas obras. Além de citar em alguns momentos o cinema brasileiro e até mesmo dedicar metade de um capítulo a Renato Russo. Entre os autores analisados estão Piglia, Silviano Santiago, Pauls, Kohan, Sarlo, Marcelo Mirisola e tantos outros.

      Claro que dá pra ficar um pouco perdido se você não conhece as obras citadas (eu não conheço a maioria), mas é uma introdução interessante – principalmente se seu interesse é comunicação e mídia.

      Quanto às comparações com mitologia grega, eu falei disso no meu texto lááááá longe, no topo desta página (sim, hoje ele parece tão distante) e repeito aqui: o problema não é fazer a comparação, mas deixar isso constante no texto. Se vou ler sobre os astecas, quero ver eles por eles. Se é necessária uma comparação, para servir de referência ao leitor, que se faça em um capítulo à parte, dedicado exclusivamente a essas comparações. Travar o texto a todo momento para dizer que tal deus se equivale a Zeus ou que tal local se equivale ao Olimpo, isso incomoda, atrapalha a leitura e dá ao autor uma aura do tipo “cara chato que pensa que tudo gira em torno dos gregos”.

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  82. Boa dica, Snaga. Vou dar uma lida, obrigado!

    É, eu aceito o ponto de vista seu e da maioria do pessoal contra as comparações, mas ainda continuo não entendendo o porquê disto irritar tanto. (“Odin, o Zeus dos nórdicos”: aí o sujeito para e leitura e começa a esbravejar: “Porra, esse cara pensa que eu sou ignorante? Tá me chamando de ignorante, porra? O que que essa merda de deus grego veio fazer aqui no meio dos meus nórdicos fodões? Odin fodão não tem nada a ver com aquele veado do Zeus, porra! Viva Tolkien!” )

    Dio santo, como se irritam fácil! (E que ódio dos gregos! Por Zeus! Parece latino-americano ressentido contra os brothers da América do Norte…! Não adianta, os gregos são parâmetro obrigatório da nossa cultura, o sincretismo e a menção são quase inevitáveis, mesmo que seja uma comparação, na maioria das vezes, redutora – como gostam desta palavra! – e incompleta.). Todos os livros de mitologia que eu li até hoje fazem tais comparações. Até mesmo o da Mirella Faur – profunda conhecedora dos mitos nórdicos (imagino até que seja praticante neopagã do Asatru) – também faz, dentríssimo do texto. Todos fazem.

    Mas, enfim, em respeito ao sistema nervoso dos meus leitores, vou tentar evitar os sincretismos na trilogia asteca-maia-inca – minha próxima obra-prima maravilhosamente bem escrita.

    Meu estilo crítico, porém, continuará a ser exatamente o mesmo, pois não sei escrever didaticamente – não sou autor de livros didáticos – e faço questão de fazer um texto marcadamente pessoal, injetando minha opinião, mesmo que desagrade a alguns, incapazes de ler algo que não afague as suas crenças, algo edulcorante e dentro dos cânones, tipo “se vai escrever sobre os astecas elogie os astecas e diga que tudo quanto os astecas fizeram foi lindo e maravilhoso, a despeito de terem subjugado povos vizinhos como autênticos imperialistas, etc. etc. etc.

    Sei que perco muitos leitores por causa disto, mas não abro mão da personalidade autoral. Quando sento na frente do computador me assalta sempre a compulsão satânica de continuar a ser assim – a ser eu mesmo, por pior que seja -, agradando ou desagrando.

    Um abração, Snaga, e a todos os que lerem estas mal traçadas!

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    • Opa, opa, peraí! Eu não tenho nada contra os gregos. Muito pelo contrário, adoro a mitologia grega (e a ciência e a história e a filosofia) tanto quanto dos nórdicos, celtas, maias, astescas, mesopotâmios, indús e tupis guaranis. Não conheço a maioria dos que eu citei, mas tanto faz. O que quero dizer é que não é a “Zeus” que incomoda, mas a comparação precipitada e contínua.

      Vamos usar seu exemplo: “Odin, o Zeus dos Nórdicos”. Você concorda com isso?
      Fora o fato de Odin e Zeus serem o líder de seus respectivos panteões, existe algo mais que possa compará-los tão diretamente a ponto de “reduzir” um em outro ou vice-versa?

      Veja que Zeus era o deus do trovão, portanto também seria certo eu dizer “Thor, o Zeus dos nórdicos”, afinal ambos são deuses do trovão.

      Talvez eu também pudesse dizer “Thor, o Órion dos nórdicos”, afinal tanto Thor quanto Órion são filhos do deus supremo com a deusa terra, respectivamente Odin e Jord e Zeus e Gaia.

      Entende o que quero dizer? Mesmo existindo semelhanças entre os personagens (e há muitas. Quanto mais leio sobre mitos, mais percebo e me surpreendo com como o ser humano é capaz de criar histórias tão parecidas de maneira autóctone) existem existe também – e muito mais – diferenças.

      Não sou contra as comparações, e é por isso que defendo um capítulo à parte, onde as comparações possam se aprofundar. E não apenas um resumo de 4 palavras: “o zeus dos nórdicos”.

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  83. A propósito: cadê a Driana…?

    Será que ela se ofendeu com os elogios e as boas-vindas…?

    Aqui na minha terra isto acontece o tempo todo: não tem gaúcha que não se ofenda mortalmente se você lhe dirigir um elogio, ou simplesmente um olhar.

    Volte, Driana, nada tema. Nós todos saberemos respeitá-la.

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  84. É óbvio que Odin não é um decalque do Zeus, nem vice-versa. Mas, como ambos são considerados, grosso modo, como deuses supremos dos seus respectivos panteões, para uma primeira “aproximação” do leitor – estou falando do leitor neófito, que nunca ouviu falar em Odin (meus livros se dirigem a este leitor) -, acho a comparação perfeitamente válida.

    É óbvio, também, que ninguém que conheça minimamente a mitologia nórdica irá dizer a bobagem de que “Thor é o Zeus dos nórdicos”, só porque ambos lidam com trovões. Thor não é considerado deus supremo dos nórdicos para estar lado a lado com Zeus numa comparação.

    Também posso dizer, sem incorrer em erro, que “Loki é o Mercúrio dos nórdicos”, a título de uma primeira aproximação, porque ambos se enquadram no tipo do personagem ladino, bifronte, que transita com versatilidade entre vários mundos. Nos livros de mitologia – se não me engano, o da ed. Zahar faz isto – os deuses e personagens são agrupados de maneira “temática”, estando Zeus lado a lado com Odin, e Loki ao lado de Mercúrio, Exu, e toda a trupe dos deuses ladinos.

    Enfim, quando faça tais comparações não é porque esteja subestimando a inteligência do leitor. Muito pelo contrário, eu tenho a certeza de que ele será perfeitamente capaz de reconhecer que a comparação jamais pretendeu ser absoluta – confio pienamente que ele será capaz de reconhecer os limites da comparação, tal como você hoje é capaz de fazê-lo – tão logo alcance um estágio mais elevado de conhecimento.

    Quanto a fazer um capítulo a parte, apenas para estabelecer diferenças de cunho erudito, não faz parte do escopo do tipo de livro que faço. Meus livros se limitam a dar uma abordagem apenas panorâmica e superficial – certamente que superficial, pois não sou nenhum erudito – focando basicamente no aspecto do entretenimento (entretenimento, aqui no Brasil ultra-intelectualizado, é considerado palavrão, mas eu não hesito em repetir que meus livros são livros de mero entretenimento). Se eu for entrar a fundo em mitologias comparadas, a ponto de fazer apêndices eruditos de teor explicativo, estarei fazendo um outro tipo de livro que decididamente não é o meu, pois não possuo gabaritação intelectual suficiente para isto.

    Mas, enfim, como este é um detalhe menor de todo o contexto, acho que não custa nada acatar a sua argumentação, que é a mesma da maioria dos leitores – uma argumentação perfeitamente válida e bem fundamentada -, e por isto a acatarei, passando a evitar as comparações heréticas.

    Um abração, Snaga, e obrigado pelo espaço.

    P.S.: Espero que os demais leitores se sintam encorajados a tb. tomarem parte no debate, transformando este espaço num verdadeiro “fórum mitológico”, onde possamos debater todos os temas do fantástico universo da mitologia universal.

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  85. Acredito que temos tanto a aprender com as velhas mitologias, quanto a desaprender.

    Este é o foco das minhas adaptações: mostrar o que as mitologias antiga nos legaram de sabedoria, e também o quanto nos legaram de estupidez.

    Por isto, muitas vezes, acredito que meus livros desagradem – tirando o lado da escrita em si, da qualidade ou não que ela possua. O que eu estou interessado mesmo é em promover um debate sobre os aspectos bons e maus deste pensamento arcaico que continua a nos influenciar, tanto para o bem, quanto para o mal.

    Acredito que boa parte deste conhecimento ancestral não seja conhecimento, mas um entulho arcaico, produto de eras em que o espírito humano ainda tateava em busca da verdade e do verdadeiro conhecimento (verdadeiro conhecimento, no meu entendimento, só existe aquele alicerçado na ciência, na comprovação experimental das coisas.)

    Os povos antigos eram tão ou mais estúpidos do que nós, os modernos, somos. Logo, devem ter imiscuído nas suas crenças boa parte dos seus preconceitos e da sua maldade – embora acredite que tenham legado, quase na mesma proporção, bons e maus ensinamentos.

    Um bom – e controvertido – tema para debate:

    O QUE VOCÊ VÊ DE NEFASTO NAS MITOLOGIAS?

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  86. Outro tema curiosíssimo:

    Por que as mitologias se parecem tanto?

    As Testemunhas de Jeová dizem que as mitologias – a exceção da mit. bíblica, que eles não consideram assim – são criações do diabo, espécies de paródia da história bíblica, destinadas a ridicularizar as fábulas originais de Jeová. Daí haver tantas histórias semelhantes por toda parte. (As histórias bíblicas são as originais, não importa o que digam os arqueólogos).

    Aliás, eles possuem arqueólogos para provar tudo quanto querem…

    Mas aí está, sem dúvida, um outro tema interessante.

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  87. O que eu vou postar aqui é referente a resposta do meu último post em 30 de Maio:

    Boa tarde Thiago, eu acompanho essa discussão desde de 02 de fevereiro e antes de postar algo eu li muito do que se passou aqui. Eu me posicionei encima do que vc escreveu naquele post e diferente do que vc disse (pegar a conversa pela metade pode fazer com que entenda errado o posicionamento das pessoas, querendo atingir a alguém) eu não estou tentando “atingir” ninguém, só expor meu ponto de vista que não obrigatoriamente tem que ser igual ao seu! Mesmo eu já tendo defendido o livro do Franchini como deu a entender que vc tbm o fez.

    Bom, mantenho o que eu disse a respeito do seu post anterior. Pois se vc escreve algo nesse imenso mural é bem aconselhável que vc escreva algo que faz sentido por si só, como seu comentário abriu espaço para uma interpretação diferente, que no meu caso eu interpretei como um comentário arrogante e sem nexo. Pois é impossível, sim impossível! Não haver comparações entre as obras já que as duas tem tantos assuntos em comum. (note que momento algo eu falei do foco de cada obra e sim do conteúdo de que elas tratam).

    Por fim devo dizer que “admiro a paciência do Franchini” também, apesar de não admirar o fato de eu ser uma pessoa que precise de paciência para ser respondida. :)

    Irei agora terminar de ler os posts mais recentes já que faz um tempo que não acesso o blog.

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    • Ola Arcanis,
      Realmente, opiniões divergem muito sim e as vezes, interpretamos as coisas como queremos.
      Creio que houve então interpretações inadequadas de ambas as partes.
      Não quis lhe ofender e me desculpo caso tenha feito isto.
      Creio que escrevi claramente e por algum motivo, pode sim ter interpretado de maneira incorreta, assim como possivelmente posso ter entendido você de maneira incorreta.
      Um abraço.

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  88. Franchini, entendo o porque de vc considerar sua obra um mero entretenimento. Mas vc tem que ver que ao levar essas historias vc está também passando a frente ensinamentos antigos. Sejam eles bons ou ruins. Gosto de pensar dessa maneira, existe tantas obras de entretenimento vazias por aí, mas as suas, as que eu li, eu n considero parte delas.
    “Por que as mitologias se parecem tanto?”
    Tá uma coisa que me atormenta, do pouco que eu sei já dá para notar semelhanças de cultura entre povos distintos e que provavelmente nunca tiveram contanto. Eu atribuo isso à uma espécie de coletividade da mente humana, algo que liga todos nós. Que influenciou em diversas culturas valores semelhantes. Algo intrinsecamente ligado à natureza humana, seja ela qual for…. Faz sentido? Acho que não haha

    Achei uma ótima pergunta. Gostaria de saber o que vcs pensam a respeito também!

    “A propósito: este negócio de R.R. parece atrair mesmo o sucesso (J.R.R. Tolkien, George R.R. Martin). Estou pensando seriamente em mudar meu nome para A.R.R. Franchini. “
    É uma boa hein kkkkkkkk
    “Odin fodão não tem nada a ver com aquele veado do Zeus, porra! Viva Tolkien!”

    Putz kkkkkkkkk

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  89. Olá, pessoal.

    Parabéns ao Tiago e ao Arcanis! Apreciei muito vê-los retornarem às boas, desculpando-se reciprocamente pelos excessos. Estão agora ao nível do blog do Snaga. (Estou cada vez mais convencido que aquela cara feia do orc, lá na entrada, tem a mesma função das gárgulas que se espalham pela catedral de Notre Dame: serve para espantar os maus espíritos que pretendem estabelecer a discórdia no sei do blog.) Discórdia, sim, ofensas não.

    Parabéns aos dois!

    A questão da semelhança das mitologias eu acho que se deve pelo simples fato de serem histórias inventadas por seres humanos. Os seres humanos são os mesmos por toda parte, e as adversidades que enfrentam também são as mesmas.

    Por que existem histórias de dilúvio por toda parte? Porque, desde o degelo das eras glaciais, devem ter ocorrido diversos dilúvios em toda parte. Como os povos imaginavam que o mundo estava restrito à pequena porção do mundo que habitavam, chamavam de dilúvios universais episódios que eram meramente locais. Desde o degelo deve ter ocorrido uma infinidade deepisódios semelhantes. E por aí vai.

    (Vou ter de parar por aqui, está dando problema ao digitar.)

    Abraços.

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  90. Olá, estou de volta…. ufa!!

    Peço desculpas aos senhores pela ausência, mas estive enrolada em um projeto importante aqui….digo ao sr.Franchini que adorei o livro e que o recomendei para meus amigos.
    Também gostaria de dizer que apreciei seus elogios e não fiquei ofendida em nenhum momento com eles, as paulistas são diferentes das gaúchas ^.^ adoramos elogios….
    =D
    Estou contente em voltar a esse lugarzinho onde posso fugir dos Tchus e tchas, le le les e afins da mídia….
    Abraços aos senhores e parabéns Snaga por promover este espaço onde posso aprofundar mais meus conhecimentos e trocar idéias com pessoas com nível de conhecimento elevado.

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  91. Olá, Driana, bom tê-la de volta.

    Ufa! Finalmente alguém gostou do livro!

    Pode ficar tranquila, se conheço bem o nosso anfitrião Snaga, aqui não tem vez os tchutchutchús nem os tchatchatchás abomináveis. (As músicas que este povo anda escutando…! Como puderam descer tão baixo?)

    Não sei se acompanhaste, Driana, mas estou querendo saber dos leitores o que eles consideram de bom e de nefasto no pensamento mitológico. Se ele criou maravilhas como as lendas, de belezas incomparáveis, tb. criou os horrores do preconceito e das práticas aberrantes dos sacrifícios humanos, p. ex. É válido o ressurgimento de tais crenças, ditas neopagãs? É um avanço ou retrocesso pretender-se cultuar novamente tais “deuses”?

    Este é um assunto que me interessa, pois, sem querer, posso estar ajudando a promover este tipo de religiosidade que considero, ainda que elevada e respeitável, anacrônica.

    Vamos ver se o pessoal se anima a debater. Estou esperando o retorno dos esotéricos. Este pessoal costuma ter um arsenal grande de argumentos, geralmente bem fundamentados.

    Sempre deixando claro que respeito e defendo o direito de todos de expressar e colocar em prática as suas crenças (tirando os cultos satânicos, que realmente considero o fim da picada. Com esta gente realmente não quero conversa – embora tb. respeite seu direito de cultuar o que quiserem.)

    Até mais, Driana, Snaga e todos quantos, em alto nível, ajudam a incentivar este debate.

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  92. Mudando de assunto:

    A melhor história de amor já filmada: Amor a Flor da Pele, de Wong Kar Wai. (O diretor fez uma espécie de continuação futurista chamada 2046, inferior, mas ainda assim com grandes méritos).

    Minimalista e barroco, na dosagem exata, Amor a Flor da Pele é uma verdadeira aula de cinema, repleta de subentendidos e jamais entendidos, alusões e elisões, como num texto de Henry James, ou um filme de Antonioni – dizer sem falar, mostrar sem revelar, sugerir sem nunca afirmar, Amor a Flor da Pele é a única obra-prima do cinema destes últimos 30 anos.

    Com o tempo – passada a maré montante da cretinice global – será cultuado.

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  93. Quando vi a resenha do Skoob e vim parar aqui no site, jamais pensei que encontraria uma discussão desse nível!

    Ainda não li o livro. Parece piada, mas o descobri depois de assistir o filme Thor. Após ver o filme veio uma baita vontade de descobrir mais sobre aquilo, pesquisei no Google e achei. Entre indas e vindas de outras leituras ainda não consegui por as mãozinhas no As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica, mas espero faze-lo em breve :)

    Gostaria de parabenizar o Sr. Franchini por acompanhar essa discussão à 2 anos e encarar as criticas de frente. Acredito que poucos teriam essa paciência e humildade, sem contar que é muito interessante ler uma critica respondida pelo próprio criticado. Estou, timidamente, escrevendo um romance. Não sou formada em letras nem nada do tipo, portanto não tenho um grande embasamento gramatical. Mas sempre li muito, então acho que isso ajuda. Noto o quanto é difícil escrever, o quanto é difícil passar aquela cena ou ideia que se tem na cabeça para o papel (no caso, o Microsoft Word rs). Pensava que era muito mais fácil, apenas sentar na frente do computador e apertar umas teclinhas. Nunca havia me dado o trabalho de imaginar como determinado autor fez para escrever, toda a pesquisa que ele teve de fazer ou o tempo que ficou olhando para o monitor tentando desenvolver um paragrafo. Hoje vejo os escritores com outros olhos. Portanto, parabéns pelo livro e pela vitória de ter conseguido publicar uma obra desse tipo no Brasil!

    Parabéns também ao Sr. Snaga e à todos os outros que de forma construtiva contribuíram para a discussão. Realmente foi bem interessante de ler!

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  94. Olá, Thalita.

    Quando a gente deixa de lado a vaidade, fica fácil argumentar e assimilar as críticas. Somos todos aprendizes. Mesmo os grande escritores estão sempre aprendendo – o que significa dizer que estão num estado permanente de aprendizado, cometendo muito mais erros que acertos, pois para cada obra boa, ou apenas razoável, cometem-se muitas outras ruins ou apenas sofríveis. Isto vale para todos os campos da atividade humana, até os gênios fazem coisas ruins ou pouco inspiradas.

    Se posso lhe dar um conselho é o de que prossiga no seu romance, sem esperar nada de grandioso ou apoteótico lá no fim. Quando colocar o ponto final tenha a certeza de que fez algo pessoal e único, e o resto será o que será. Uma vez li uma frase que é bastante verdadeira: “Seja você mesmo. Ninguém poderá dizer que está fazendo errado.”

    O romance da Thalita será o Romance da Thalita, com seu gloriosos erros e acertos.

    Um abraço, e vá em frente.

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    • is not the question you agreditar Norse myths or others (religions) plus one wants to talk about something and not fictitious and or cultivated and adored by many …. descupe me by comment more truth and historical facts or that you do not have a basis for being able to talk. Franchini expensive Ademilson: study, research more about the people Fenno-Scandia because you are a good writer, lost much more about Culture Nordica hugs >>>>>

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  95. Não estou seguro de ter entendido exatamente o que você quis dizer, caro Hendrix, mas enfatizo que respeito a crença daqueles que são devotos dos deuses, sejam de onde forem. Mas, ao mesmo tempo, me reservo o direito de não crer neles. Um abraço, Hendrix, expensive redler!

    Aproveito para divulgar a minha página no facebook: Ademilson Souza Franchini. Quem quiser trocar ideias, está convidado.

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  96. Estou aqui porque acabei de ler o livro e queria compartilhar a demostração de como sou trato por todos aqueles que trazem cultura para nós de modo que não é cobrado nenhum centavo. Realmente a narrativa do livro as vezes é de uma forma “estranha” para um livro desse tipo, mas não há nada que desagrade a ponto de falar… esse livro só diz besteiras. Chega ser engraçado a forma de narrar os contos, realmente me divertir muito em cada conto. Alguns me marcou como o conto do Deus Freyar e o conto em que Thor e seu criado estava indo a direção à terra dos gigantes para enfrentar um dos maiores gigantes e o mesmo fez Thor de bobo. Peço que ao criador desse blog e ao autor desse livro ignore todas as criticas de tais pessoas. Porque aqueles que criticam não conseguem escrever um paragrafo a ponto de prender atenção de uma pessoa. Se a narrativa é ruim e você leu o livro todo e porque gostou, ninguém obriga ninguém ler 256 páginas de livros. Li o livro todo através do meu celular e deixarei o arquivo por muitoooo tempo na memoria dele porque com certeza vou reler cada conto para jamais esquecer. Parabéns

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  97. Obrigado, Samuel.

    As coisas são assim, em qualquer coisa que se faça: às vezes agrada, às vezes não. O problema é que, quando não agrada, muitas vezes as pessoas se enfurecem e se tornam agressivas, como se tivessem acabado de sofrer uma ofensa pessoal.

    O fato de gostar ou não é normal. Você gostou, e isto é bom. Se não tivesse gostado, também estava bom, porque não se pode agradar a todo mundo.

    Um abraço, e obrigado pelos elogios.

    Franchini.

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    • Sei que essa postagem é antiga mas, depositei algum tempo para ler as respostas aqui escritas, que além de bem elaboradas, me puseram a refletir justamente a respeito do que A. S. Franchini escreveu neste comentário acima.
      Mais do que o livro em questão, a maneira dos indivíduos se posicionaram diante dele é o que me encanta. Nós seres humanos somos fascinantes, desenvolvemos nossa capacidade de eloquência para defendermos argumentos que dizem respeito aos nossos interesses. Não há como fugir disso, cada um articula as informações segundo suas vivências e por isso as divergências são comuns. Por fim, a maturidade nos faz perceber que essas, produzem em nós crescimento e, como Einstein falou: “A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original”
      Abraços!

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  98. Franchini, não li todos os comentários aqui então corro o risco de minha pergunta já ter sido respondida,mas a farei mesmo assim: você faz uma crítica negativa em seus comentários a respeito do retorno dessas religiões e crenças antigas. Você não acha que elas são tão ruins quanto as atuais como o cristianismo e o islamismo? Aliás,considerando que muito dificilmente um asatru ou wicca irá praticar sacrifícios humanos ou algo do tipo e sim fazer uma leve adaptação retirando essas práticas,elas não seriam até mesmo mais saudáveis do que muita coisa atual como o islamismo que acabou criando homens bombas e coisas do tipo? Porque o foco no problema específico das religiões antigas?A meu ver o problema é com religiões de todo tipo mesmo.

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  99. Outra coisa, Franchini, pretendo ler seu livro de mitologia Hindu. Posso me tranquilizar quanto à veridicidade e exatidão de suas adaptações dos contos originais hindus? Pode até ter sátira,mas tem que ser a mesma história hehe

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  100. Olá, Fernando.

    As histórias que recrio têm o mesmo enredo das lendas originais. Como em toda adaptação, acrescento detalhes “cênicos”, como diálogos da minha própria autoria (não esquecendo nunca que existem diversas versões para a maioria das lendas, sendo, portanto, impossível adaptar todas elas ao mesmo tempo).

    Quanto às religiões, sou contra todas elas, “pagãs” ou não. (O que não quer dizer que seja contra os religiosos, já que não faço disto uma questão pessoal).

    Por que escrevo, então, sobre elas?

    Porque são um patrimônio poético e cultural da humanidade. Temos muito a aprender com estas histórias, mas não com as práticas supersticiosas que os sacerdotes disseminaram ao longo do tempo com o fim de manter os devotos prsioneiros das suas convicções.

    Quanto a questão da ressurreição dos cultos antigos, meu pensamento é este:

    As religiões antigas são inseparáveis das práticas que lhes deram origem. Quase todas elas faziam uso do sacrifício humano. Quem quiser ser um asatru de verdade, portanto, deve praticar o sacrifício humano. Quem pretender reavivar a religião celta deve se preparar para morrer numa fogueira, ou queimar alguém vivo no interior de uma. Os astecas pregavam que era preciso arrancar o coração de um homem no alto de uma pirâmide para que o sol pudesse continuar a se mover nos céus. Era isto que eles praticavam. Huitzilopochtli exigia corações de verdade, ainda palpitantes. Para que a chuva viesse era preciso matar crianças, e que elas chorassem bastante antes de morrer, pois isto era sinal de que a chuva seria abundante. Tlaloc, o deus da chuva, exigia lágrimas de verdade, pois as crianças mortas seriam depois recompensadas no seu paraíso.

    Quem quiser ressuscitar o paganismo deve saber que as práticas rituais deles eram estas – elas não eram ditadas pela perversidade, mas pela ignorância do funcionamento da natureza – e que para ser um neo-pagão de verdade o adepto – a menos que esteja apenas brincando de “espiritualista da Nova Era”, deverá voltar a colocar em prática estes ritos sangrentos.

    Aí está o porquê de eu ser radicalmente contra – filosoficamente falando, é claro, pois advogo, também radicalmente, a liberdade de crença – o restabelecimento dos cultos antigos, um anacronismo absurdo na época presumivelmente esclarecida na qual vivemos.

    Um abraço, Fernando, e obrigado pelos questionamentos (e ao Snaga pelo espaço.)

    Franchini.

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    • Saudações a todos,
      Tenho acompanhado a discussão desde o princípio e não me manifestei até agora. Mas apesar de ter me divertido demais com tudo isso, preciso ressaltar que algumas contradições são mais interessantes que as outras, e por uma destas me manifesto.

      Me lembro que, em seu primeiro comentário, o autor, A. Fanchini disse que não levava a dupla “Odin e Loki” a sério, que eram apenas histórias e que tentava tratar disso com humor como se fosse “Discworld”. Disse ainda que não conseguia levar seus “imitadores e adoradores” a sério. Por esse comentário entendo, como o proprio Snaga disse em sua primeira resposta, que ele não leva a sério “fãs” desse tipo de literatura.
      Pouco depois, em sua primeira resposta ao Snaga, disse que era “apenas histórias” e reforçou em um texto bastante longo que elas não tinham nenhum valor e que não deveriam ser levadas a sério.

      Ora, neste ultimo texto é dito que escreve sobre isso por ser “um patrimônio poético e cultural da humanidade” e por termos muito o que aprender com essas histórias.

      Entendo que pessoas mudam, mas será que faz sentido continuar uma discussão se sua opinião nesse sentido é diametralmente oposta a que se mostrava no inicio desta?

      Abraços a todos,
      Homero

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      • Olá, Homero.

        Meus deuses, mas como é difícil me fazer entender! Eu não mudei de opinião em momento algum de opinião. Por favor, leia o seguinte com atenção:

        1) As lendas são, sim, um patrimônio cultural e temos muito a aprender com elas.

        2) Algumas eu considero cretinas. Até na Bíblia existem histórias cretinas. Como não sou crente nem devoto de religião alguma, é um direito ao qual me reservo, como dono de uma mente livre e independente que sou.

        2) AO MESMO TEMPO, nem por serem um patrimônio cultural e termos muito a aprender com estas lendas, elas devem ser levadas ao pé da letra e tomadas como parâmetro moral ou para estabelecer normas e padrões de conduta que eu, MUITO PARTICULARMENTE, considero absurdos, anacrônicos, disparatados e mesmo danosos. O admirador das lendas nórdicas me agrada. O praticante do “Asatru” nem um pouco, embora respeite a sua opção religiosa.

        3) Quando digo que as lendas “são apenas histórias” estou demarcando um limite: PARA MIM, não devem passar jamais disto, por mais belas que sejam. A realidade vale mais que qualquer história. É isto o que eu quero dizer, que não devemos misturar uma coisa com a outra. Quando isto acontece temos uma religião. Na lenda, um deus arranca a coração para algum fim. Se na cabeça de algum louco, porém, isto deixa de ser “apenas uma história” e ele acredita que alguém deve ter também o coração arrancado numa cerimônia ritual, então ingressamos na demência.

        3) Eu levo a sério os leitores, sim, desde que eles não cheguem ao ponto de colocar uma fantasia de Loki, de Odin, de elfo, de fada ou de qualquer outra criatura imaginária. (Este comentário, na verdade, é muito mais uma brincadeira do que um juízo radical. Acho que o Homero tem inteligência suficiente para perceber quando se trata de um argumento e quando se trata mais de um gracejo.)

        Não me lembro de ter dito em algum lugar que as histórias “não tinham nenhum valor”, como você disse acima, aparentemente citando-me. Eu não vou ler tudo de novo para catar uma improbabilidade, mas caso tenha dito, é óbvio que foi uma força de expressão, ou um exagero retórico. Neste caso, retiro obviamente o que disse. É claro que as histórias tem, de modo geral, muito valor, embora algumas possam eventualmente não ter nenhum, segundo a minha apreciação.

        Muito bem, acho que agora deu para entender.

        Para mim vale a pena continuar, sim, a discussão, Homero, nem que seja para explicar mil vezes as mesmas coisas que eu digo e que não conseguem ser entendidas.

        Um abraço, Homero, e obrigado por incrementar o debate. (Como não aparece o seu sobrenome, fico imaginando se não acabei de ter a honra de responder ao aedo supremo dos gregos. Sei lá, com tanto espiritismo à solta por aí…)

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      • Olá Ademilson,
        meu único comentário é sobre seu “item 8”.

        Eu não tentei encerrar a discussão. Fiz uma pergunta, não retórica (“Será que faz sentido continuar?”), e que você já respondeu, satisfatoriamente, em sua réplica.

        Se me permite um adendo não relacionado, e, sinceramente, espero que não soe agressivo. Você sempre parece um pouco azedo em seus comentários. Óbvio que te entendo na maior parte do tempo, afinal fizeram algumas críticas bem pesadas ao seu trabalho, ou te fizeram ofensas pessoais, mas em outros momentos me pareceu gratuito.

        Abraços,
        Homero

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    • Olá Ademilson,
      espero que não se incomode por tratá-lo por seu primeiro nome, ou por você, já que foi tão simpático ao me responder.

      Sobre sua resposta, talvez o meu nível de inteligência seja, realmente, insuficiente para diferenciar entre gracejos e argumentações! Vejamos! :-)

      No dia 29/11/2010, você disse:
      “Por Odin, mas que juventude mais pesada e ortodoxa esta de hoje! Relaxa, Snaga amigo!… É só um livro, garoto!… São só histórias!” (Tem mais coisa, mas isso resume bem o comentário)

      Colocando um pouco de contexto:
      Pessoas haviam criticado seu livro por ter pouca fidelidade do seu livro às histórias originais. E haviam implicador ser um tanto desrespeitoso. Até aquele momento, ninguém havia entrado no tópico religião, se referiam apenas às histórias e à mensagem transmitida por ela; uma vez que, na opinião dessas pessoas, haviam perdido parte do conteúdo durante sua adaptação.

      Disso, tiramos que, ou à época você não via grande valor nas histórias, ou não se expressou bem, ou eu mesmo não possuo inteligência suficiente para compreender sua resposta. Preferi partir do pressuposto que um autor profissional é capaz de expressar suas idéias com clareza mesmo para aqueles menos capacitados, e portanto inferi, incorretamente, que você havia mudado de opinião.

      Erros semelhantes aconteceram nos itens seguintes dos meus comentários, já que eu, aparentemente, entendi errado o contexto e não percebi sutilezas escondidas nas entrelinhas de tantas respostas amigáveis.

      Por fim, devo decepcioná-lo, mas sou apenas uma pessoa simples com um nome maior do que mereço. Quem sabe um dia não faça algo grande o suficiente para ser comparado ao Poeta?!

      Abraços, e muito obrigado pelos esclarecimentos,
      Homero Damico

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      • Olá, Homero.

        1) Pode me tratar como quiser.

        2) Disse e reafirmo bem alto: perto da vida real, “são só histórias”, como vc. reproduziu. Mas jamais disse que “não possuem valor algum”. Dá uma pesquisadinha melhor. Se aparecer a blasfêmia, eu me retrato, pois certamente, no calor da refrega, terei dito uma sonora bobagem. (A frase que você citou não “resume bem o comentário”, não. Ela dá a ideia de que não dou valor algum às histórias. É preciso lê-la no contexto do que eu entendo ser um “exagero de valoração”.)

        3) Tenho certeza absoluta que você sabe a diferença entre um gracejo e uma argumentação. Às vezes, porém, uma ironia pode ser tão mal empregada que passa por uma argumentação, e ela acaba retornando desta maneira (ponha aí na minha conta de mau gracejador).

        4) Os tópicos do “desrespeito” e da “pouca fidelidade” eu já respondi suficientemente. Quem não concordou, paciência: vai continuar achando que há “desrespeito e pouca fidelidade” enquanto eu vou fazer outra coisa.

        5) O tópico da religião eu inseri depois, por conta própria, a fim de embasar a minha tese de que “não se deve levar tais histórias a sério”. Do contrário, podemos recair nos excessos que sempre sobreviaram, ao longo da história, quando pessoas pretenderam dar às lendas estatuto de fatos ou de normas inspiradoras de conduta.

        6) Num debate as duas coisas mais comuns são o debatedor se expressar mal em algum momento, ou não compreender direito o argumento contrário, sem precisar ser, em nenhum dos casos, um mentecapto. Comigo, pelo menos, acontecem as duas coisas o tempo todo, pois estou muito longe de ser um mestre da retórica, nem mesmo um “autor profissional” capaz de me expressar o tempo todo com clareza absoluta (nem eles fazem isto, pegue livros diversos de um mesmo “autor profissional” consagrado e você o verá contradizer-se em diversas ocasiões). Nada mais amador que alguém julgar-se profissional. Estamos sempre aprendendo – e, consequentemente, errando.

        7) Se existe um mote constante ao longo do debate é a minha absoluta disposição em reconhecer as deficiências do meu livro. Elenquei uma série delas ao longo do debate com o Snaga, dando mais vezes razão a ele do que a mim próprio. Estou, portanto, muito à vontade para afirmar que a vaidade e a arrogância passam bem longe de mim.

        8) Se a minha resposta soou meio azeda foi por causa daquela sua declaração surpreendente e unilateral de que “não havia sentido em continuar a discussão”. Cuméquié? Então você decide que meus argumentos não são merecedores de resposta, e isto basta para que as cortinas desçam, as luzes se apaguem e o Franchini se retire?

        9) Hã-hã.

        10) Homero Damico está infinitamente melhor do que o Homero Sei-lá-quem, ou mesmo o Homero dos gregos, que já disse, afinal, tudo o que tinha a dizer.

        Um abraço, Damico, e obrigado pela atenção.

        Ademilson Souza Franchini.

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      • Olha, Homero, é quase impossível eu ser azedo sem provocação. Nunca ninguém me viu entrar atirando num saloon pacato e amistoso, onde sou bem recebido, ou pelo menos ignorado. E não me lembro de ter ofendido ninguém diretamente como fizeram aqui, mais de uma vez, de maneira explícita e mal educada. O Snaga criticou de todas as maneiras o meu livro e eu não me lembro de ter perdido a linha com ele.

        Meus comentários podem soar azedos em questões filosóficas. Eu percebo muito isto, e imagino que seja por esta razão: as pessoas estão viciadas no oba-oba do facebook, onde todo mundo “curte” todo mundo, e quando alguém discorda de algo parece grosseria, especialmente quando vem temperada com alguma ironia. (Até eu mesmo, às vezes, acabo caindo nesta, e é bom que eu aprenda a me policiar neste sentido: discordância não é motivo para rancor.)

        Mas, enfim, como estou a anos-luz da perfeição, é bastante provável que tenha carregado a mão aqui e ali, não me custando nada, portanto, pedir desculpas a você e a qualquer outro debatedor que tenha se sentido, em algum momento, ofendido com o meu azedume ou com alguma ironia mal empregada.

        Um abraço, Homero.

        Ademilson Franchini.

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  101. Quanto às religiões modernas, também não tenho simpatia alguma por elas, e menos ainda pelos seus atuais patronos.

    “Mas os místicos e profetas eram sábios, etc etc. etc…”

    Podem até ser, mas não há “verdade moral” alguma nas suas prédicas que não tenha sido dita antes, durante ou depois por qualquer filósofo minimamente sábio, sem o acompanhamento de ameaças, milagres circenses, ritos enfadonhos e péssimas cantorias.

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  102. O cara lê, e relê, e depois que dá o enter para publicar o comentário o erro aparece na primeira relida. (Está lá o desgraçado, logo na primeira frase da resposta ao Homero: “Eu não mudei de opinião em momento algum de opinião”.)

    Inferno e danação!!!

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  103. Li o livro já faz alguns anos. Pretendo adquiri-lo quando minha situação financeira estiver mais favorável. Achei-o bastante divertido. Quando li a parte em que Loki aparece com o cavalo e é dito que Loki é pai dele, ri muito. As mitologias têm muitos absurdos, mas não por isso deixam de ser interessantes ou importantes. Gostei muito de Loki. Ri em “Thor e o rapto de Loki” quando Loki vai subindo nos ombros de Thor no momento em que estão atravessando um rio. Thor não diz nada e deixa o outro em cima dele. hahahaha

    É muito triste saber que há pessoas que não gostam de dar um pouco de risada. É como aqueles fãs – darei um exemplo – de Chaves que não suportam as redublagens de episódios postadas no Youtube que, obviamente, colocam os personagens em situações e os fazem dizer coisas que jamais falariam em seu universo.

    Mas aí é que está a graça nisso tudo. É ver um personagem importante, uma figura importante, inserida em situações que não condizem com “sua” realidade. É vê-la falar, agir, de uma maneira totalmente inversa “aos seus costumes”.

    Todo livro sobre mitologia é importante, esteja ele escrito num tom mais sério ou num tom mais debochado. Você pode ler dos dois tipos. Rir um pouco não tirará a grandiosidade de quem ou do que você está rindo.

    Sou grande apreciadora das mitologias. Já li sobre todas que me foram possíveis. Já assisti documentários sobre deuses, enfim, todo mundo aqui em casa gosta de ler a respeito. Recomendo o livro, sem sombra de dúvidas.

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  104. Olá a todos!
    Tenho uma pergunta para o Ademilson, se ele não se opor.

    Gostaria de saber porque você escreveu tanta coisa sobre mitologia, já que você desdenha sempre que pode sobre a mesma?

    exemplo: a sua primeira resposta a Snaga foi assim.

    -Olá, “Snaga”, tudo bem? Sou A. S. Franchini, um dos autores do livro que voce resenhou. Só para esclarecer: nossos livros tem a intenção mais ou menos óbvia de desmistificar os mitos, daí o uso – e talvez abuso – do coloquialismo e de um tom que, aos devotados do gênero heróico, pode parecer algo vulgar ou desrespeitoso. Nossa versão vai para o lado da sátira, e não da reverência cega a estas histórias que, apesar de serem muito engenhosas, não deixam de ser, a meu ver, elas próprias, infantis. Não posso levar a sério histórias que, em sua grande maioria, mais parecem esquetes do Chaves, digam o que disserem os adoradores de Odin e de Loki, esta dupla cômica realmente magnífica. (Desculpem, mas não consigo realmente levá-los a sério, nem os deuses nórdicos, nem Tolkien, nem a legião aborrecidíssima dos seus imitadores e adoradores.) Pelo menos é assim que eu vejo tudo isto, procurando levar a coisa para o lado da sátira e da brincadeira, a exemplo do que faz Terry Pratchet na sua série “Discworld”. Um grande abraço e muito obrigado por ter se ocupado de nosso livro em seu site, que está realmente muito interessante.

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  105. Olá, M. A., tudo bem?

    Eu não desdenho as mitologias. Eu aprecio, de modo geral, estas histórias, embora algumas não me agradem, como é natural, pois nada agrada completamente, não é? A Bíblia, p. ex., possui trechos que os cristãos certamente não aprovam, como as matanças feitas em nome de Deus, o que não os impede de serem bons devotos. Eu considero as mitologias, de modo geral, como repositórios valiosos do saber humano e poético. Às vezes, porém, algumas histórias me desagradam, e eu, como espírito livre que sou, me sinto à vontade para declarar quando isto acontece, ou simplesmente apresentá-las num viés cômico. Como está dito no trecho que você destacou, não me sinto obrigado a devotar reverência cega a uma história que ofende a minha razão ou o meu gosto, ou que me parece tola ou infantil. Na maioria das vezes adoto este tom jocoso justamente para deixar claro que não a considero como objeto de crença, mas como expressão literária e cultural. Outras vezes simplesmente para descontrair, como faziam os nórdicos com relação aos seus deuses, por exemplo, ao redor das suas fogueiras, entre uma pilhagem e outra.

    Um abração, M. A..!

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  106. Após ler as resposta de um dos autores cancelei o pedido do livro, no mais otima resenha, é uma pena que o livro não tenha tanto potencial e seja escrita por alguem que sequer gosta do que fez

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    • Gente! Parece q fizemos o Francini, finalmente, pesquisar um pouco! Pq para os livros ele só consultou a Internet, hahaha
      Acho q fizemos uma boa ação, hahaha…

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  107. Gostei do “escritor 10ocupado”, não porque concorde ou discorde de mim, mas porque é uma pessoa educada e capaz de argumentar com equilíbrio, como tantas outras que aqui compareceram, a começar pelo nosso anfitrião Snaga. Quanto a Maria Aparecida Borges, vi alguns outros apartes anteriores dela, extremamente agressivos, nos quais tomou a liberdade de me chamar de burro, idiota, ridículo e uma série de outras ofensas inadmissíveis que, tivesse visto antes, teriam me impedido sequer de lhe dirigir a palavra.
    Peço-lhe encarecidamente, sra. Maria Aparecida Borges, que, voltando a tecer suas críticas, não torne a me ofender pessoalmente da maneira como fez. Estou pedindo educadamente.

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  108. A Maria Aparecida Borges achou um jeito original de se desculpar – ou alguma coisa no gênero – lá por cima, me chamando de ignorante. Depois, muito inocentemente, escreve “ensebada” com c no lugar do s. Finalmente, coroa sua obra trombeteando, com uma soberba que põe no chinelo a minha arrogância, que Tolkien não se baseou em nada da mit. nórdica para fazer O Senhor dos Anéis – equívoco espantoso refutado de imediato pelo Snaga e por qualquer leitor de gibi do Thor que conheça um mínimo de Tolkien e de mit. nórdica (nossa, a sua pesquisazinha na internet foi à jato, hein, Aparecida!). Depois disso tudo, eu quase cedo à tentação de me julgar realmente uma sumidade em mit. nórdica – ao menos em comparação com você.

    A propósito, com a devida licença do Snaga, quero anunciar que estou com uma nova obra-prima na praça: “As Melhores Histórias das Mitologias Asteca, Maia e Inca”. Modéstia à parte, um primor de texto e de pesquisa (não houve recanto da internet que eu não vasculhasse – aquelas duas dezenas de livros que eu cito na bibliografia são uma cortina de fumaça para enganar os trouxas, hehehe!). Para os que amam odiar o que eu escrevo, garanto que é um prato cheio – tem sarrafada pra todo mundo ali, desde os neo-pagãos raivosos, os ufólogos, os atlantólatras, até chegar aos 99% da nossa cristandade adorável! (A esta altura ,acho que seria uma boa mudarmos de assunto: estou começando a ficar cansado de refutar brilhantemente os mesmos ataques cem vezes seguidas.)

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    • Após passar um bom tempo lendo tudo o que foi publicado, não resisti à tentação de fazer um comentário (especialmente pela rara oportunidade de o próprio autor da obra em questão estar participando do debate).

      E,mesmo toda a discussão estando aí há anos, ainda assim quis dizer algo.

      Em primeiro lugar, gostei do livro ‘As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica’, que aparentemente desagradou a maior parte dos leitores do blog. Li com leveza e ri de muitas das situações. O uso de linguagem coloquial contemporânea me causou estranheza, mas não chegou a incomodar. A abordagem como um todo me agradou, é o tipo de histórias que leria para os meus filhos (se os tivesse).

      Aliás, fiz a experiência como professor e li um dos contos para um garoto na escola, que à época tinha 10 anos. O menino saiu brincando com uma espada, fazendo de conta que era Sigurd, e desenhando dragões.

      (não estou dizendo com isso que o livro é bom apenas para o público infanto-juvenil, mas funcionar muito bem para ele!)

      Admiro também os escritos de Joseph Campbell, mas me parece que alguns leitores cobraram do livro do Franchini um grau de profundidade e erudição ao qual a obra jamais se pretendeu. Para os que desejem, há trabalhos acadêmicos seríssimos que abordam a mitologia do ponto de vista literário, religioso, antropológico, semiótico ou linguístico. Sobre este último, sugiro a leitura da edição bilíngue de Beowulf (Tessitura), por Erick Ramalho. Toda a introdução é simplesmente brilhante, um verdadeiro ensaio sobre a história do idioma inglês. E o poema em si, traduzido diretamente do anglo-saxão (que é praticamente incompreensível para o falante do inglês moderno) é belíssimo – ali estão a austeridade e a grandiosidade dos mitos, na forma como seus contemporâneos os viam.

      Já para os que gostam da abordagem mais pop (como a dada pelo caro Franchini), eu recomendaria toda a fase do Thor da Marvel escrita e desenhada por Walt Simonson. Considero-a uma joia das HQs, e que consegue ter tanto momentos de grandiosidade e beleza ímpar (a batalha de Thor contra Jormungand levou-me ás lágrimas) quanto escrachados. A sequência em que Thor, transformado em sapo, vai viver nos esgotos de Nova Iorque, é impagável.

      Abraço ao autor (li releituras suas de mitos gregos e também gostei muito), ao morador do blog e a todos os demais.

      Neto

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      • PS1: Digitei incorretamente; eu queria dizer “moderador” do blog.
        PS2: Amigo Franchini, na edição que possuo encontrei um errinho que me incomodou: na versão romanceada de “O Ouro do Reno”, quem aparece abrindo a Bifrost para o Walhalla é Heimdall. Mas, na ópera, a divindade que faz isso é Donner, que aliás canta uma fantástica ária empunhando Mjolnir. Não sei se foi corrigido nas edições seguintes.

        Abraços!

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  109. Para quem não está acompanhando o debate, convém esclarecer: aquele negócio da “bibliografia para enganar os trouxas” é, naturalmente, uma ironia (a Matia Aparecida jura de pés juntos que eu sou um ignorantão e que só pesquiso na internet para fazer os meus livros, hehehehe! Sabe de nada, inocente!).

    Trate de se acalmar um pouco, Maria, você está levando um debate de ideias para o lado pessoal, sem razão alguma. Não tenho nada contra você pelo fato de achar meu livro uma droga, nem você tem motivo algum para me odiar, já que não lhe fiz mal algum, senão escrever um livro que teve a infelicidade de lhe desagradar. Deixe de lado a ira, Maria, isto só faz mal para você.

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    • Olá. Eu estou planejando ler agora seu livro As melhores histórias da Mitologia Nóridica, e tenho que dizer que mal li uma página e cheguei vasculhando esse site. E nossa, antes mesmo de ler sequer o sumário cheguei meio perdida aqui vendo todas críticas, debate sobre o livro. Desci a página toda, lendo praticamente todos comentários de leitores, tanto quanto os seus. Fiquei meio assustada com essa galera toda caindo de pau porque você não é aquele tipo de autor que realmente remete fé nesses tipos de deuses e tudo mais. Achei desnecessário os cristãozinhos chorando nos comentários. /risos
      Mas então, a razão de eu estar curiosa sobre essa adptação é porque eu amo o Loki. <3 (Qual só fui conhecer no filme dos Os vingadores.) E é isso, tenho certeza de que essas críticas absurdas que foram um pouco de spoilers não estragam o livro e seus meros detalhes. Lembrando que a minha irmã de 11 anos está lendo primeiro que eu. KKK

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      • Acredito que você ame o Loki da Marvel, mas verá que este é bem diferente do Loki original da Mitologia Nórdica.
        Mas do da Marvel é foda também! hehe

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  110. Quem diria que ao começar uma despretensiosa ‘googlada” pelo termo “Loki” eu iria terminar a noite neste blog. Li o primeiro capítulo do livro em questão e havia desistido de ler o livro todo por não ter gostado da linguagem utilizada pelo autor.
    Porém, prosseguindo com minha pesquisa “cai” neste blog e vi que dito livro gerou nada menos que 3 anos de discussão.
    Meu caro Franchini, qualquer autor que oferte seu tempo nesse tipo de discussão inglória merece meu respeito e tempo na leitura de seus trabalhos.
    Sei, como pesquisador, que agradar a todos é impossível, porém é preciso coragem para discutir, publicamente, por tantos anos. Parabéns Ademilson!
    Abs.
    Thiago Mansur

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    • Obrigado, Thiago.

      Se tem coisa que eu não tenho medo é de dizer o que eu penso, cuidando muito pouco em agradar ou desagradar seja quem for.

      Se em algum momento me excedi – certamente isto aconteceu – é porque não tenho sangue de barata. Tem muito desaforado que vem aqui exclusivamente para me ofender, e a este tipo de gente destemperada e mal-educada eu devolvo na mesma moeda, preferencialmente com a espada de veludo da ironia, que corta mais fundo.

      Noventa por cento dos defeitos apontados no livro meu e da Carmen eu os reconheço como tais (afinal, foi meu segundo ou terceiro livro). Neste sentido, tenho aprendido muito com as críticas lúcidas de vários postantes.

      Agora, o meu direito de ver a mitologia do jeito que eu quiser, é meu, e não existe a menor possibilidade de eu (fingir) mudar de ideia só para agradar alguém. Quem não gostar, não leia, e faça a anti-propaganda raivosa que quiser, que nada disso me afeta, desde que não se trata de ofensa pessoal, naturalmente.

      Abração!

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  111. Bom. Essa discussão já se estende por anos, mas há certas coisas que não temos como deixar de comentar.
    Sou historiadora, minha área de atuação é justamente a história das religiões e práticas religiosas, voltada para as narrativas míticas. Meu campo de estudo nessa área é a mitologia greco-romana, pela qual tenho verdadeira paixão, embora também aprecie e estude as mitologias de diversos outros povos, inclusive a judaico-cristã.
    Li comentários inteligentes, com argumentação lógica e bem construída, assim como também li respostas absurdamente agressivas e sem qualquer conteúdo.
    Não tenho a pretensão de brigar ou levantar polêmica, mas os livros do autor (ou autores, já que alguns deles foram escritos em parceria com a autora Carmen Seganfredo) possuem uma linguagem talvez voltada para um determinado público, que é aquele para o qual uma linguagem mais formal ou poética seria quase inacessível.
    Não posso deixar de concordar com as terríveis comparações com a mitologia grega, até porque sou estudiosa desta área e até mesmo critico o livro sobre a mitologia grega, escrita pelo mesmo, que comprei e terminei entregando ao meu filho de 3 anos, pois há imensos erros e a linguagem, como eu disse, não está de forma alguma voltada para uma leitura séria, para leitores que são estudiosos ou mesmo apenas admiradores desse tipo de narrativa.
    Porém, é necessário sabermos e diferenciarmos o tipo de público que ambos os autores tinham em mente atingir. Levando-se em consideração que vivemos em um país onde 90% dos estudantes ingressam na Universidades públicas (e digo isso com a autoridade de quem já estudou e ensina em universidade federal) sem sequer saberem escrever uma frase gramaticalmente correta.
    Já escutei alunos de cursos superiores, em federais, dizerem que a cadeira de metodologia científica os ensinariam a escrever bem.
    Quem em nosso país é capaz de ler uma Ilíada? Ou melhor, quem conhece a Ilíada?
    Pouca gente, tenho certeza disso. Nenhum jovem de hoje (claro, corremos o risco de generalizar, mas coloquemos a grande maioria deles) não seriam capazes de entender o primeiro parágrafo da Odisseia!
    A linguagem é coloquial, chegando ao extremo, concordo plenamente. Mas é esta a linguagem da maioria dos brasileiros e lhes digo, grande parte não entende uma maneira de falar mais formal!
    O que podemos dizer da reforma que querem fazer, cortando várias regras da gramática portuguesa, apenas pelo fato de que os brasileiros são incapazes de afalarem e escreverem bem seu próprio idioma e a educação é uma verdadeira merda. Para os patriotas de plantão, que acham que prezar o nosso belo país (ele, de fato, é belo, são as pessoas que não o são), ter orgulho de ser brasileira é tão inútil quanto detestar sê-lo. O que não é fruto de uma escolha não pode ser considerado mérito ou fracasso.
    Os livros dos autores em questão trazem adaptações infantilizadas, uma linguagem péssima, erros nas próprias narrativas mitológicas, porém devemos levar em conta o público que queria atingir e, de certo modo, não podemos tirar o mérito das obras. Meu filho se interessou por buscar autores com mais autoridade no assunto após ler alguns livros dos autores, assim como também a própria saga do Pearcy Jackson, que eu considero tão infantil quanto os livros criticados.
    Agora, uma crítica ao autor: como historiadora devo lhe comunicar que os mitos não são, de forma alguma, histórias infantis como Chaves e concordo com quem argumentou que, falando nesses termos, você demonstrou falta de conhecimento e profundidade sobre os próprios livros que escreveu.
    Os mitos são narrativas, sim, mas não qualquer narrativa. Eles têm um propósito, eles são filosóficos, eles expressam toda uma sociedade, de uma determinada época. Não cabe a nós julgar nem os mitos nem qualquer outros tipo de traço cultural dentro de uma sociedade, seja ela ainda contemporânea a nós ou já desaparecida no tempo.
    Na verdade, o julgamento moral começou, sim, com o cristianismo, a meu ver, a pior coisa já surgida na humanidade. Acreditar que Jesus, uma figura mitológica (levando-se em consideração que não há registro histórico de que, de fato, tenha existido), é o mesmo que acreditarmos que Teseu, Siegfried ou qualquer outro herói também tenha pisado a terra.
    Negar a esses heróis, chamando-os apenas de conto de fadas, como o autor fez, também me dá o direito de pôr abaixo toda a fabulação judaico-cristã, uma vez que a própria figura do Jesus foi forjada por um grupo minoritário dentro do próprio judaísmo, que brigava não contra o Império Romano, mas contra a elite dos rabinos, os sacerdotes do judaísmo.
    “Dá a outra face!” “O reino dos céus será dos justos e dos fracos!”
    Claro, afinal de contas, essas pessoas eram fracas, sem qualquer voz ou poder, dominados pela aristocracia judaica! Deus agora não queria os fortes, mas os fracos. Quem está interessado em outra vida depois da morte? Quem não está satisfeita com essa!
    Portanto, senhor autor, foi infeliz seu comentário quanto a julgar outras sociedades e suas práticas, quanto chamar os mitos de fábulas que fazem rir.
    Para os outros que, assim como eu, estudam ou apenas amam as mitologias, leiam um livro chamado COSMOS, CAOS E O MUNDO QUE VIRÁ – As origens das crenças no apocalipse, de Norman Cohn. Não se arrependerão. Um livro sério, de uma verdadeira autoridade, sobre as visões de mundo orientais, tais como egípcia, mesopotâmica, fenícia, judaica, etc.
    Quem aprecia mitologia grega, há diversos autores que estudam profundamente o mito, com maior profundidade sobre a mitologia da Grécia. Alguns são: Jean Pierre Vernant, Pierre Vidal-Naquet, Junito de Souza Brandão (sua trilogia é fantástica). Mircea Eliade, um mitólogo romeno, é um autor mundialmente conhecido e respeitado no assunto MITO. Leiam e tenho certeza que ganharão muito mais conhecimento e argumentos sobre esta questão.

    beijos

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    • Realmente a trilogia do Junito de Souza Brandão é sensacional. Gostei bastante do seu comentário, Profª. juntamento com o do Thales da UFMG, foram os melhores. Sem querer desmerecer ninguém nesta longuíssima e impressionante discussão – acho que foi a discussão mais longa que já vi na internet – e olha que navego desde os idos de 1998, como o tempo voa. E até por ser longa demais é lógico que pulei a maioria dos comentários, pois, como diz o polêmico autor, a vida é curta demais pra ficar lendo discussão morta. rs Mas mesmo uma discussão “morta” valeu a dica de livros excelentes sobre um tema fascinante e – evidentemente – muito mais que mera infantilidade.

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    • “Não cabe a nós julgar nem os mitos nem qualquer outros tipo de traço cultural dentro de uma sociedade, seja ela ainda contemporânea a nós ou já desaparecida no tempo.”, diz a senhora Atena. Se não nos cabe julgar, então vamos puxar a cadeira e assistirmos crianças sendo queimadas vivas pelo Estado islâmico, meninas sendo mutiladas genitalmente e outras demências “culturais” espalhadas por aí.

      Manda respeitar outras culturas e crenças mas chama o cristianismo de “a pior coisa já surgida na humanidade” e de “fabulação judaico-cristã”). Jesus Cristo existiu, sim. A senhora como historiadora está muito mal informada. Nenhum historiador sério nega hoje a sua existência.

      Os mitos são fábulas que fazem rir, chorar, se emocionar, e possuem o dom de provocar sentimentos positivos, negativos ou simplesmente o de provocar enormes bocejos de tédio, como me acontece diante de várias deles.

      Mitos são histórias inventadas por seres humanos. Algumas são magníficas, outras sublimnes, outraas enfadonhas e outras horríveis, criadas para fim exclusivo de dominação. A quase totalidade das que andam em curso por aí são recontagens completamente deformadas de lendas cujo sentido original se perdeu na noite dos tempos (normalmente estão relacionadas a cultos e suas práticas ancestrais, não tendo nada a ver com moralismos hipócritas, muito menos com esoterismos de araque)

      Abraço, Atena, ou seja lá quem for, já que preferiu valer-se de pseudônimo, como é costume na maioria dos meus detratores.

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  112. Ei ia comprar este livro, pensei em ler uma critica para saber se é realmente bom…

    Depois dessa não compro não…

    Sei que eu não faço diferença, é só um livro a menos. Mas tenho certeza que muitos outros também não vao comprar após lerem isso aqui.

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  113. Adorei ler a discussão, não vou entrar nela, vou só indicar um livro que acabei de ler sobre o assunto: Os Filhos de Odin, de Padraic Colum da Editora Única. Acredito que os contos estejam melhor adaptados, apesar da apelativa capa ao citar a editora Marvel.

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      • Publicidade, como se dizia antigamente, é a alma do negócio, e não é crime nenhum valer-se dela, caro amigo Snaga. O mercado funciona nesta base, e qualquer pessoa que tenha algum produto para vender terá de se valer dela, ou então naufragar com seu purismo intelectual. (Quem não tem negócio nenhum em andamento pode falar à vontade, pois não tem prejuízo nenhum para arcar.)

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      • Não foi uma crítica, Franchini. Apenas uma constatação. Não tenho nada contra a publicidade.
        Aliás, acredito que muito da minha opinião já tenha mudado, desde que essa discussão começou. As vezes penso em deletar este post, por achar que, se eu lesse o livro hoje, tantos anos depois, talvez tivesse outra opinião sobre ele.
        Sei lá…

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  114. Achei terrível ler o que o autor do livro pronunciou publicamente. Estou aterrorizada. vim em busca de uma opinião para um livro que, ao meu ver, pela capa e sinopse, deveria SIM condizer com as expectativas dos leitores que aqui expressaram sua insatisfação. Mas isso não importa, como foi dito, um escritor pode sim falar sobre qualquer coisa e ainda mais, da forma que ele quiser.
    O que me entristece aqui é a falta de educação (isso mesmo!) do autor do livro ao criticar as pessoas que se autodenominam neo-pagãs, odinistas e até mesmo os cosplayers! (Essas pessoas adultas que se vestem de Frodo e afins). Isso mostra que ele é uma pessoa totalmente limitada, que não aceita opinião/visão alheia, e que só porque ele não concorda ou ridiculariza uma cultura INTEIRA (que afeta nerds, pesquisadores, cosplayers, fãs, odinistas, e seja lá mais quem, pois só Deus, Odin, Alá e afins sabe o que se passa nessa cabecinha tão pequena! – talvez por isso você seja “leve” como diz.) ele acha que tem a razão de dizer essas coisas.
    Você não só deu um tiro no próprio pé “amigo”, mas também conseguiu ser muito, MUITO mal visto. Isso começou em 2010 mas em 2015 a cultura baseada nas lendas nórdicas e Vikings está muito “na moda” até, assim como a cultura nerd e de cosplayers (retratada em Big Bang Theory, se quiser ver, e vende! Vende muito mais do que você jamais vai vender, meu caro). Sendo assim, mais pessoas irão saber sua opinião ridícula sobre elas, e meu “amigo”, elas não vão gostar! Saiba que só porque você é limitado em não compreendê-los, isso não lhe dá ao direito de ridicularizá-los dessa forma! Vou ficar no aguardo sobre um livro onde você exponha sua opinião sobre si mesmo e se auto-critique com a mesma intensidade com que fez aqui às demais culturas apresentadas, e, que Odin te ajude, pois suas vendas vão cair.

    Um abraço, de alguém que se pudesse, faria com que pessoas como você que não respeitam outras culturas, nunca mais vendessem.

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    • Olá. Eu estou planejando ler agora seu livro As melhores histórias da Mitologia Nóridica, e tenho que dizer que mal li uma página e cheguei vasculhando esse site. E nossa, antes mesmo de ler sequer o sumário cheguei meio perdida aqui vendo todas críticas, debate sobre o livro. Desci a página toda, lendo praticamente todos comentários de leitores, tanto quanto os seus. Fiquei meio assustada com essa galera toda caindo de pau porque você não é aquele tipo de autor que realmente remete fé nesses tipos de deuses e tudo mais. Achei desnecessário os cristãozinhos chorando nos comentários. /risos
      Mas então, a razão de eu estar curiosa sobre essa adptação é porque eu amo o Loki. <3 (Qual só fui conhecer no filme dos Os vingadores.) E é isso, tenho certeza de que essas críticas absurdas que foram um pouco de spoilers não estragam o livro e seus meros detalhes. Lembrando que a minha irmã de 11 anos está lendo primeiro que eu. KKK

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    • Olá, “Olá”. Não faço a menor ideia do que sejam “cosplays”, nem quero saber. Os livros estão vendendo muito bem, obrigado, e continuarão vendendo ainda mais. Respeito a todos, mas detesto mimimi. Os que não gostarem do livro, simplesmente o ignorem (por que alguém daria atenção a algo que detesta?) Adeus, Olá.

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  115. Hahahahahahha, cara discussão incrível, o autor muito educado e incompreendido por expressar sua ideologia kkkkk, acompanhado de radicais incompreendidos e extremamente sensíveis. Vim até aqui em busca de conhecimento e encontrei, passei cerca de 3 horas lendo toda discussão, algo que não consigo em meus estudos diários (universidade)kkkkk sem mais delongas, minha opinião a respeito do livro não é a mais importante pois não li, mas eu busco conhecimento sólido, com uma linguagem mais séria é com a história seguida a risca como foi criada, estou a procura destes livros e vim parar aqui. Percebi que este não seria a melhor escolha, mas não poderia deixar de forma alguma deixar de comentar no blog que me trouxe várias gargalhadas. Fiquei curioso pra conhecer o autor e o snaga parecem ser pessoas muito legais e gente boa, enfim se puderem me ajudar na minha busca por conhecimento que por início é apenas mitologia nórdica(também amo a egípcia) me indiquem bons livros que tragam as histórias a risca com seus significados. Um abraço ao Franchini o troll e ao Snaga 😂
    Ps: sejam mais compreensivos galera, com mais amor no coração e respeito a opinião dos outros.

    Gabriel Gouveia

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  116. Prezados, Tentei ler o maximo que pude…. mas parei quando a discussao se encaminhou para o lado pessoal e tirou o foco do livro em si…Mas entendi que esse livro tem a tematica mais satirica… e nao é desse livro que estou procurando….. Por favor alguem pode indicar mais publicacoes confiaveis…. bons livros mesmo em ingles sobre a mitologia nordica? Mas por favor de autores que se atenham a contar as historias da maneira mais fiel possivel… Como ja se falou aqui.. Mitologia esta relacionada a metaforas e alegorias… E dependendo da forma como sao contadas levam a uma interpretacao diferente.. Por favor alguem com conhecimento podem deixar titulos e autores….

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    • Se quiser uma leitura aprofundada sobre Mitologia nórdica procure o livro Edda em verso de Snorri Sturluson. O livro em português é um pouco difícil de achar, mas o e-book encontra-se com facilidade.
      O último livro que aborda a cultura nórdica que li foi Devoradores de Mortos de Michael Crichton não é especificamente sobre mitologia nórdica, mas aborda a cultura de maneira interessante. Vale a pena.
      Eu também busco mais livros sobre mitologia e cultura viking. Se alguém tiver algum bom título para indicar…

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  117. Eu li esse livro quando tinha 12 anos, e reconheço que foi ele (por ser simplificado) que me introduziu na mitologia nórdica, e o mesmo que despertou minha paixão pela tal, tanto que recebi até influências em meu gosto musical, não é um livro recomendado para quem procura algo fiel e melhor adaptado eu reconheço, porém, se você é uma criança com curiosidade sobre a mitologia em si, é um bom começo.

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  118. Eu li tudo… Na verdade fiquei surpreendido com o revira volta que tomou, não espera que se estendesse tanto. Gente, um debate que ficou anos rolando. Concordo com o escritor em relação as mitologias(em gênero e grau). Achei ótimo entender seu posicionamento ideológico sobre o caso! Sempre quando leio um livro me pergunto o que o autor pensava quanto escrevia. Sabendo, agora, não fico perdido em minhas colocações, em relação as suas obras(admito que faz tempo que li este livro da mitologia nórdica). Sobre o contexto histórico de alguns fatos, depois que li isto aqui admito que me sinto até preguiçoso por não ler ou não saber de vários deles, inclusive posicionamentos ideológicos que eu achava q se contradiziam, e no final, não ocorrem tais contradições. E achei bastante corajosa a atitude de Ademilson “encarar” a opinião de seus leitores, e não leitores(já que teve gente que falou que não iria ler ou comprar), assim de perto. Acredito que seria muito interessante se outros escritores fizessem mais…rs

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    • Botei o “será mais um escritor?” pois não tenho certeza do que devo seguir depois desta minha graduação, apesar de não ser de literatura ou letras. Já pensei no caso.rs
      É interessante quanto um ideal religioso faz com que os idealizadores levem a mitologia para suas causas pessoais, ficando bravos apenas quando alguem argumenta um pensamento ao contrario .rs

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  119. Olá, li hoje dia 02/09/2016 os comentários a respeito do livro aqui resenhado, Sou iniciante nos mitos nórdicos, e o primeiro livro lido foi esse aqui resenhado, fiquei com uma impressão ruim quando li, mas por não conhecer muito não sabia se tal impressão ruim seria pelo fato da tradução estar ruim ou pelo fato dos próprios contos terem passados pela mãos de cristãos que poderiam ter descaracterizado os mesmo. Enfim quando comprei o livro AS melhores histórias da mitologia Nórdica, juntamente com ele (por burrice) adquiri o Fúria Nórdica dos mesmos autores, gostaria de saber se alguém poderia me dizer se ao menos vale a pena ler esse, ou é melhor abandonar de vez. Como faço faculdades, e sobra pouco tempo para ler coisas fora da faculdade (tipo sobre mitos), não gostaria de ler sem ter certeza, por favor caso alguém me fale, vale a pena a leitura farei, caso me digam que é tão ruim quanto o outro venderei ele.
    Grato.

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    • Olá, Isabela. Infelizmente é muito difícil encontrar livros de mitologia nórdica no Brasil. Nem depois do sucesso dos filmes do Thor da Marvel. E eu pensei que esses filmes iriam despertar a atenção do público para esse assunto, mas as pessoas preferem ficar só nas histórias em quadrinhos mesmo.

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